Questões de Concurso Público FUB 2023 para Técnico de Laboratório - Área: Biologia
Foram encontradas 8 questões
Ano: 2023
Banca:
CESPE / CEBRASPE
Órgão:
FUB
Provas:
CESPE / CEBRASPE - 2023 - FUB - Técnico de Laboratório - Área: Biologia
|
CESPE / CEBRASPE - 2023 - FUB - Técnico de Laboratório - Área: Química |
CESPE / CEBRASPE - 2023 - FUB - Técnico em Radiologia |
Q2234898
Português
Texto associado
O papel fundante da memória dos mortos para o
desenvolvimento da cultura teve algo de acidental, pois o
mecanismo poderoso de propagação dos hábitos, das ideias e dos
comportamentos dos ancestrais foi o afeto. A lembrança de quem
partiu, bem visível nos chimpanzés, que se enlutam quando
perdem um ente querido, tornou-se uma marca indelével de nossa
espécie. Isso não aconteceu sem contradições, é claro. Com o
amor pelos mortos surgiu também o medo deles. Do Egito a
Papua-Nova Guiné, em distintos momentos e lugares,
floresceram rituais para neutralizar, apaziguar e satisfazer aos
espíritos desencarnados. Na Inglaterra medieval, temiam-se tanto
os mortos que cadáveres eram mutilados e queimados para se
garantir sua permanência nas covas. Entre os Yanomami, a
queima dos pertences é uma parte essencial dos rituais fúnebres.
A Igreja Católica até hoje considera que os restos mortais dos
santos são valiosas relíquias religiosas.
A propagação dos memes de entidades espirituais foi,
portanto, impulsionada pelos afetos positivos e negativos em
relação aos mortos. Foi a memória das técnicas e dos
conhecimentos carregados pelos avós e pais falecidos que
transformou esse processo em algo adaptativo, um verdadeiro
círculo virtuoso simbólico. Não é exagero dizer que o motor
essencial da nossa explosão cultural foi a saudade dos mortos. A
crença na autoridade divina para orientar decisões humanas levou
a um acúmulo acelerado de conhecimentos empíricos sobre o
mundo, sob a forma de preceitos, mitos, dogmas, rituais e
práticas. Ainda que apoiada em coincidências e superstições de
todo tipo, essa crença foi o embrião de nossa racionalidade.
Causas e efeitos foram sendo aprendidos pela corroboração ou
não da eficácia dos símbolos religiosos.
Sidarta Ribeiro. O oráculo da noite: a história da ciência e do sonho.
São Paulo: Companhia das Letras, 2019, p. 325 (com adaptações).
A respeito das ideias, dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que se segue.
A expressão “o medo deles” (quarto período do primeiro parágrafo) remete ao medo causado pelos mortos.
A expressão “o medo deles” (quarto período do primeiro parágrafo) remete ao medo causado pelos mortos.
Ano: 2023
Banca:
CESPE / CEBRASPE
Órgão:
FUB
Provas:
CESPE / CEBRASPE - 2023 - FUB - Técnico de Laboratório - Área: Biologia
|
CESPE / CEBRASPE - 2023 - FUB - Técnico de Laboratório - Área: Química |
CESPE / CEBRASPE - 2023 - FUB - Técnico em Radiologia |
Q2234902
Português
Texto associado
O papel fundante da memória dos mortos para o
desenvolvimento da cultura teve algo de acidental, pois o
mecanismo poderoso de propagação dos hábitos, das ideias e dos
comportamentos dos ancestrais foi o afeto. A lembrança de quem
partiu, bem visível nos chimpanzés, que se enlutam quando
perdem um ente querido, tornou-se uma marca indelével de nossa
espécie. Isso não aconteceu sem contradições, é claro. Com o
amor pelos mortos surgiu também o medo deles. Do Egito a
Papua-Nova Guiné, em distintos momentos e lugares,
floresceram rituais para neutralizar, apaziguar e satisfazer aos
espíritos desencarnados. Na Inglaterra medieval, temiam-se tanto
os mortos que cadáveres eram mutilados e queimados para se
garantir sua permanência nas covas. Entre os Yanomami, a
queima dos pertences é uma parte essencial dos rituais fúnebres.
A Igreja Católica até hoje considera que os restos mortais dos
santos são valiosas relíquias religiosas.
A propagação dos memes de entidades espirituais foi,
portanto, impulsionada pelos afetos positivos e negativos em
relação aos mortos. Foi a memória das técnicas e dos
conhecimentos carregados pelos avós e pais falecidos que
transformou esse processo em algo adaptativo, um verdadeiro
círculo virtuoso simbólico. Não é exagero dizer que o motor
essencial da nossa explosão cultural foi a saudade dos mortos. A
crença na autoridade divina para orientar decisões humanas levou
a um acúmulo acelerado de conhecimentos empíricos sobre o
mundo, sob a forma de preceitos, mitos, dogmas, rituais e
práticas. Ainda que apoiada em coincidências e superstições de
todo tipo, essa crença foi o embrião de nossa racionalidade.
Causas e efeitos foram sendo aprendidos pela corroboração ou
não da eficácia dos símbolos religiosos.
Sidarta Ribeiro. O oráculo da noite: a história da ciência e do sonho.
São Paulo: Companhia das Letras, 2019, p. 325 (com adaptações).
A respeito das ideias, dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que se segue.
No texto, o autor defende que o pensamento racional e o pensamento religioso estiveram relacionados.
No texto, o autor defende que o pensamento racional e o pensamento religioso estiveram relacionados.
Ano: 2023
Banca:
CESPE / CEBRASPE
Órgão:
FUB
Provas:
CESPE / CEBRASPE - 2023 - FUB - Técnico de Laboratório - Área: Biologia
|
CESPE / CEBRASPE - 2023 - FUB - Técnico de Laboratório - Área: Química |
CESPE / CEBRASPE - 2023 - FUB - Técnico em Radiologia |
Q2234904
Português
Texto associado
O papel fundante da memória dos mortos para o
desenvolvimento da cultura teve algo de acidental, pois o
mecanismo poderoso de propagação dos hábitos, das ideias e dos
comportamentos dos ancestrais foi o afeto. A lembrança de quem
partiu, bem visível nos chimpanzés, que se enlutam quando
perdem um ente querido, tornou-se uma marca indelével de nossa
espécie. Isso não aconteceu sem contradições, é claro. Com o
amor pelos mortos surgiu também o medo deles. Do Egito a
Papua-Nova Guiné, em distintos momentos e lugares,
floresceram rituais para neutralizar, apaziguar e satisfazer aos
espíritos desencarnados. Na Inglaterra medieval, temiam-se tanto
os mortos que cadáveres eram mutilados e queimados para se
garantir sua permanência nas covas. Entre os Yanomami, a
queima dos pertences é uma parte essencial dos rituais fúnebres.
A Igreja Católica até hoje considera que os restos mortais dos
santos são valiosas relíquias religiosas.
A propagação dos memes de entidades espirituais foi,
portanto, impulsionada pelos afetos positivos e negativos em
relação aos mortos. Foi a memória das técnicas e dos
conhecimentos carregados pelos avós e pais falecidos que
transformou esse processo em algo adaptativo, um verdadeiro
círculo virtuoso simbólico. Não é exagero dizer que o motor
essencial da nossa explosão cultural foi a saudade dos mortos. A
crença na autoridade divina para orientar decisões humanas levou
a um acúmulo acelerado de conhecimentos empíricos sobre o
mundo, sob a forma de preceitos, mitos, dogmas, rituais e
práticas. Ainda que apoiada em coincidências e superstições de
todo tipo, essa crença foi o embrião de nossa racionalidade.
Causas e efeitos foram sendo aprendidos pela corroboração ou
não da eficácia dos símbolos religiosos.
Sidarta Ribeiro. O oráculo da noite: a história da ciência e do sonho.
São Paulo: Companhia das Letras, 2019, p. 325 (com adaptações).
A respeito das ideias, dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que se segue.
A locução verbal “foram sendo aprendidos” (último período do segundo parágrafo) indica que o aprendizado levou um tempo.
A locução verbal “foram sendo aprendidos” (último período do segundo parágrafo) indica que o aprendizado levou um tempo.