Questões de Concurso Público PC-RO 2022 para Agente de Polícia
Foram encontradas 2 questões
Ano: 2022
Banca:
CESPE / CEBRASPE
Órgão:
PC-RO
Prova:
CESPE / CEBRASPE - 2022 - PC-RO - Agente de Polícia |
Q1998456
Português
Texto associado
Texto CG1A1-I
No meio científico, a imaginação é conhecida como especulação e tratada com certa desconfiança –— nas publicações, costuma ser acompanhada de uma advertência obrigatória. Parte da redação de uma pesquisa consiste em limpála de voos fantasiosos, de conversa fiada e dos milhares de tentativas e erros que dão origem até mesmo às menores descobertas. Nem todo mundo que lê um estudo quer atravessar muito espalhafato. Ainda, os cientistas precisam parecer confiáveis. Entre sorrateiramente nos bastidores da ciência e talvez você não encontre as pessoas em sua melhor aparência. Mesmo nos bastidores, nas reflexões noturnas que compartilhei com colegas, era incomum entrar em detalhes de como havíamos imaginado –— de modo acidental ou deliberado –— os organismos que estudamos, fossem eles peixes, bromélias, cipós, fungos ou bactérias. Havia algo embaraçoso em admitir que o emaranhado de nossas conjecturas, fantasias e metáforas sem fundamento pudesse ter ajudado a moldar a nossa pesquisa. Apesar disso, a imaginação faz parte da atividade cotidiana da pesquisa. A ciência não é um exercício de racionalidade a sangue-frio. Os cientistas são – e sempre foram – emocionais, criativos, intuitivos, seres humanos inteiros, lançando perguntas sobre um mundo que não foi feito para ser catalogado e sistematizado. Sempre que eu perguntava o que esses fungos faziam e elaborava estudos para tentar entender seu comportamento, precisava imaginá-los.
Merlin Sheldrake. A trama da vida. Como os fungos constroem o mundo. São Paulo: Fósforo/Ubu Editora, 2021, p. 29 (com adaptações)
Considerando as relações coesivas do texto CG1A1-I, assinale a
opção correta.
Ano: 2022
Banca:
CESPE / CEBRASPE
Órgão:
PC-RO
Prova:
CESPE / CEBRASPE - 2022 - PC-RO - Agente de Polícia |
Q1998466
Português
Texto associado
Texto CG1A1-II
A contínua ampliação das sociedades humanas no interior
do universo “físico”, alheio ao homem, contribuiu para estimular
um modo de falar que sugere que “sociedade” e “natureza”
ocupariam compartimentos separados, impressão esta que foi
reforçada pelo desenvolvimento divergente das ciências naturais
e das ciências sociais. Todavia, o problema do tempo coloca-se
em termos tais que não podemos esperar resolvê-lo, se
explorarmos suas dimensões física e social independentemente
uma da outra. Se transformarmos em verbo o substantivo
“tempo”, constataremos de imediato que não se pode separar
inteiramente a determinação temporal dos acontecimentos sociais
e a dos acontecimentos físicos. Com o desenvolvimento dos
instrumentos de medição do tempo fabricados pelo homem, a
determinação do tempo social ganhou autonomia, certamente, em
relação à do tempo físico. A relação entre as duas foi se tornando
indireta, mas nunca foi totalmente rompida, porquanto não pode
sê-lo. Durante muito tempo, foram as necessidades sociais que
motivaram a mensuração do tempo dos “corpos celestes”. É fácil
mostrar como o desenvolvimento desse segundo tipo de medida
foi e continua a ser dependente do desenvolvimento do primeiro
tipo, a despeito das influências recíprocas.
Norbert Elias. Sobre o tempo. Rio de Janeiro:
Zahar, 1998, p. 38-9 (com adaptações).
Assinale a opção em que é apresentada proposta de reescrita
gramaticalmente correta e coerente para o trecho “a despeito das
influências recíprocas”, no último período do texto CG1A1-II.