Questões de Concurso Público DPE-DF 2022 para Analista de Apoio à Assistência Judiciária - Redes
Foram encontradas 4 questões
Ano: 2022
Banca:
CESPE / CEBRASPE
Órgão:
DPE-DF
Provas:
CESPE / CEBRASPE - 2022 - DPE-DF - Analista de Apoio à Assistência Judiciária - Redes
|
CESPE / CEBRASPE - 2022 - DPE-DF - Analista de Apoio à Assistência Judiciária - Administração |
CESPE / CEBRASPE - 2022 - DPE-DF - Analista de Apoio à Assistência Judiciária - Direito |
Q1883748
Português
Texto associado
As forças da natureza são obviamente indiferentes a
modos de produção, tempo e espaço. Mas são as estruturas
sociais que determinam as consequências, o grau de sofrimento e
quem morre mais. Em 1989, o terremoto de São Francisco, de
intensidade 7,1 na escala Richter, causou a morte de 63 pessoas e
deixou cerca de 3.700 feridos. Em 2010, o terremoto em Porto
Príncipe, no Haiti, de magnitude 7,0 na escala Richter, matou
mais de 300 mil pessoas e deixou 300 mil feridos. Dez meses
depois, uma epidemia de cólera matou 9 mil pessoas.
Quando a natureza atinge a existência humana, o impulso
primário é buscar o culpado mais à mão no imaginário. Pode ser
Deus, a cruel natureza ou o enigmático ente a que se denomina
destino. Mas muito frequentemente destino é uma expressão que
encobre com um véu de irracionalidade o que é apenas obra
humana.
O vírus atinge o planeta. O vírus ameaça a humanidade.
Planeta ou humanidade designam tanto os habitantes de
Manhattan, da Avenue Foch, em Paris, do Leblon, no Rio de
Janeiro, ou dos Jardins, em São Paulo, como também designam
os 800 milhões de pessoas que passam fome no mundo, segundo
dados da Organização das Nações Unidas (2017). No planeta
vive o 1% das pessoas que detém renda maior que os restantes
99% da população mundial. Vivem 42 pessoas cuja riqueza é
igual à de 3,7 bilhões dos mais pobres que lutam para sobreviver,
para suprir necessidades básicas. Vivem os que têm renda para
ficar em casa e fazer suas compras de alimentos pela Internet, os
que não vão comer hoje por causa da pandemia e os que já não
comiam antes da pandemia. Vivem os que podem se isolar e os
que moram em aglomerados miseráveis, em um cômodo apenas,
para os quais as palavras “confinamento”, “isolamento” ou
“quarentena” são piadas de mau gosto. Vivem 4,5 bilhões de
pessoas que não têm saneamento nem água encanada,
desprovidas das condições mínimas de higiene.
Internet:<revistacult.uol.com.br> (com adaptações).
No que se refere às ideias, aos sentidos e aos aspectos
linguísticos do texto precedente, julgue o item que se segue.
O sentido original do texto e sua correção gramatical seriam mantidos caso seus dois primeiros períodos passassem a compor um único período, da seguinte maneira: As forças da natureza são obviamente indiferentes a modos de produção, tempo e espaço, mas, são as estruturas sociais que determinam as consequências, o grau de sofrimento e quem morre mais.
O sentido original do texto e sua correção gramatical seriam mantidos caso seus dois primeiros períodos passassem a compor um único período, da seguinte maneira: As forças da natureza são obviamente indiferentes a modos de produção, tempo e espaço, mas, são as estruturas sociais que determinam as consequências, o grau de sofrimento e quem morre mais.
Ano: 2022
Banca:
CESPE / CEBRASPE
Órgão:
DPE-DF
Provas:
CESPE / CEBRASPE - 2022 - DPE-DF - Analista de Apoio à Assistência Judiciária - Redes
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Q1883750
Português
Texto associado
As forças da natureza são obviamente indiferentes a
modos de produção, tempo e espaço. Mas são as estruturas
sociais que determinam as consequências, o grau de sofrimento e
quem morre mais. Em 1989, o terremoto de São Francisco, de
intensidade 7,1 na escala Richter, causou a morte de 63 pessoas e
deixou cerca de 3.700 feridos. Em 2010, o terremoto em Porto
Príncipe, no Haiti, de magnitude 7,0 na escala Richter, matou
mais de 300 mil pessoas e deixou 300 mil feridos. Dez meses
depois, uma epidemia de cólera matou 9 mil pessoas.
Quando a natureza atinge a existência humana, o impulso
primário é buscar o culpado mais à mão no imaginário. Pode ser
Deus, a cruel natureza ou o enigmático ente a que se denomina
destino. Mas muito frequentemente destino é uma expressão que
encobre com um véu de irracionalidade o que é apenas obra
humana.
O vírus atinge o planeta. O vírus ameaça a humanidade.
Planeta ou humanidade designam tanto os habitantes de
Manhattan, da Avenue Foch, em Paris, do Leblon, no Rio de
Janeiro, ou dos Jardins, em São Paulo, como também designam
os 800 milhões de pessoas que passam fome no mundo, segundo
dados da Organização das Nações Unidas (2017). No planeta
vive o 1% das pessoas que detém renda maior que os restantes
99% da população mundial. Vivem 42 pessoas cuja riqueza é
igual à de 3,7 bilhões dos mais pobres que lutam para sobreviver,
para suprir necessidades básicas. Vivem os que têm renda para
ficar em casa e fazer suas compras de alimentos pela Internet, os
que não vão comer hoje por causa da pandemia e os que já não
comiam antes da pandemia. Vivem os que podem se isolar e os
que moram em aglomerados miseráveis, em um cômodo apenas,
para os quais as palavras “confinamento”, “isolamento” ou
“quarentena” são piadas de mau gosto. Vivem 4,5 bilhões de
pessoas que não têm saneamento nem água encanada,
desprovidas das condições mínimas de higiene.
Internet:<revistacult.uol.com.br> (com adaptações).
No que se refere às ideias, aos sentidos e aos aspectos
linguísticos do texto precedente, julgue o item que se segue.
Sem prejuízo do sentido original e da correção gramatical do texto, o segundo período do terceiro parágrafo (“Planeta... Unidas (2017)).” poderia ser reescrito da seguinte forma: Os habitantes de Manhattan, os da Avenue Foch, em Paris, os do Leblon, no Rio de Janeiro, ou os dos Jardins, em São Paulo, tanto quanto os 800 milhões de pessoas que, segundo dados da Organização das Nações Unidas (2017), passam fome no mundo, enquadram-se na designação dos termos planeta e humanidade.
Sem prejuízo do sentido original e da correção gramatical do texto, o segundo período do terceiro parágrafo (“Planeta... Unidas (2017)).” poderia ser reescrito da seguinte forma: Os habitantes de Manhattan, os da Avenue Foch, em Paris, os do Leblon, no Rio de Janeiro, ou os dos Jardins, em São Paulo, tanto quanto os 800 milhões de pessoas que, segundo dados da Organização das Nações Unidas (2017), passam fome no mundo, enquadram-se na designação dos termos planeta e humanidade.
Ano: 2022
Banca:
CESPE / CEBRASPE
Órgão:
DPE-DF
Provas:
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Q1883756
Português
Texto associado
Espinosa atravessou lentamente a rua, olhar no chão, mãos
nos bolsos, em direção à praça. O sol ainda brilhava forte na
tarde de primavera. Procurou um banco vazio, de frente para o
porto, tendo às costas o velho prédio do jornal A Noite. À
sombra de um grande fícus, deixou as ideias surgirem
anarquicamente.
Poucas pessoas considerariam a praça Mauá um lugar
adequado à reflexão, exceto ele e os mendigos. No começo era
visto com desconfiança, mas aos poucos eles foram se
acostumando a sua presença. Nunca frequentou a praça à noite,
respeitava a metamorfose produzida pelos frequentadores do
Scandinavia Night Club ou da Boite Florida.
Enquanto prestava minuciosa atenção ao movimento dos
guindastes no porto, deixou o pensamento emaranhar-se
livremente em sua própria trama. Formara, havia tempos, a ideia
de que momentos de solidão eram propícios à reflexão. Sentado
naquele banco, acabara por concluir que isso não se aplicava a si
próprio. A forma mais comum como transcorria sua vida mental
era a de um fluxo semienlouquecido de imagens acompanhado de
diálogos inteiramente fantásticos. Não se julgava capaz de uma
reflexão puramente racional, o que, para um policial, era no
mínimo embaraçoso.
Luiz Alfredo Garcia-Roza. O silêncio da chuva.
Companhia das Letras, 2005 (com adaptações).
No que concerne aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto
anterior, julgue o item que se segue.
No período “Formara, havia tempos, a ideia de que momentos de solidão eram propícios à reflexão” (terceiro parágrafo), o trecho “Formara, havia tempos” poderia ser substituído por Formou, há tempos, sem prejuízo dos sentidos originais e da correção gramatical do texto.
No período “Formara, havia tempos, a ideia de que momentos de solidão eram propícios à reflexão” (terceiro parágrafo), o trecho “Formara, havia tempos” poderia ser substituído por Formou, há tempos, sem prejuízo dos sentidos originais e da correção gramatical do texto.
Ano: 2022
Banca:
CESPE / CEBRASPE
Órgão:
DPE-DF
Provas:
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Q1883769
Português
Texto associado
Em O processo, a antevisão do inferno em que se
transformaria a burocracia moderna, das culpas imputadas, da
tortura anônima e da morte que caracterizam os regimes
totalitários do século vinte já é um lugar-comum. O trucidamento
(literal) de que K. tornou-se um ícone do homicídio político. “A
colônia penal” de Kafka transformou-se em realidade pouco
depois de sua morte, quando também os temas da aniquilação e
dos “vermes”, de sua Metamorfose, adquiriram macabra
realidade. A realização concreta de suas premonições, com
pormenores de clarividência, está indissociavelmente relacionada
às suas fantasias aparentemente desvairadas. Haveria algum
sentido em pensar que, de alguma forma, as previsões claramente
formuladas na ficção de Kafka, em O processo principalmente,
teriam contribuído para que de fato ocorressem? Seria possível
que uma profecia articulada de maneira tão impiedosa tivesse
outro destino que não a sua realização? As três irmãs de K. e sua
Milena morreram em campos de concentração. O judeu da
Europa Central que Kafka ironizou e celebrou foi extinto de
maneira abominável. Em termos espirituais, existe a
possibilidade de Franz Kafka ter sentido seus dons proféticos
como uma visitação de culpa, de que a capacidade de antever o
tivesse exposto demais às suas emoções. K. torna-se o cúmplice,
perplexo, porém quase impaciente, do crime perpetrado contra
ele. Coexistem, em todos os suicídios, a apologia e a
aquiescência. Como diz o sacerdote, em triste zombaria (seria
mesmo zombaria?): “A justiça nada quer de ti. Acolhe-te quando
vens e te deixa ir quando partes”. Essa formulação está muito
próxima de ser uma definição da vida humana, da liberdade de
ser culpado, que é a liberdade concedida ao homem expulso do
Paraíso. Quem, senão Kafka, teria sido capaz de dizer isso em tão
poucas palavras? Ou se saber condenado por ter sido capaz de
fazê-lo?
George Steiner. Um comentário sobre O processo de Kafka. In: Nenhuma paixão desperdiçada.
Tradução de Maria Alice Máximo. Rio de Janeiro: Record, 2001 (com adaptações).
Acerca dos sentidos, das ideias e dos aspectos linguísticos do
texto apresentado, julgue o item a seguir.
No quinto período do texto, a locução verbal “teriam contribuído” poderia ser substituída por contribuiriam, sem prejuízo da correção gramatical do texto.
No quinto período do texto, a locução verbal “teriam contribuído” poderia ser substituída por contribuiriam, sem prejuízo da correção gramatical do texto.