Questões de Concurso Público Prefeitura de Seara - SC 2018 para Professor de Língua Inglesa

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Q1766865 Pedagogia

Segundo os PCN (1998),

A aprendizagem de Língua Estrangeira é uma possibilidade de aumentar a autopercepção do aluno como ser humano e como cidadão. Por esse motivo, ela deve centrar-se no engajamento discursivo do aprendiz, ou seja, em sua capacidade de se engajar e engajar outros no discurso de modo a poder agir no mundo social (BRASIL, 1998, p. 15).


O documento afirma que

A inclusão de uma área no currículo deve ser determinada, entre outros fatores, pela função que desempenha na sociedade. Em relação a uma língua estrangeira, isso requer uma reflexão sobre o seu uso efetivo pela população. No Brasil, tomando-se como exceção o caso do espanhol, principalmente nos contextos das fronteiras nacionais, e o de algumas línguas nos espaços das comunidades de imigrantes (polonês, alemão, italiano etc.) e de grupos nativos, somente uma pequena parcela da população tem a oportunidade de usar línguas estrangeiras como instrumento de comunicação oral, dentro ou fora do país (BRASIL, 1998, p. 20).


A BNCC (2017) menciona apenas da Língua Inglesa (LI) e afirma que

Aprender a língua inglesa propicia a criação de novas formas de engajamento e participação dos alunos em um mundo social cada vez mais globalizado e plural, em que as fronteiras entre países e interesses pessoais, locais, regionais, nacionais e transnacionais estão cada vez mais difusas e contraditórias. Assim, o estudo da língua inglesa pode possibilitar a todos o acesso aos saberes linguísticos necessários para engajamento e participação, contribuindo para o agenciamento crítico dos estudantes e para o exercício da cidadania ativa, além de ampliar as possibilidades de interação e mobilidade, abrindo novos percursos de construção de conhecimentos e de continuidade nos estudos. É esse caráter formativo que inscreve a aprendizagem de inglês em uma perspectiva de educação linguística, consciente e crítica, na qual as dimensões pedagógicas e políticas estão intrinsecamente ligadas (BRASIL, 2017, p. 230).


Leia atentamente as afirmações feitas abaixo.


I- OS PCN afirmam que aprender línguas significa aprender conhecimento e seu uso, pois, diferentemente do que ocorre em outras disciplinas do currículo, na aprendizagem de línguas o que se tem a aprender é também, imediatamente, o uso do conhecimento, ou seja, o que se aprende e o seu uso devem vir juntos no processo de ensinar e aprender línguas. 

II- A BNCC esclarece que o status da LI como língua franca implica firmá-la em um modelo de falante universal e globalizado, ainda considerando a importância da cultura no ensino-aprendizagem da língua e buscando treinar o mais possível os aspectos relativos à proficiência linguística. 

III- Para os PCN, o uso da linguagem (tanto verbal quanto visual) é essencialmente determinado pela sua natureza sociointeracional, pois quem a usa considera aquele a quem se dirige ou quem produziu um enunciado. Todo significado é dialógico, isto é, é construído pelos participantes do discurso. O sócio construtivismo, desenvolvido por Lev Vygotsky (1896 – 1934), abrange a interação do aluno com o meio, buscando utilizar sempre a experiência que o aluno possui sobre determinados assuntos. O professor deve ser o mediador, deve incorporar o aluno à realidade, desenvolvendo um jovem crítico e construtor de conhecimentos.

IV- Para o trabalho pedagógico, no eixo Oralidade – presente na BNCC -, cabe ressaltar que diferentes recursos midiáticos verbo-visuais constituem insumos autênticos e significativos, imprescindíveis para a instauração de práticas de uso/interação oral em sala de aula e de exploração de campos em que tais práticas possam ser trabalhadas. Já no eixo Leitura, menciona que a vivência em leitura a partir de práticas situadas, envolvendo o contato com gêneros escritos e multimodais variados, de importância para a vida escolar, social e cultural dos estudantes, bem como as perspectivas de análise e problematização a partir dessas leituras, corroboram para o desenvolvimento da leitura crítica e para a construção de um percurso criativo e autônomo de aprendizagem da língua. 

V- As práticas leitoras em LI, segundo os PCN, compreendem possibilidades variadas de contextos de uso das Línguas Estrangeiras (LE) para pesquisa e ampliação de conhecimentos de temáticas significativas para os estudantes, com trabalhos de natureza interdisciplinar ou fruição linguística de gêneros como poemas, peças de teatro etc. 


Assinale a alternativa verdadeira. 

Alternativas
Q1766866 Pedagogia

Cada vez mais, pesquisas e até mesmo o cotidiano, permeado pela globalização, pela corrida tecnológica e pelos avanços que ambos trazem continuamente, principalmente na área de comunicação, mostram a importância da consciência cultural para se fazer entender e para entender o "outro". Apesar disso, os projetos atuais de ensino de LE ainda dão ênfase maior aos aspectos linguísticos, limitando os aspectos culturais à mera transmissão de informações estanques, como se estas fossem verdades absolutas. Esse tipo de abordagem tradicional do ensino da LE vê a língua desvinculada da cultura, o que faz com que o aprendiz se limite a entender e a se comportar como o "outro".


    Com o advento do Método Comunicativo, o ensino de aspectos culturais foi descartado temporariamente nas últimas três décadas. Entretanto, estudiosos da Linguística e da Didática têm incessantemente procurado reinserir o ensino de cultura nas aulas de LI. Autores como Holliday (1994), Byram (1989, 1997a), e Kramsch (1993, 1998) têm se dedicado a demonstrar o quanto língua e cultura são inseparáveis, o que tornaria impossível dissociar o ensino de língua dos aspectos culturais inerentes aos falantes dessa língua.


Sobre o acima exposto, não é verdadeiro o que se afirma na letra:

Alternativas
Q1766867 Pedagogia

Segundo Taglieber (1998), a habilidade da leitura é uma das mais importantes a ser desenvolvida nas aulas de LE, uma vez que é fundamental para o aperfeiçoamento das outras habilidades da língua, assim como para a expansão do conhecimento. De tal modo, é possível notar a íntima ligação entre as habilidades de leitura e escrita, uma vez que a prática de uma reforça a outra.

   

   Faz-se necessário tornar a leitura um meio para que os alunos exerçam sua cidadania. Cabe ao professor encontrar meios, como o ensino de estratégias, para que se efetive a leitura em LE na sala de aula e fora dela. As horas na sala de aula precisam ser usadas de forma a despertar no aprendiz o desejo de ultrapassar os limites de tempo e espaço da sala, em busca de novas experiências com a língua. Ou seja, o professor precisa dispor de estratégias de ensino que também despertem no aluno a curiosidade e o desejo de descobrir, fora da escola, possibilidades de utilizar a LE, tornando-o mais autônomo frente às situações de aprendizagem, uma vez que a prática de leitura - tanto em Língua Materna (LM) quanto na LE -, deve ser constante.


As estratégias de leitura são imprescindíveis para a leitura textual crítica. Sobre elas, é incorreta a afirmativa: 

Alternativas
Q1766869 Pedagogia

Marcuschi (2005) disserta sobre a importância de se compreender o gênero textual como algo dinâmico, fluido, incapaz de ser assimilado somente através de classificações e de descrições linguísticas e como modelos estáticos para se confeccionar textos. O autor concebe gênero como sendo fundamentalmente uma atividade social, e aponta à necessidade de se repensar as práticas pedagógicas. Como forma de transformação das mesmas, pode-se fazer uso de Sequências Didáticas (SD) organizadas em torno dos gêneros textuais, pois elas proporcionam a observação de possíveis mudanças no processo de ensino-aprendizagem de LI ao favorecer a análise das capacidades de linguagem desenvolvidas nos alunos que utilizam esse tipo de material.

De acordo com Schneuwly e Dolz (2004, p.97), uma sequência didática é considerada como um conjunto de atividades escolares organizadas sistematicamente em torno de um gênero textual oral ou escrito, guiada ou por um tema, ou por um objetivo geral, ou por uma produção de texto final, para melhorar uma determinada prática de linguagem.

Uma sequência didática divide-se em quatro componentes, quais sejam: apresentação da situação, produção inicial, módulos (atividades variadas que instrumentalizam o aluno no sentido de que ele consiga se apropriar do gênero em estudo em determinada esfera comunicativa), produção final.


Sobre o acima exposto, não é verdadeiro:

Alternativas
Q1766870 Pedagogia

As crianças adquirem (pelo menos) uma língua, seja essa uma língua oral ou manual. Esse fato é surpreendente dada a complexidade das línguas naturais. Além disso, adquirem uma língua quando ainda são muito novas, numa fase em que mal conseguem amarrar os sapatos ou desenhar em círculos. Ou seja, o processo de aquisição de linguagem, além de ser universal, é também rápido, uma vez que, por volta dos quatro anos de idade, quase toda a complexidade de uma língua é aprendida. Considerando tal complexidade das línguas naturais, questiona-se como todas as crianças adquirem uma língua, aparentemente sem esforço algum e sem serem explicitamente ensinadas.

    Como mencionado acima, toda criança normal adquire uma língua natural, sem nenhum treinamento especial e sem um input linguístico sequenciado, ou seja, sem nenhuma preocupação com a ordem em que as sentenças são faladas às crianças. Essa propriedade da aquisição de linguagem, segundo Crain e Lillo-Martin (1999), é chamada de universalidade da linguagem. Embora as línguas naturais sejam muito diversas, o curso de aquisição de linguagem é o mesmo em qualquer língua, como tem sido observado translinguisticamente. Para explicar o processo de aquisição de linguagem, uma teoria linguística tem de dar conta dessa universalidade e responder o que é especial sobre linguagem, e sobre as crianças, que garante que elas irão dominar um sistema de regras rico e complexo num período em que estão apenas entrando em idade escolar.


Leias as afirmações seguintes sobre as teorias de aquisição da linguagem.


I- Chomsky adota uma postura inatista na consideração do processo por meio do qual o ser humano adquire a linguagem. A linguagem, específica da espécie, dotação genética, é um conjunto de comportamentos verbais que seria adquirida como resultado do desencadear de um dispositivo inato, inscrito na mente.

II- O argumento básico de Chomsky é: num tempo bastante curto (mais ou menos dos 18 aos 24 meses), a criança, que é exposta normalmente a uma fala precária, fragmentada, cheia de frases truncadas ou incompletas, é capaz de dominar um conjunto complexo de regras ou princípios básicos que constituem a gramática internalizada do falante. Esse argumento, constantemente reafirmado, é chamado de pobreza do estímulo. Um mecanismo ou dispositivo inato de aquisição da linguagem (em Inglês, LAD, Language Acquisition Device), que elabora hipóteses gramaticais sobre dados linguísticos primários (isto é, a língua a que a criança está exposta), gera uma gramática específica, que é a gramática da língua nativa da criança, de maneira totalmente fácil e com um alto grau de instantaneidade. Isto é, esse mecanismo inato faz "desabrochar" o que "já está lá", através da projeção, nos dados do ambiente, de um conhecimento linguístico prévio, sintático por natureza. 

III- A abordagem chamada de cognitivismo construtivista ou epigenético foi desenvolvida com base nos estudos do epistemólogo suíço Jean Piaget, segundo o qual o aparecimento da linguagem se dá na superação do estágio sensório-motor, por volta dos 18 meses. Neste estágio de desenvolvimento cognitivo se dá o desenvolvimento da função simbólica, por meio da qual um significante (ou um sinal) pode representar um objeto significado, além do desenvolvimento da representação, pela qual a experiência pode ser armazenada e recuperada. 

IV- Vygotsky explica o desenvolvimento da linguagem (e do pensamento) como tendo origens sociais, externas, nas trocas comunicativas entre a criança e o adulto. Tais estruturas construídas socialmente, "externamente", sofreriam, com o tempo (mais ou menos por volta de dois anos de idade), um movimento de interiorização e de representação mental do que antes era social e internalizado. O pensador propõe que fala e pensamento prático devem ser estudados sob um mesmo prisma e atribui à atividade simbólica, viabilizada pela fala, uma função organizadora do pensamento: com a ajuda da fala, a criança começa a controlar o ambiente e o próprio comportamento. O poderoso instrumento da linguagem é trazido pelo que chama de internalização da ação e do diálogo.

V- A partir do início da década de 1980, os dramáticos avanços nas áreas da Neurociência e da Computação deram vazão a uma nova escola de pensamento na Psicologia e nas Ciências Cognitivas em geral – mais atualmente também na Linguística – denominada Conexionismo. Diferentemente do que é defendido pelos teóricos simbolistas, para os quais a linguagem constitui um domínio específico e localizado de conhecimento (domain specific), os conexionistas a concebem como fruto do mesmo mecanismo responsável por processar todas as faculdades cognitivas humanas (domain general). Embora os conexionistas admitam a existência de diferentes sistemas processadores no cérebro (ou seja, diferentes algoritmos de aprendizagem), os princípios que subjazem a esses diferentes processadores são os mesmos. Segundo essa visão, portanto, a natureza do hardware mental restringe a cognição e o que é universal são os princípios que a governam. Além disso, ao defenderem que a aprendizagem é moldada pelas demandas do ambiente, os defensores de modelos conexionistas sugerem uma ‗nova forma de inatismo‘: embora aceitem a postulação de uma estrutura cerebral inata responsável por restringir a aquisição da linguagem, questionam se essa é constituída de módulos especializados de acordo com o tipo de input a ser processado ou se incluem qualquer tipo de conhecimento prévio específico de estruturas gramaticais.

É verdadeira a letra:

Alternativas
Respostas
1: A
2: A
3: C
4: A
5: C