Questões de Concurso Público Prefeitura de Gravatá - PE 2020 para Professor de História

Foram encontradas 5 questões

Q1679754 História
Analise as afirmativas a seguir:

I. Entre 1500 e 1535, a principal atividade econômica foi a extração do pau-brasil, obtida principalmente mediante troca com os índios. As árvores não cresciam juntas, em grandes áreas, mas encontravam-se dispersas. À medida que a madeira foi-se esgotando no litoral, os europeus passaram a recorrer aos índios para obtê-la. O trabalho coletivo, especialmente a derrubada de árvores, era uma tarefa comum na sociedade tupinambá. Assim, o corte do pau-brasil podia integrar-se com relativa facilidade aos padrões tradicionais da vida indígena. Os índios forneciam a madeira e, em menor escala, farinha de mandioca, trocadas por peças de tecido, facas, canivetes e quinquilharias, objetos de pouco valor para os portugueses.

II. A forma pela qual, ao longo de alguns séculos, a Coroa portuguesa tratou de assegurar os maiores ganhos do empreendimento colonial relaciona-se com as concepções de política econômica vigentes na época, abrangidas pela expressão “mercantilismo”. Falamos em “concepções” no plural, porque seria equivocado imaginar que houve uma política econômica dos Estados europeus, sempre idêntica, entre os séculos XV e XVIII. Ela variou muito, de país a país, de período a período, mas alguns traços essenciais podem ser definidos.

III. Seria errôneo pensar que, enquanto os índios se opuseram à escravidão, os negros a aceitaram passivamente. Fugas individuais ou em massa, agressões contra senhores, resistência cotidiana fizeram parte das relações entre senhores e escravos, desde os primeiros tempos. Os quilombos, ou seja, estabelecimentos de negros que escapavam à escravidão pela fuga e recompunham no Brasil formas de organização social semelhantes às africanas, existiram às centenas no Brasil colonial.
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Alternativas
Q1679770 História
Analise as afirmativas a seguir:

I. Ao instituir as capitanias hereditárias, a Coroa portuguesa lançou mão de algumas fórmulas cuja origem se encontra na sociedade medieval europeia. É o caso, por exemplo, do direito concedido aos donatários de obter pagamento para licenciar a instalação de engenhos de açúcar. Esse direito é análogo às “banalidades” pagas pelos lavradores aos senhores feudais. Mas, em essência, mesmo na sua forma original, as capitanias representaram uma tentativa transitória e ainda tateante de colonização, com o objetivo de dissociar a Colônia da economia mercantil europeia.

II. A escravidão foi uma instituição nacional no Brasil colonial. Ela penetrou toda a sociedade, condicionando seu modo de agir e de pensar. O desejo de ser dono de escravos, o esforço por obtê-los era restrito às classes dominantes, ou seja, à aristocracia. Apenas os senhores de engenho podiam ser proprietários de escravos, pequenos lavradores e os lares domésticos, nas cidades, não tinham autorização para dispor deles. Como consequência, o preconceito contra o negro ultrapassou o fim da escravidão e chegou modificado a nossos dias.

III. No Brasil Colonial, a atribuição de doar sesmarias é importante, pois deu origem à formação de vastos latifúndios. A sesmaria foi conceituada no Brasil como uma extensão de terra virgem cuja propriedade era doada a um sesmeiro, com a obrigação – raramente cumprida – de cultivá-la no prazo de cinco anos e de pagar o tributo devido à Coroa. Houve, em toda a Colônia, imensas sesmarias de limites mal definidos, como a de Brás Cubas, que abrangia parte dos atuais municípios de Santos, Cubatão e São Bernardo.

Marque a alternativa CORRETA:
Alternativas
Q1679772 História
Analise as afirmativas a seguir:

I. As primeiras tentativas de exploração do litoral brasileiro se basearam no sistema de feitorias, adotado na costa africana. O Brasil foi arrendado por três anos a um consórcio de comerciantes de Lisboa, liderado pelo cristão-novo Fernão de Loronha ou Noronha, que recebeu o monopólio comercial, obrigando-se em troca, ao que parece, a enviar seis navios a cada ano para explorar trezentas léguas (cerca de 2 mil quilômetros) da costa e a construir uma feitoria. O consórcio realizou algumas viagens mas, aparentemente, quando em 1505 o arrendamento terminou, a Coroa portuguesa tomou a exploração da nova terra em suas mãos.

II. Palmares – uma rede de povoados situada em uma região que hoje corresponde em parte ao Estado de Alagoas, com vários milhares de habitantes - foi certamente o mais importante quilombo da sua época. Foi formado no início do século XVII e resistiu aos ataques de portugueses e holandeses por quase cem anos, vindo a sucumbir, em 1695, às tropas sob o comando do bandeirante Domingos Jorge Velho.

III. As capitanias hereditárias foram uma instituição a que frequentemente se referem os historiadores, sobretudo portugueses, defensores da tese da natureza feudal da colonização. Essa tese e a própria discussão possuem uma grande importância atualmente, pois a tendência historiográfica mais recente considera indispensável rotular com etiquetas rígidas formações sociais complexas que não reproduzem o modelo europeu, a fim de distingui-las do que ocorreu no Velho Mundo.

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Q1679789 História
A política econômica do governo Médici

Por José P. Macarini, em 2005 (adaptado).

A evolução da economia brasileira e da política econômica durante o regime militar foi objeto de frequente atenção dos estudiosos, o que permitiu consolidar um profundo conhecimento acerca do período. Entretanto, algumas lacunas ainda permanecem. Uma delas diz respeito à política econômica do governo Médici.

A literatura existente tendeu a tratar a política econômica do Governo Militar em blocos, como se fora um continuum. Frequentemente, se observa uma tentativa de identificar um padrão invariável de gestão econômica no período iniciado em 1967 (com o governo Costa e Silva) e abarcando o governo Médici. Esse enfoque terá sido estimulado por fatores como a continuidade de comando da política econômica por Delfim Netto, a explícita inflexão promovida nos anos de 1967 e 1968, a predominância de uma orientação expansionista na maior parte do período – e a conjuntura de crescimento acelerado, descrita à época na imagem do “milagre brasileiro”.

Contudo, tal perspectiva, conquanto adequada para certos propósitos, não configura um retrato verdadeiramente fiel do movimento da política econômica no governo Médici, o qual foi bem mais complexo e não-linear. Assim, o discurso (e a práxis) de Delfim Netto de 1967-1968 não se projetam facilmente sobre todo o período até 1973. É possível argumentar, por exemplo, que uma nova inflexão da política econômica ocorreu em 1969, sob o efeito da mudança de conjuntura política decretada pelo AI-5. Ao mesmo tempo, o “milagre brasileiro” desponta apenas na virada de 1969 para 1970.

Destaca-se, ainda, que a “visão de mundo” de Delfim Netto, representada pelo “modelo agrícola-exportador”, somente adquiriu o estatuto de núcleo estratégico da política econômica no governo Médici. Ao mesmo tempo, o impressionante expansionismo da política econômica de curto prazo nos anos de 1972 e 1973 se fez num cenário totalmente distinto do observado nos anos de 1967 e 1968.

Assim, afirmar que a política e a gestão da economia brasileira no Governo Militar tiveram um caráter homogêneo e invariável não é uma forma precisa de descrever esse importante aspecto da vida política no período. Diferenças e particularidades existiram e, certamente, é possível identificar características próprias do governo Médici que distinguem a condução econômica do país sob a sua gestão daquelas de períodos anteriores e posteriores.

Fonte: https://bit.ly/2UWPjBj. 
Leia o texto 'A política econômica do governo Médici' e, em seguida, analise as afirmativas abaixo:

I. A evolução da economia brasileira e da política econômica durante o regime militar foi objeto de frequente atenção dos estudiosos, de acordo com o texto.

II. De acordo com as informações do texto, pode-se inferir que existe um enfoque dado pela literatura sobre uma suposta homogeneidade na política econômica no Governo Militar.

III. Afirmar que a política e a gestão da economia brasileira no Governo Militar tiveram um caráter homogêneo não é uma forma precisa de descrever esse período, afirma o texto.

Marque a alternativa CORRETA:
Alternativas
Q1679790 História
A política econômica do governo Médici

Por José P. Macarini, em 2005 (adaptado).

A evolução da economia brasileira e da política econômica durante o regime militar foi objeto de frequente atenção dos estudiosos, o que permitiu consolidar um profundo conhecimento acerca do período. Entretanto, algumas lacunas ainda permanecem. Uma delas diz respeito à política econômica do governo Médici.

A literatura existente tendeu a tratar a política econômica do Governo Militar em blocos, como se fora um continuum. Frequentemente, se observa uma tentativa de identificar um padrão invariável de gestão econômica no período iniciado em 1967 (com o governo Costa e Silva) e abarcando o governo Médici. Esse enfoque terá sido estimulado por fatores como a continuidade de comando da política econômica por Delfim Netto, a explícita inflexão promovida nos anos de 1967 e 1968, a predominância de uma orientação expansionista na maior parte do período – e a conjuntura de crescimento acelerado, descrita à época na imagem do “milagre brasileiro”.

Contudo, tal perspectiva, conquanto adequada para certos propósitos, não configura um retrato verdadeiramente fiel do movimento da política econômica no governo Médici, o qual foi bem mais complexo e não-linear. Assim, o discurso (e a práxis) de Delfim Netto de 1967-1968 não se projetam facilmente sobre todo o período até 1973. É possível argumentar, por exemplo, que uma nova inflexão da política econômica ocorreu em 1969, sob o efeito da mudança de conjuntura política decretada pelo AI-5. Ao mesmo tempo, o “milagre brasileiro” desponta apenas na virada de 1969 para 1970.

Destaca-se, ainda, que a “visão de mundo” de Delfim Netto, representada pelo “modelo agrícola-exportador”, somente adquiriu o estatuto de núcleo estratégico da política econômica no governo Médici. Ao mesmo tempo, o impressionante expansionismo da política econômica de curto prazo nos anos de 1972 e 1973 se fez num cenário totalmente distinto do observado nos anos de 1967 e 1968.

Assim, afirmar que a política e a gestão da economia brasileira no Governo Militar tiveram um caráter homogêneo e invariável não é uma forma precisa de descrever esse importante aspecto da vida política no período. Diferenças e particularidades existiram e, certamente, é possível identificar características próprias do governo Médici que distinguem a condução econômica do país sob a sua gestão daquelas de períodos anteriores e posteriores.

Fonte: https://bit.ly/2UWPjBj. 

Leia o texto 'A política econômica do governo Médici' e, em seguida, analise as afirmativas abaixo:

I. De acordo com as informações do texto, pode-se concluir que a literatura existente preocupou-se em destacar as particularidades e diferenças da política econômica ao longo do Governo Militar.

II. O texto afirma que é possível identificar características próprias do governo Médici que distinguem a condução econômica do país sob a sua gestão.

III. A visão de que o Governo Militar teve uma política econômica homogênea não configura um retrato verdadeiramente fiel do movimento da política econômica no governo Médici, na perspectiva do texto.

Marque a alternativa CORRETA:

Alternativas
Respostas
1: D
2: B
3: C
4: D
5: C