Questões de Concurso Público Prefeitura de Palmeira dos Índios - AL 2019 para Professor de Educação Física
Foram encontradas 9 questões
Ano: 2019
Banca:
ADM&TEC
Órgão:
Prefeitura de Palmeira dos Índios - AL
Provas:
ADM&TEC - 2019 - Prefeitura de Palmeira dos Índios - AL - Professor de Educação Física
|
ADM&TEC - 2019 - Prefeitura de Palmeira dos Índios - AL - Professor de História |
ADM&TEC - 2019 - Prefeitura de Palmeira dos Índios - AL - Professor de Língua Portuguesa |
ADM&TEC - 2019 - Prefeitura de Palmeira dos Índios - AL - Professor de Geografia |
ADM&TEC - 2019 - Prefeitura de Palmeira dos Índios - AL - Professor de Matemática |
ADM&TEC - 2019 - Prefeitura de Palmeira dos Índios - AL - Professor de Ciências Biológicas |
Q1405212
Português
Texto associado
PRECONCEITO QUE CALA, LÍNGUA QUE DISCRIMINA
Marcos Bagno, escritor e linguista brasileiro, deixa à mostra a
ideologia de exclusão social e de dominação política pela língua,
típica das sociedades ocidentais. “Podemos amar e cultivar
nossas línguas, mas sem esquecer o preço altíssimo que muita
gente pagou para que elas se implantassem como idiomas
nacionais e línguas pátrias”.
O preconceito linguístico é um preconceito social. Para isso,
aponta a afiada análise do escritor e linguista Marcos Bagno,
brasileiro de Minas Gerais. Autor de mais de 30 livros, entre
obras literárias e de divulgação científica, e professor da
Universidade de Brasília, atualmente é reconhecido sobretudo
por sua militância contra a discriminação social por meio da
linguagem. No Brasil, tornou-se referência na luta pela
democratização da linguagem e suas ideias têm exercido
importante influência nos cursos de Letras e Pedagogia.
A importância de atingir esse meio, segundo ele, é que o
combate ao preconceito linguístico passa principalmente pelas
práticas escolares: é preciso que os professores se
conscientizem e não sejam eles mesmos perpetuadores do
preconceito linguístico e da discriminação. Preconceito mais
antigo que o cristianismo, para Bagno, a língua desde longa data
é instrumentalizada pelos poderes oficiais como um mecanismo
de controle social. Dialeto e língua, fala correta e incorreta: na
entrevista concedida a Desinformémonos, ele desnaturaliza
esses conceitos e deixa à mostra a ideologia de exclusão e de
dominação política pela língua, tão impregnada nas sociedades
ocidentais.
“A língua é um dialeto com exército e marinha”, Max Weinreich.
O controle social é feito oficialmente quando um Estado escolhe
uma língua ou uma determinada variedade linguística para se
tornar a língua oficial. Evidentemente qualquer processo de
seleção implica um processo de exclusão. Quando, em um país,
existem várias línguas faladas, e uma delas se torna oficial, as
demais línguas passam a ser objeto de repressão.
É muito antiga a tradição de distinguir a língua associada ao
símbolo de poder dos dialetos. O uso do termo “dialeto” sempre
foi carregado de preconceito racial ou cultural. Nesse emprego, dialeto é associado a uma maneira errada, feia ou má de se falar
uma língua. Também é uma maneira de distinguir a língua dos
povos civilizados, brancos, das formas supostamente primitivas
de falar dos povos selvagens. Essa forma de classificação é tão
poderosa que se erradicou no inconsciente da maioria das
pessoas, inclusive as que declaram fazer um trabalho
politicamente correto.
De fato, a separação entre língua e dialeto é eminentemente
política e escapa aos critérios que os linguistas tentam
estabelecer para delimitar dita separação. A eleição de um
dialeto, ou de uma língua, para ocupar o cargo de língua oficial,
renega, no mesmo gesto político, todas as outras variedades de
língua de um mesmo território à terrível escuridão do não-ser. A
referência do que vem de cima, do poder, das classes
dominantes, cria aos falantes das variedades de língua sem
prestígio social e cultural um complexo de inferioridade, uma
baixo autoestima linguística, a qual os sociolinguistas catalães
chamam de “auto-ódio”.
Falar de uma língua é sempre mover-se no terreno pantanoso
das crenças, superstições, ideologia e representações. A Língua
é um objeto criado, normatizado, institucionalizado para garantir
a unidade política de um Estado sob o mote tradicional: “um país,
um povo, uma língua”. Durante muitos séculos, para conseguir a
desejada unidade nacional, muitas línguas foram e são
emudecidas, muitas populações foram e são massacradas,
povos inteiros foram calados e exterminados. No continente
americano, temos uma história tristíssima de colonização
construída sobre milhares de cadáveres de indígenas que já
estavam aqui quando os europeus invadiram suas terras
ancestrais e dos africanos escravizados que foram trazidos para
cá contra sua vontade.
Não podemos esquecer que o que chamamos de “língua
espanhola”, “língua portuguesa”, ou “língua inglesa” tem um rico
histórico, não é algo que nasceu naturalmente. Podemos amar e
cultivar essas línguas, mas sem esquecer o preço altíssimo que
muita gente pagou para que elas se implantassem como
idiomas nacionais e línguas pátrias.
(Adaptado. Reforma Ortográfica. Disponível em: http://bit.ly/2oPUuWL)
Com base no texto 'PRECONCEITO QUE CALA, LÍNGUA QUE
DISCRIMINA', leia as afirmativas a seguir:
I. Os falares dos povos considerados selvagens são considerados dialetos, pois não são línguas com uma estrutura e uma gramática como as dos povos “civilizados”. Essa ideia fica clara no excerto: “A eleição de um dialeto, ou de uma língua, para ocupar o cargo de língua oficial, renega, no mesmo gesto político, todas as outras variedades de língua de um mesmo território à terrível escuridão do não-ser”.
II. Conforme pontua o texto, algumas línguas nacionais ou pátrias que hoje conhecemos e apreciamos foram constituídas à base da discriminação social realizada pelos povos colonizadores cuja prática continua legitimada pela escola. Em suma, muitas pessoas pagaram um preço altíssimo para que elas se implantassem como idiomas nacionais e línguas pátrias.
Marque a alternativa CORRETA:
I. Os falares dos povos considerados selvagens são considerados dialetos, pois não são línguas com uma estrutura e uma gramática como as dos povos “civilizados”. Essa ideia fica clara no excerto: “A eleição de um dialeto, ou de uma língua, para ocupar o cargo de língua oficial, renega, no mesmo gesto político, todas as outras variedades de língua de um mesmo território à terrível escuridão do não-ser”.
II. Conforme pontua o texto, algumas línguas nacionais ou pátrias que hoje conhecemos e apreciamos foram constituídas à base da discriminação social realizada pelos povos colonizadores cuja prática continua legitimada pela escola. Em suma, muitas pessoas pagaram um preço altíssimo para que elas se implantassem como idiomas nacionais e línguas pátrias.
Marque a alternativa CORRETA:
Ano: 2019
Banca:
ADM&TEC
Órgão:
Prefeitura de Palmeira dos Índios - AL
Provas:
ADM&TEC - 2019 - Prefeitura de Palmeira dos Índios - AL - Professor de Educação Física
|
ADM&TEC - 2019 - Prefeitura de Palmeira dos Índios - AL - Professor de História |
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ADM&TEC - 2019 - Prefeitura de Palmeira dos Índios - AL - Professor de Geografia |
ADM&TEC - 2019 - Prefeitura de Palmeira dos Índios - AL - Professor de Matemática |
ADM&TEC - 2019 - Prefeitura de Palmeira dos Índios - AL - Professor de Ciências Biológicas |
Q1405213
Português
Texto associado
PRECONCEITO QUE CALA, LÍNGUA QUE DISCRIMINA
Marcos Bagno, escritor e linguista brasileiro, deixa à mostra a
ideologia de exclusão social e de dominação política pela língua,
típica das sociedades ocidentais. “Podemos amar e cultivar
nossas línguas, mas sem esquecer o preço altíssimo que muita
gente pagou para que elas se implantassem como idiomas
nacionais e línguas pátrias”.
O preconceito linguístico é um preconceito social. Para isso,
aponta a afiada análise do escritor e linguista Marcos Bagno,
brasileiro de Minas Gerais. Autor de mais de 30 livros, entre
obras literárias e de divulgação científica, e professor da
Universidade de Brasília, atualmente é reconhecido sobretudo
por sua militância contra a discriminação social por meio da
linguagem. No Brasil, tornou-se referência na luta pela
democratização da linguagem e suas ideias têm exercido
importante influência nos cursos de Letras e Pedagogia.
A importância de atingir esse meio, segundo ele, é que o
combate ao preconceito linguístico passa principalmente pelas
práticas escolares: é preciso que os professores se
conscientizem e não sejam eles mesmos perpetuadores do
preconceito linguístico e da discriminação. Preconceito mais
antigo que o cristianismo, para Bagno, a língua desde longa data
é instrumentalizada pelos poderes oficiais como um mecanismo
de controle social. Dialeto e língua, fala correta e incorreta: na
entrevista concedida a Desinformémonos, ele desnaturaliza
esses conceitos e deixa à mostra a ideologia de exclusão e de
dominação política pela língua, tão impregnada nas sociedades
ocidentais.
“A língua é um dialeto com exército e marinha”, Max Weinreich.
O controle social é feito oficialmente quando um Estado escolhe
uma língua ou uma determinada variedade linguística para se
tornar a língua oficial. Evidentemente qualquer processo de
seleção implica um processo de exclusão. Quando, em um país,
existem várias línguas faladas, e uma delas se torna oficial, as
demais línguas passam a ser objeto de repressão.
É muito antiga a tradição de distinguir a língua associada ao
símbolo de poder dos dialetos. O uso do termo “dialeto” sempre
foi carregado de preconceito racial ou cultural. Nesse emprego, dialeto é associado a uma maneira errada, feia ou má de se falar
uma língua. Também é uma maneira de distinguir a língua dos
povos civilizados, brancos, das formas supostamente primitivas
de falar dos povos selvagens. Essa forma de classificação é tão
poderosa que se erradicou no inconsciente da maioria das
pessoas, inclusive as que declaram fazer um trabalho
politicamente correto.
De fato, a separação entre língua e dialeto é eminentemente
política e escapa aos critérios que os linguistas tentam
estabelecer para delimitar dita separação. A eleição de um
dialeto, ou de uma língua, para ocupar o cargo de língua oficial,
renega, no mesmo gesto político, todas as outras variedades de
língua de um mesmo território à terrível escuridão do não-ser. A
referência do que vem de cima, do poder, das classes
dominantes, cria aos falantes das variedades de língua sem
prestígio social e cultural um complexo de inferioridade, uma
baixo autoestima linguística, a qual os sociolinguistas catalães
chamam de “auto-ódio”.
Falar de uma língua é sempre mover-se no terreno pantanoso
das crenças, superstições, ideologia e representações. A Língua
é um objeto criado, normatizado, institucionalizado para garantir
a unidade política de um Estado sob o mote tradicional: “um país,
um povo, uma língua”. Durante muitos séculos, para conseguir a
desejada unidade nacional, muitas línguas foram e são
emudecidas, muitas populações foram e são massacradas,
povos inteiros foram calados e exterminados. No continente
americano, temos uma história tristíssima de colonização
construída sobre milhares de cadáveres de indígenas que já
estavam aqui quando os europeus invadiram suas terras
ancestrais e dos africanos escravizados que foram trazidos para
cá contra sua vontade.
Não podemos esquecer que o que chamamos de “língua
espanhola”, “língua portuguesa”, ou “língua inglesa” tem um rico
histórico, não é algo que nasceu naturalmente. Podemos amar e
cultivar essas línguas, mas sem esquecer o preço altíssimo que
muita gente pagou para que elas se implantassem como
idiomas nacionais e línguas pátrias.
(Adaptado. Reforma Ortográfica. Disponível em: http://bit.ly/2oPUuWL)
Com base no texto 'PRECONCEITO QUE CALA, LÍNGUA QUE
DISCRIMINA', leia as afirmativas a seguir:
I. Como mostra o texto, a língua sempre foi um instrumento de poder, pois, ao elencar uma língua ou uma variedade linguística para se tornar oficial, um Estado acaba gerando um processo de exclusão. Ou seja, o controle social será exercido por essa nova escolha, pois em uma nação onde convivem várias línguas, se uma delas se torna oficial, as demais passarão a ser objeto de repressão.
II. É pertinente afirmar, a partir do texto, que o uso da palavra “língua” está relacionado a uma ideologia da exclusão social, visto que esse vocábulo sempre foi ligado a um modo errado, feio ou mal de se falar um dialeto. Ademais, também é uma maneira de distinguir a língua dos povos civilizados, brancos, das formas supostamente primitivas de falar dos povos selvagens.
Marque a alternativa CORRETA:
I. Como mostra o texto, a língua sempre foi um instrumento de poder, pois, ao elencar uma língua ou uma variedade linguística para se tornar oficial, um Estado acaba gerando um processo de exclusão. Ou seja, o controle social será exercido por essa nova escolha, pois em uma nação onde convivem várias línguas, se uma delas se torna oficial, as demais passarão a ser objeto de repressão.
II. É pertinente afirmar, a partir do texto, que o uso da palavra “língua” está relacionado a uma ideologia da exclusão social, visto que esse vocábulo sempre foi ligado a um modo errado, feio ou mal de se falar um dialeto. Ademais, também é uma maneira de distinguir a língua dos povos civilizados, brancos, das formas supostamente primitivas de falar dos povos selvagens.
Marque a alternativa CORRETA:
Ano: 2019
Banca:
ADM&TEC
Órgão:
Prefeitura de Palmeira dos Índios - AL
Provas:
ADM&TEC - 2019 - Prefeitura de Palmeira dos Índios - AL - Professor de Educação Física
|
ADM&TEC - 2019 - Prefeitura de Palmeira dos Índios - AL - Professor de História |
ADM&TEC - 2019 - Prefeitura de Palmeira dos Índios - AL - Professor de Língua Portuguesa |
ADM&TEC - 2019 - Prefeitura de Palmeira dos Índios - AL - Professor de Geografia |
ADM&TEC - 2019 - Prefeitura de Palmeira dos Índios - AL - Professor de Matemática |
ADM&TEC - 2019 - Prefeitura de Palmeira dos Índios - AL - Professor de Ciências Biológicas |
Q1405214
Português
Texto associado
PRECONCEITO QUE CALA, LÍNGUA QUE DISCRIMINA
Marcos Bagno, escritor e linguista brasileiro, deixa à mostra a
ideologia de exclusão social e de dominação política pela língua,
típica das sociedades ocidentais. “Podemos amar e cultivar
nossas línguas, mas sem esquecer o preço altíssimo que muita
gente pagou para que elas se implantassem como idiomas
nacionais e línguas pátrias”.
O preconceito linguístico é um preconceito social. Para isso,
aponta a afiada análise do escritor e linguista Marcos Bagno,
brasileiro de Minas Gerais. Autor de mais de 30 livros, entre
obras literárias e de divulgação científica, e professor da
Universidade de Brasília, atualmente é reconhecido sobretudo
por sua militância contra a discriminação social por meio da
linguagem. No Brasil, tornou-se referência na luta pela
democratização da linguagem e suas ideias têm exercido
importante influência nos cursos de Letras e Pedagogia.
A importância de atingir esse meio, segundo ele, é que o
combate ao preconceito linguístico passa principalmente pelas
práticas escolares: é preciso que os professores se
conscientizem e não sejam eles mesmos perpetuadores do
preconceito linguístico e da discriminação. Preconceito mais
antigo que o cristianismo, para Bagno, a língua desde longa data
é instrumentalizada pelos poderes oficiais como um mecanismo
de controle social. Dialeto e língua, fala correta e incorreta: na
entrevista concedida a Desinformémonos, ele desnaturaliza
esses conceitos e deixa à mostra a ideologia de exclusão e de
dominação política pela língua, tão impregnada nas sociedades
ocidentais.
“A língua é um dialeto com exército e marinha”, Max Weinreich.
O controle social é feito oficialmente quando um Estado escolhe
uma língua ou uma determinada variedade linguística para se
tornar a língua oficial. Evidentemente qualquer processo de
seleção implica um processo de exclusão. Quando, em um país,
existem várias línguas faladas, e uma delas se torna oficial, as
demais línguas passam a ser objeto de repressão.
É muito antiga a tradição de distinguir a língua associada ao
símbolo de poder dos dialetos. O uso do termo “dialeto” sempre
foi carregado de preconceito racial ou cultural. Nesse emprego, dialeto é associado a uma maneira errada, feia ou má de se falar
uma língua. Também é uma maneira de distinguir a língua dos
povos civilizados, brancos, das formas supostamente primitivas
de falar dos povos selvagens. Essa forma de classificação é tão
poderosa que se erradicou no inconsciente da maioria das
pessoas, inclusive as que declaram fazer um trabalho
politicamente correto.
De fato, a separação entre língua e dialeto é eminentemente
política e escapa aos critérios que os linguistas tentam
estabelecer para delimitar dita separação. A eleição de um
dialeto, ou de uma língua, para ocupar o cargo de língua oficial,
renega, no mesmo gesto político, todas as outras variedades de
língua de um mesmo território à terrível escuridão do não-ser. A
referência do que vem de cima, do poder, das classes
dominantes, cria aos falantes das variedades de língua sem
prestígio social e cultural um complexo de inferioridade, uma
baixo autoestima linguística, a qual os sociolinguistas catalães
chamam de “auto-ódio”.
Falar de uma língua é sempre mover-se no terreno pantanoso
das crenças, superstições, ideologia e representações. A Língua
é um objeto criado, normatizado, institucionalizado para garantir
a unidade política de um Estado sob o mote tradicional: “um país,
um povo, uma língua”. Durante muitos séculos, para conseguir a
desejada unidade nacional, muitas línguas foram e são
emudecidas, muitas populações foram e são massacradas,
povos inteiros foram calados e exterminados. No continente
americano, temos uma história tristíssima de colonização
construída sobre milhares de cadáveres de indígenas que já
estavam aqui quando os europeus invadiram suas terras
ancestrais e dos africanos escravizados que foram trazidos para
cá contra sua vontade.
Não podemos esquecer que o que chamamos de “língua
espanhola”, “língua portuguesa”, ou “língua inglesa” tem um rico
histórico, não é algo que nasceu naturalmente. Podemos amar e
cultivar essas línguas, mas sem esquecer o preço altíssimo que
muita gente pagou para que elas se implantassem como
idiomas nacionais e línguas pátrias.
(Adaptado. Reforma Ortográfica. Disponível em: http://bit.ly/2oPUuWL)
Com base no texto 'PRECONCEITO QUE CALA, LÍNGUA QUE
DISCRIMINA', leia as afirmativas a seguir:
I. Pode-se dizer, de acordo com as ideias apresentadas, que o trabalho dos professores nas escolas, ao não perpetuarem o preconceito linguístico, é uma forma de combate a esse problema.
II. O professor é, de acordo com o texto, um mediador entre o conhecimento e o aluno. Logo, como detentor do saber, é preciso conscientizar o estudante da existência de variedades linguísticas para que ele não seja perpetuador do preconceito linguístico e da discriminação.
Marque a alternativa CORRETA:
I. Pode-se dizer, de acordo com as ideias apresentadas, que o trabalho dos professores nas escolas, ao não perpetuarem o preconceito linguístico, é uma forma de combate a esse problema.
II. O professor é, de acordo com o texto, um mediador entre o conhecimento e o aluno. Logo, como detentor do saber, é preciso conscientizar o estudante da existência de variedades linguísticas para que ele não seja perpetuador do preconceito linguístico e da discriminação.
Marque a alternativa CORRETA:
Ano: 2019
Banca:
ADM&TEC
Órgão:
Prefeitura de Palmeira dos Índios - AL
Provas:
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|
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ADM&TEC - 2019 - Prefeitura de Palmeira dos Índios - AL - Professor de Língua Portuguesa |
ADM&TEC - 2019 - Prefeitura de Palmeira dos Índios - AL - Professor de Geografia |
ADM&TEC - 2019 - Prefeitura de Palmeira dos Índios - AL - Professor de Matemática |
ADM&TEC - 2019 - Prefeitura de Palmeira dos Índios - AL - Professor de Ciências Biológicas |
Q1405216
Português
Texto associado
PRECONCEITO QUE CALA, LÍNGUA QUE DISCRIMINA
Marcos Bagno, escritor e linguista brasileiro, deixa à mostra a
ideologia de exclusão social e de dominação política pela língua,
típica das sociedades ocidentais. “Podemos amar e cultivar
nossas línguas, mas sem esquecer o preço altíssimo que muita
gente pagou para que elas se implantassem como idiomas
nacionais e línguas pátrias”.
O preconceito linguístico é um preconceito social. Para isso,
aponta a afiada análise do escritor e linguista Marcos Bagno,
brasileiro de Minas Gerais. Autor de mais de 30 livros, entre
obras literárias e de divulgação científica, e professor da
Universidade de Brasília, atualmente é reconhecido sobretudo
por sua militância contra a discriminação social por meio da
linguagem. No Brasil, tornou-se referência na luta pela
democratização da linguagem e suas ideias têm exercido
importante influência nos cursos de Letras e Pedagogia.
A importância de atingir esse meio, segundo ele, é que o
combate ao preconceito linguístico passa principalmente pelas
práticas escolares: é preciso que os professores se
conscientizem e não sejam eles mesmos perpetuadores do
preconceito linguístico e da discriminação. Preconceito mais
antigo que o cristianismo, para Bagno, a língua desde longa data
é instrumentalizada pelos poderes oficiais como um mecanismo
de controle social. Dialeto e língua, fala correta e incorreta: na
entrevista concedida a Desinformémonos, ele desnaturaliza
esses conceitos e deixa à mostra a ideologia de exclusão e de
dominação política pela língua, tão impregnada nas sociedades
ocidentais.
“A língua é um dialeto com exército e marinha”, Max Weinreich.
O controle social é feito oficialmente quando um Estado escolhe
uma língua ou uma determinada variedade linguística para se
tornar a língua oficial. Evidentemente qualquer processo de
seleção implica um processo de exclusão. Quando, em um país,
existem várias línguas faladas, e uma delas se torna oficial, as
demais línguas passam a ser objeto de repressão.
É muito antiga a tradição de distinguir a língua associada ao
símbolo de poder dos dialetos. O uso do termo “dialeto” sempre
foi carregado de preconceito racial ou cultural. Nesse emprego, dialeto é associado a uma maneira errada, feia ou má de se falar
uma língua. Também é uma maneira de distinguir a língua dos
povos civilizados, brancos, das formas supostamente primitivas
de falar dos povos selvagens. Essa forma de classificação é tão
poderosa que se erradicou no inconsciente da maioria das
pessoas, inclusive as que declaram fazer um trabalho
politicamente correto.
De fato, a separação entre língua e dialeto é eminentemente
política e escapa aos critérios que os linguistas tentam
estabelecer para delimitar dita separação. A eleição de um
dialeto, ou de uma língua, para ocupar o cargo de língua oficial,
renega, no mesmo gesto político, todas as outras variedades de
língua de um mesmo território à terrível escuridão do não-ser. A
referência do que vem de cima, do poder, das classes
dominantes, cria aos falantes das variedades de língua sem
prestígio social e cultural um complexo de inferioridade, uma
baixo autoestima linguística, a qual os sociolinguistas catalães
chamam de “auto-ódio”.
Falar de uma língua é sempre mover-se no terreno pantanoso
das crenças, superstições, ideologia e representações. A Língua
é um objeto criado, normatizado, institucionalizado para garantir
a unidade política de um Estado sob o mote tradicional: “um país,
um povo, uma língua”. Durante muitos séculos, para conseguir a
desejada unidade nacional, muitas línguas foram e são
emudecidas, muitas populações foram e são massacradas,
povos inteiros foram calados e exterminados. No continente
americano, temos uma história tristíssima de colonização
construída sobre milhares de cadáveres de indígenas que já
estavam aqui quando os europeus invadiram suas terras
ancestrais e dos africanos escravizados que foram trazidos para
cá contra sua vontade.
Não podemos esquecer que o que chamamos de “língua
espanhola”, “língua portuguesa”, ou “língua inglesa” tem um rico
histórico, não é algo que nasceu naturalmente. Podemos amar e
cultivar essas línguas, mas sem esquecer o preço altíssimo que
muita gente pagou para que elas se implantassem como
idiomas nacionais e línguas pátrias.
(Adaptado. Reforma Ortográfica. Disponível em: http://bit.ly/2oPUuWL)
Com base no texto 'PRECONCEITO QUE CALA, LÍNGUA QUE
DISCRIMINA', leia as afirmativas a seguir:
I. De acordo com o texto, as crenças, superstições, ideologia e representações encontram-se manifestadas na língua, tanto em sua constituição gramatical como naquilo que se manifesta discursivamente por meio dela. Ou seja, as variedades de prestígio serão sempre aquelas escolhidas para unificação política.
II. É correto admitir, a partir do texto, que o uso da palavra “dialeto” está ligado a uma ideologia da exclusão social, visto que esse vocábulo sempre foi relacionado a um modo errado, feio ou mal de se falar uma língua. Além disso, também é uma maneira de distinguir a língua dos povos civilizados, brancos, das formas supostamente primitivas de falar dos povos selvagens.
Marque a alternativa CORRETA:
I. De acordo com o texto, as crenças, superstições, ideologia e representações encontram-se manifestadas na língua, tanto em sua constituição gramatical como naquilo que se manifesta discursivamente por meio dela. Ou seja, as variedades de prestígio serão sempre aquelas escolhidas para unificação política.
II. É correto admitir, a partir do texto, que o uso da palavra “dialeto” está ligado a uma ideologia da exclusão social, visto que esse vocábulo sempre foi relacionado a um modo errado, feio ou mal de se falar uma língua. Além disso, também é uma maneira de distinguir a língua dos povos civilizados, brancos, das formas supostamente primitivas de falar dos povos selvagens.
Marque a alternativa CORRETA:
Ano: 2019
Banca:
ADM&TEC
Órgão:
Prefeitura de Palmeira dos Índios - AL
Prova:
ADM&TEC - 2019 - Prefeitura de Palmeira dos Índios - AL - Professor de Educação Física |
Q1405247
Português
Texto associado
DIREITOS DAS CRIANÇAS E DOS ADOLESCENTES
A lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e dá outras
providências, é o fruto de uma construção coletiva na sociedade
civil, além de ser a principal ferramenta dos direitos das crianças
e dos adolescentes no Brasil.
A fim de garantir uma clara definição da parcela da população
atendida por esse dispositivo legal, o ECA considera criança a
pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente
aquela entre doze e dezoito anos de idade. No entanto, nos
casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente esse Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.
O Estatuto foi importante para a concretização do artigo 227 da
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, sobre os
direitos fundamentais das crianças e adolescentes.
De acordo com o artigo 227 da Constituição de 1988, é dever da
família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao
adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida,
à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade
e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo
de toda forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão.
Da mesma forma, o artigo 3º do ECA determina que a criança e o
adolescente gozem de todos os direitos fundamentais inerentes
à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata
essa lei, sendo-lhes assegurado, por lei ou por outros meios,
todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o
desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em
condições de liberdade e de dignidade.
Desde que foi sancionado até os dias atuais, o ECA passou por
algumas mudanças na legislação para que continuasse atual,
atendendo às necessidades das famílias. Entre essas mudanças,
cabe destacar:
• essa lei passou a contemplar o direito das crianças e dos
adolescentes de serem educados sem castigo físico;
• o ECA determina que o Estado possua obrigações e
responsabilidades com a primeira infância;
• essa lei passou a incorporar disposições acerca da adoção.
Segundo o ECA, é responsabilidade da família, da sociedade e do
poder público o desenvolvimento de crianças e adolescentes.
Para isso, todos devem garantir as condições para o pleno
desenvolvimento das crianças e adolescentes, além de protegê-los de toda forma de violência, discriminação e exploração.
Os direitos enunciados no ECA aplicam-se a todas as crianças e
adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação
familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença,
deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e
aprendizagem, condição econômica, ambiente social, região e
local de moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as
famílias ou a comunidade em que vivem.
Adaptado.
Disponível em: http://bit.ly/2NrBMPi (acesso em 07/11/2019).
Com base no texto 'DIREITOS DAS CRIANÇAS E DOS
ADOLESCENTES', leia as afirmativas a seguir:
I. O Estatuto da Criança e do Adolescente determina que o Estado possui obrigações e responsabilidades com a primeira infância, afirma o autor no texto.
II. O autor afirma que o Estatuto da Criança e do Adolescente possui determinações contrárias às regras da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
III. O artigo 227 da Constituição de 1988 veda à criança e ao adolescente o direito à convivência familiar e comunitária, de acordo com o texto.
Marque a alternativa CORRETA:
I. O Estatuto da Criança e do Adolescente determina que o Estado possui obrigações e responsabilidades com a primeira infância, afirma o autor no texto.
II. O autor afirma que o Estatuto da Criança e do Adolescente possui determinações contrárias às regras da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
III. O artigo 227 da Constituição de 1988 veda à criança e ao adolescente o direito à convivência familiar e comunitária, de acordo com o texto.
Marque a alternativa CORRETA: