Questões de Português - Termos integrantes da oração: Objeto direto, Objeto indireto, Complemento nominal, Agente da Passiva para Concurso
Foram encontradas 461 questões
Ano: 2023
Banca:
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão:
CEMIG - MG
Provas:
FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2023 - CEMIG - MG - Advogado - Formação Direito
|
FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2023 - CEMIG - MG - Analista Empresarial - Formação Direito |
FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2023 - CEMIG - MG - Analista Empresarial Nível 14 - Formação Tecnologia da Informação |
Q2305272
Português
É correto afirmar que, no período
Ano: 2023
Banca:
SELECON
Órgão:
Prefeitura de Campo Verde - MT
Provas:
SELECON - 2023 - Prefeitura de Campo Verde - MT - Fiscal
|
SELECON - 2023 - Prefeitura de Campo Verde - MT - Técnico em Segurança do Trabalho |
SELECON - 2023 - Prefeitura de Campo Verde - MT - Técnico em Raio X |
SELECON - 2023 - Prefeitura de Campo Verde - MT - Técnico em Informática |
SELECON - 2023 - Prefeitura de Campo Verde - MT - Técnico em Higiene Dental |
SELECON - 2023 - Prefeitura de Campo Verde - MT - Técnico em Enfermagem |
SELECON - 2023 - Prefeitura de Campo Verde - MT - Técnico em Edificação |
SELECON - 2023 - Prefeitura de Campo Verde - MT - Técnico em Agropecuária |
SELECON - 2023 - Prefeitura de Campo Verde - MT - Técnico Agrícola |
SELECON - 2023 - Prefeitura de Campo Verde - MT - Técnico Administrativo Educacional |
SELECON - 2023 - Prefeitura de Campo Verde - MT - Almoxarife |
SELECON - 2023 - Prefeitura de Campo Verde - MT - Auxiliar de Saúde Bucal |
SELECON - 2023 - Prefeitura de Campo Verde - MT - Auxiliar de Laboratório |
SELECON - 2023 - Prefeitura de Campo Verde - MT - Auxiliar de Contabilidade |
SELECON - 2023 - Prefeitura de Campo Verde - MT - Auxiliar Administrativo |
SELECON - 2023 - Prefeitura de Campo Verde - MT - Atendente de Farmácia |
SELECON - 2023 - Prefeitura de Campo Verde - MT - Atendente de Biblioteca |
SELECON - 2023 - Prefeitura de Campo Verde - MT - Artesão |
Q2296930
Português
Texto associado
Texto 1
A inteligência artificial pode superar a humana? Entenda o
que é singularidade tecnológica
Por Amanda Lemos
O conceito da Singularidade Tecnológica, que descreve
um momento futuro de aceleração tecnológica exponencial,
é explorado neste texto. Nesse cenário, máquinas e sistemas
com inteligência artificial (IA) podem superar a compreensão
e o controle humanos, resultando em mudanças profundas na
sociedade.
A Enciclopédia Britannica define a Singularidade Tecnológica
como conceito que descreve um momento hipotético no futuro
em que o progresso tecnológico atinge um ponto de rápida e
exponencial aceleração.
O termo foi popularizado pelo matemático e cientista
da computação e escritor de ficção científica Vernor Vinge.
Ele introduziu o conceito pela primeira vez em seu ensaio “A
Singularidade Tecnológica”, publicado em 1993 na revista Whole
Earth Review, no qual ele discutiu a ideia de um ponto iminente
no futuro em que o rápido avanço da tecnologia poderia levar
a mudanças drásticas na sociedade. Vinge ainda afirma que
as futuras redes de informação e interfaces entre humanos e
máquinas trarão consigo novas qualidades e uma realidade
drasticamente alterada
No entanto, ele enfatiza que a chegada iminente da
singularidade tecnológica é envolta em incerteza. Mesmo
que possamos prever a sua aproximação, Vinge alega que
é impossível antecipar de maneira específica como essa
transformação se desenrolará. Ele utiliza a analogia de um
“muro opaco através do futuro” para ilustrar isso.
Vinge descreve a singularidade como transcendental, indo
além da compreensão humana. Ele argumenta que o resultado
dessa transformação será tão radicalmente diferente que os
parâmetros convencionais do bem e do mal não se aplicarão
adequadamente.
O também americano Ray Kurzweil contribui para a
discussão. Ele compartilha a visão de Vinge, mas acredita que o
otimismo deste último sobre o avanço tecnológico foi exagerado.
Kurzweil prevê uma inteligência artificial super-humana que
liderará a jornada para a Singularidade.
Ele destaca a importância da biologia, criônica e medicina,
prevendo que a convergência dessas áreas permitirá a
superação de doenças e até a busca da imortalidade tecnológica.
Além disso, Kurzweil explora a “ciberimortalidade”, em que os
registros digitais dos pensamentos humanos persistem após a
morte. Ele explora a possibilidade de que os seres humanos
possam continuar a existir de forma espiritual mesmo após a
morte física, por meio do upload de registros digitais contendo
seus pensamentos e emoções para sistemas de armazenamento
de longa duração.
Segundo Vinge, dentro de 30 anos da publicação de seu
texto, ou seja, 2023, teríamos os meios tecnológicos para criar
uma inteligência super-humana. “Pouco depois, a era humana
chegará ao fim”, conclui.
Kurzweil prevê que até o ano de 2045 testemunharemos a
mais significativa virada tecnológica na história da humanidade:
uma que, em questão de poucos anos, poderá remodelar as
bases institucionais e fundamentos da sociedade, redefinindo
completamente nossa autoimagem como seres humanos.
Publicado em 20/08/2023. Adaptado de https://exame.com/inteligencia-artificial/ainteligencia-artificial-pode-superar-a-humana-entenda-o-que-e-singularidadetecnologica/. Acesso em: 22/08/23.
Nos fragmentos a seguir, há uma oração adjetiva destacada
em:
Ano: 2023
Banca:
FAU
Órgão:
Prefeitura de Barracão - PR
Prova:
FAU - 2023 - Prefeitura de Barracão - PR - Agente Comunitário de Saúde |
Q2295026
Português
Texto associado
Julho é o mês mais quente registrado nos
últimos 120 mil anos do planeta Terra, diz
relatório
Enquanto vastas áreas de três continentes
assam sob temperaturas escaldantes e
os oceanos esquentam a níveis sem
precedentes, cientistas de duas autoridades
climáticas globais estão relatando antes mesmo
do final de julho que este mês será o mais quente
já registrado no planeta.
O calor em julho já foi tão extremo que é
“praticamente certo” que este mês baterá
recordes “por uma margem significativa”,
disseram o Serviço de Mudanças Climáticas
Copernicus da União Europeia (UE) e
a Organização Meteorológica Mundial (OMM) em
um relatório publicado nesta quinta-feira (27).
Acabamos de passar pelo período de três
semanas mais quente já registrado – e quase
certamente em mais de cem mil anos.
Normalmente, esses recordes, que rastreiam a
temperatura média do ar em todo o mundo, são
quebrados por centésimos de grau. Mas a
temperatura média nos primeiros 23 dias de julho
foi de 16,95 °C, bem acima do recorde anterior de
16,63 °C estabelecido em julho de 2019, segundo
o relatório.
Os dados usados para rastrear esses
registros remontam a 1940, mas muitos cientistas
– incluindo os da Copernicus – dizem que é
quase certo que essas temperaturas são as mais
quentes que o planeta já viu em 120.000
anos, dado o que sabemos de milênios de dados
climáticos extraídos de anéis de árvores, recifes
de coral e núcleos de sedimentos do fundo do
mar. “Estas são as temperaturas mais altas da
história da humanidade”, disse Samantha
Burgess, vice-diretora da Copernicus. Tudo isso
resulta em um verão intenso no Hemisfério Norte
– potencialmente sem precedentes. “As
probabilidades estão certamente a favor de um
verão recorde”, disse Carlo Buontempo, diretor
da Copernicus, embora tenha alertado que é
muito cedo para afirmar isso com confiança.
O custo humano do calor é gritante. Como
as temperaturas subiram acima de 50 °C em
partes dos EUA, as mortes relacionadas ao
calor aumentaram e as pessoas estão
sofrendo queimaduras com risco de vida por cair
em solo escaldante. No Mediterrâneo, mais de 40
pessoas morreram devido aos incêndios florestais
que se espalham pela região, alimentados por
altas temperaturas. Na Ásia, ondas de calor
intensas e prolongadas estão ceifando vidas e ameaçando a segurança alimentar.
A mudança climática causada pelo
homem é o principal fator desse calor
extraordinário, disse Burgess. “A temperatura
global do ar é diretamente proporcional à
concentração de gases de efeito estufa na
atmosfera.” Um estudo recente descobriu que a
mudança climática desempenhou um papel
“absolutamente esmagador” nas ondas de calor
nos EUA, China e sul da Europa neste verão.
A chegada do El Niño, uma flutuação
natural do clima com impacto no aquecimento,
não teve grande impacto nas temperaturas, pois
ainda está em fase de desenvolvimento, disse
Burgess, mas terá um papel muito mais
importante no próximo ano, acrescentou, e
provavelmente elevará as temperaturas ainda
mais.
A notícia de que julho será o mês mais
quente chega em meio a uma série de recordes
alarmantes que já foram quebrados – e depois
quebrados novamente – neste verão. O mês
passado foi o junho mais quente já registrado por
uma “margem substancial”, de acordo com a
Copérnico. Então, em julho, o mundo
experimentou seu dia mais quente já
registrado. Em 6 de julho, a temperatura média
global subiu para 17,08 °C, de acordo com dados
do Copernicus, superando o recorde anterior de
temperatura de 16,8 °C, estabelecido em agosto
de 2016. Todos os dias desde 3 de julho foram
mais quentes do que o recorde de 2016.
Fonte: Julho é o mês mais quente registrado nos últimos 120 mil
anos do planeta Terra, diz relatório (cnnbrasil.com.br)
Assinale a alternativa que apresente a
função sintática exercida pelos termos em
destaque no período: “Um estudo recente
descobriu que a mudança climática
desempenhou um papel “absolutamente
esmagador” nas ondas de calor nos EUA,
China e sul da Europa neste verão”.
Ano: 2023
Banca:
Unoesc
Órgão:
Prefeitura de Joaçaba - SC
Prova:
Unoesc - 2023 - Prefeitura de Joaçaba - SC - Professor de Língua Portuguesa |
Q2294563
Português
Texto associado
O texto 1 serve de base para a questão desta prova.
Os riscos das telas para os Nativos Digitais!
Os riscos das telas para os Nativos Digitais! Os alunos fazem parte do que está sendo chamado de geração dos
“nativos digitais”
Nativos Digitais seriam crianças e jovens nascidos já imersos no universo tecnológico. Por isso, teriam capacidades
cognitivas mais adaptadas a essas tecnologias. Para esse grupo, portanto, a alta exposição a telas e tecnologia traria
apenas benefícios no desenvolvimento cognitivo.
Mas será que isso é verdade?
Os riscos das telas para os nativos digitais – De acordo com o neurocientista Michel Desmurget, diretor de
pesquisa do Instituto Nacional de Saúde da França, o conceito de “nativos digitais” não tem qualquer embasamento
científico.
Em seu livro “A Fábrica dos Cretinos Digitais: os perigos das telas para nossas crianças”, recém-lançado no Brasil, o
neurocientista é categórico em afirmar: quanto maior o investimento dos sistemas educacionais em tecnologia digital,
pior é o desempenho acadêmico dos alunos em Matemática, Linguagem e Ciências.
Em seu livro, Desmurget cita dados do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) para sustentar essa
afirmação.
Por que o rendimento acadêmico cai?
O livro escrito pelo neurocientista francês traz dados alarmantes sobre o tempo que crianças e jovens passam diante
das telas. Segundo esses dados, jovens entre 13 e 18 anos de idade usam aparelhos digitais por aproximadamente
8h30 por dia. Ou seja, eles passam mais de um terço de um dia diante das telas. Desse total, porém, o tempo utilizado
para estudos e dever de casa é de em média uma hora por dia. O restante é usado em jogos, filmes e redes sociais.
Desmurget sustenta que o uso prolongado das telas acarreta problemas como déficit de atenção, distúrbios de
concentração e impulsividade. A combinação desses problemas leva a queda no desempenho escolar.
O livro traz também os tempos gastos por crianças de outras idades em frente às telas: os pré-adolescentes (8 a 12
anos) passam em média 5h20 por dia em aparelhos, dos quais apenas 20 minutos dedicados a trabalhos acadêmicos;
as crianças de 5 a 8 anos gastam em média 3h05 em frente às telas, das quais apenas 5 minutos são dedicados aos
estudos.
Culpa da pandemia?
Michel Desmurget não concorda que a pandemia de Covid-19 seja responsável por esse quadro. Segundo o
neurocientista, o uso exacerbado de telas para recreação já acontecia antes da crise sanitária. Depois do fechamento
das escolas, sustenta ele, houve até uma melhora no tempo de uso das tecnologias para trabalhos escolares. O
problema, para o autor, reside no fato de que as tecnologias se mostraram ineficientes para substituir os professores
em aulas presenciais. Segundo Desmurget, o governo francês insistiu em reabrir as escolas poucas semanas depois
da suspensão das aulas porque percebeu rapidamente que Ensino digital era um fracasso pedagógico.
Os recursos tecnológicos devem ser banidos?
Embora traga todos os riscos das telas para os nativos digitais, a obra de Michel Desmurget não defende a total
retirada dos recursos tecnológicos da educação. Segundo o neurocientista, as crianças devem aprender as
habilidades básicas para utilizar recursos tecnológicos em seu dia a dia.
O problema maior, para Desmurget, está no uso exagerado para recreação. Ele cita em seu livro um estudo que
relacionou o uso de videogames e televisão com a diminuição da capacidade de memorização.
Nesse estudo, jovens de 13 anos receberam uma lista de palavras para memorizar. Em seguida, foram divididos em
três grupos. Um deles, o de controle, fez qualquer atividade que não incluísse tela pela hora seguinte. No outro grupo,
os jovens assistiram a uma hora de televisão e no terceiro grupo, eles passaram esse tempo jogando videogame.
No dia seguinte, os pesquisadores contaram a quantidade de palavras esquecidas pelos jovens de cada grupo. Os
integrantes do grupo de controle esqueceram 13% das palavras da lista. Entre os que assistiram à televisão, o
percentual foi de 39%. Os que jogaram videogame esqueceram 47% das palavras da lista.
Como reduzir os riscos das telas para os nativos digitais?
Em seu livro, Desmurget defende que é preciso reduzir o tempo dedicado a aparelhos digitais e traz 7 regras básicas
para atingir esse objetivo:
1. Suspender totalmente as telas para crianças com menos de 6 anos.
2. Estabelecer tempo médio de uso entre 30 e 60 minutos por dia para crianças maiores de 6 anos.
3. Permitir o uso de apenas um aparelho por vez.
4. Acesso a conteúdo inapropriado para a idade.
5. so de dispositivos pela criança ou jovem no quarto, principalmente quando estiver sozinho, proibido.
6. Proibir o uso imediatamente antes de dormir.
7. Proibir o uso antes de ir para a escola.
Desmurget alerta que, para que as regras tenham sucesso, é importante envolver as crianças na construção dessas
restrições, porque quando entendem que o objetivo não é puni-las nem frustrá-las, as crianças tendem a seguir as
regras com maior tranquilidade.
https://educador360.com/pedagogico/os-riscos-das-telas-para-os-nativos-digitais/Acesso em:26 ago. 2023.
Analise o excerto indicado a seguir, quanto à construção do período e o uso de pronomes. Observe as proposições:
Desmurget alerta que, para que as regras tenham sucesso, é importante envolver as crianças na construção dessas restrições, porque quando entendem que o objetivo não é puni-las nem frustrá-las, tendem a seguir as regras com maior tranquilidade.
I. Os pronomes destacados estão na forma enclítica.
II. Os pronomes destacados retomam o vocábulo crianças.
III. Os pronomes destacados poderiam ser escritos na forma proclítica, e não provocariam incorreções gramaticais.
IV. Os pronomes destacados também exercem função de objeto direto, visto que complementam o sentido de verbos transitivos direto ( punir/frustrar).
V. Ao substituir o termo referenciado por um pronome oblíquo, o autor utilizou um recurso anafórico no processo de construção deste período.
Está correto o que se afirma em:
Desmurget alerta que, para que as regras tenham sucesso, é importante envolver as crianças na construção dessas restrições, porque quando entendem que o objetivo não é puni-las nem frustrá-las, tendem a seguir as regras com maior tranquilidade.
I. Os pronomes destacados estão na forma enclítica.
II. Os pronomes destacados retomam o vocábulo crianças.
III. Os pronomes destacados poderiam ser escritos na forma proclítica, e não provocariam incorreções gramaticais.
IV. Os pronomes destacados também exercem função de objeto direto, visto que complementam o sentido de verbos transitivos direto ( punir/frustrar).
V. Ao substituir o termo referenciado por um pronome oblíquo, o autor utilizou um recurso anafórico no processo de construção deste período.
Está correto o que se afirma em:
Ano: 2023
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
Prefeitura de Astolfo Dutra - MG
Prova:
Instituto Consulplan - 2023 - Prefeitura de Astolfo Dutra - MG - Professor de Educação Especial – Professor III |
Q2293799
Português
Texto associado
Escolas precisam compreender que o letramento é mais amplo que a alfabetização
No Brasil, tanto as escolas públicas, como as particulares e as políticas públicas ainda partem da alfabetização para o letramento.
Em suas pesquisas sobre o diálogo entre educação e linguística, Filomena Elaine Paiva Assolini alerta há alguns anos que o
trabalho deveria ser feito de maneira inversa para, assim, considerar os saberes adquiridos fora da escola. Ela é pós-doutora pela
Unicamp e docente desde 2005 na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP.
“Os educadores precisam ter em mente é que o letramento é mais amplo que a alfabetização, sendo ela um dos aspectos
do letramento. Quando consideramos o letramento, que é coletivo, entende-se que o sujeito possui saberes sobre a escrita
independentemente do contexto escolar e da educação formal, porque ele está inserido em uma sociedade letrada. Então se a
escola partisse do letramento, ela conseguiria se aproximar mais dos alunos e teria condições favoráveis para que eles expusessem os seus saberes sobre a escrita e sobre as diferentes linguagens”, explica a professora.
Elaine complementa que a escola ainda insiste em trabalhar com o método silábico e com o método fonético de maneira descontextualizada. “Ainda há o entendimento de que a psicogênese da língua escrita é o que há de mais novo, mais recente e melhor
para o entendimento do processo de alfabetização, mas, com todo respeito às contribuições de Emília Ferreiro, Ana Teberosky e Telma
Weisz, já são ultrapassadas, serviram para aquele momento. Hoje entende-se que as fases pelas quais o sujeito passa não são tão
lineares, redondinhas. Bom se fossem.”
O posicionamento de Elaine conversa com as pesquisas e livros da grande Magda Soares, que frisou em vida a importância
de olhar para os vários métodos e respeitar o conhecimento que a realidade individual e/ou local do estudante traz. Outro
ponto da professora da USP é que as escolas tendem a considerar apenas a fase inicial da alfabetização, com isso, restringindo
esse papel a apenas um professor. “Não se considera o que a criança traz: suas experiências e linguagens com as quais ela pode
ter convivido antes de entrar na escola.”
Um caminho que a escola pode adotar é trazer na produção linguística oral ou escrita a subjetividade do educando e assim
permitir falar de si, das dores, angústias, desejos e acontecimentos, sugere Elaine, que também é coordenadora do Grupo de
Estudos e Pesquisas Sobre Alfabetização, Leitura e Letramento, (GEPALLE), regulamentado no CNPq. As atividades lúdicas, indica, também são outra possibilidade para o educador. “Só que elas ainda encontram resistência em algumas escolas sustentadas pelos pilares conteudistas, livrescos e avaliativos.”
No século 21, com a internet presente cada vez mais no dia a dia, Elaine reforça que a sociedade é multiletrada e isso precisa ser
considerado no processo de ensino e aprendizagem.
“Alfabetizar não é codificar. Crer o contrário é ultrapassado, medieval e não serve mais para a criança de hoje, que vive em uma
sociedade multissemiótica. Qualquer videozinho do TikTok de 10 segundos mostra isso: tem a linguagem escrita da legenda, a linguagem musical, a linguagem icônica. Então ser alfabetizado envolve sim conhecer o código escrito, mas envolve também saber compreender e saber interpretar. E um dos graves problemas é que o brasileiro não sabe interpretar. As crianças brasileiras têm muita
dificuldade em lidar com poesia, com metáforas, basta você ver as análises, as provas. Seria um grande salto promover a compreensão
textual, mas ir além e interpretar também.”
Com as fake news a todo vapor, essa interpretação se torna ainda mais fundamental para o educando não cair na manipulação
e ter a sua tão falada autonomia fortalecida. Elaine Paiva diz observar por meio de suas pesquisas que uma escola quando é boa,seja
pública ou particular, o aluno aprende a compreender. Mas é preciso ir além.
“A sociedade contemporânea exige um sujeito que saiba interpretar. Para isso, ele precisa entender que os acontecimentos e
os dizeres das palavras possuem outros modos de interpretação, sendo que alguns predominam e ele também precisa entender o
motivo de um e outro predominarem… Eu não posso interpretar desconsiderando que somos sujeitos socio-históricos, que estamos
inseridos em uma cultura que tem suas ideologias, preferências e características. Porque falamos a partir desse lugar social que
ocupamos. Então eu não posso sair interpretando da maneira como eu quero.”
As orientações de Elaine Paiva tendem a ser propícias, inclusive, para detectar questões de saúde mental e problema familiar,
já que o professor é um interlocutor privilegiado dos seus alunos. “Já dei aula na educação infantil, fundamental e médio. Os alunos
me contavam coisas por meio de textos que nunca contaram para o pai, mamãe, irmão.”
(Laura Rachid. Disponível em: https://revistaeducacao.com.br/2023/05/09/letramento-e-alfabetizacao-bett/. Acesso em: 03/07/2023. Fragmento.)
“Outro ponto da professora da USP é que as escolas tendem a considerar apenas a fase inicial da alfabetização, [...]” (4º§)
Assinale a alternativa em que o trecho sublinhado exerce a mesma função sintática de “as escolas”.