Questões de Português - Pronomes relativos para Concurso

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Q2075979 Português
Leia o texto a seguir para responder a esta questão.
Línguas mudam Sírio Possenti
Desde a década de 1960, um fator foi associado sistematicamente à mudança linguística: a variação. Isso quer dizer que, antes que haja mudança de uma forma a outra, há um período de variação, quando as duas (ou mais) ocorrem – inicialmente em espaços ou com falantes diferentes. Aos poucos, a forma nova vai sendo empregada por todos; depois, a antiga desaparece. Qualquer exemplo de mudança serve para ilustrar o fato: tomemos “igreja”, derivado de “ecclesia”. São mudanças gerais na passagem do latim ao português. As mais óbvias são a sonorização do ‘c’ (k), uma surda que se torna sonora (g) entre vogais; o ‘e’ que se eleva e se torna ‘i’. Fixemo-nos neste caso, para ilustrar a tese mencionada acima: a grafia “egreja” é atestada, o que significa que a pronúncia com ‘e’ inicial esteve em variação com outra, com ‘i’.
O que quer dizer [que determinada forma] “desapareceu”? Que não se emprega mais? Não! Quer dizer que não é mais de emprego corrente. De vez em quando, há discussões sobre certos casos. Dois exemplos: o pronome ‘cujo’ e a segunda pessoa do plural dos verbos (‘jogai’ etc.).
Minha avaliação (bastante informal) é que ‘cujo’ desapareceu. O que quer dizer “desapareceu”? Que não se emprega mais? Não! Quer dizer que não é mais de emprego corrente; só aparece em algumas circunstâncias – tipicamente, em textos muito formais.
Que apareça em textos antigos é uma evidência de que a forma era / foi empregada. Que apareça cada vez menos é um indício de que tende a desaparecer. Com um detalhe: desaparecer não quer dizer não aparecer nunca mais em lugar nenhum. Quer dizer não ser de uso corrente.
Outro caso é a segunda pessoa do plural, em qualquer tempo ou modo. Recentemente, um colunista defendeu a tese de que a forma está viva. Seu argumento: aparece em cartazes de torcedores em estádios de futebol, especialmente do Corinthians, no apelo “jogai por nós”. Apesar de utilizada em torcidas de times de futebol, em especial a do Corinthians, a segunda pessoa do plural tende a desaparecer, ficando limitada a situações muito específicas.
Mesmo que este seja um fato, a conclusão é fraca. A forma é inspirada numa ladainha de Nossa Senhora, toda muito solene, muito mais do que formal. E é bem antiga, traduzida do latim. Os ‘vocativos’ são títulos de Nossa Senhora: Arca da Aliança, Torre de Marfim etc. A cada invocação, os fiéis respondem “rogai por nós”. “Jogai por nós” é uma fórmula inspirada em outra fórmula, típica dessa oração.
Para que se possa sustentar que a segunda pessoa do plural não desapareceu, seria necessário que seu uso fosse regular. Que, por exemplo, os corintianos também gritassem “Recuai, Wendel”, “Não erreis estas bolas fáceis, Vagner Love”, “Tite, fazei Malcolm treinar finalizações” e, quando chateados, gritassem “Como sois burro!”. Espero que nenhum colunista sustente que isso ocorre…
O uso eventual de uma forma não significa que ela está viva; significa que resiste em certos casos, os mais óbvios sendo os textos antigos ou muito formais, como alguns dos religiosos. Sempre cito a Carta de Caminha para mostrar mudanças, das quais ninguém reclama, aliás. Caminha pede a Sua Alteza que traga seu cunhado de volta do exílio, e lhe diz que “será de mim mui(to) bem servida”. Mesmo quando a Carta é atualizada, estas formas permanecem.
[POSSENTI, Sírio. Línguas mudam. Ciência Hoje. Coluna Palavreado. 2015. Adaptado]
O texto de Sírio Possenti apresenta argumentos sobre as mudanças das línguas. Tendo em vista essa afirmação, analise as alternativas que se seguem.
I. O artigo permite entrever variação, na escrita e na fala, da palavra ‘você’, pois encontra-se a forma ‘cê’ tanto em textos escritos em redes sociais quanto em textos falados cotidianamente.
II. Itens lexicais podem sofrer alterações fonéticas, morfológicas, semânticas e discursivas.
III. O pronome cujo tem sido usado em situações bastante formais, indicando posse e concordando com a palavra posterior a ele.
Está CORRETO o que se afirma em:
Alternativas
Q2074664 Português
TEXTO 1

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Milly Lacombe

        Minhas duas primeiras memórias de infância envolvem meu pai.
        Na primeira delas, estou em seus ombros, no meio de uma multidão que cantava, pulava e festejava. Enrolados em uma bandeira do Brasil que minha mãe havia feito na máquina de costura, que ficava no mesmo quarto da TV em branco e preto. Eu tinha três anos, ele tinha 43. A seleção tinha acabado de ser tricampeã mundial de futebol e meu pai e eu celebrávamos no meio de outras centenas de pessoas na rua General Glicério, em Laranjeiras, no Rio.
       Na segunda memória, estou subindo com ele a rampa do Maracanã. Eu tinha um pouco mais que três anos, mas não muito mais. Lembro-me da mão dele segurando a minha, lembro-me de olhar para cima e vê-lo ali sorrindo para mim. Lembro-me das pessoas passando em volta, apressadas e felizes. Lembro-me das camisas e bandeiras misturadas: vermelho e preto em alguns; verde, branco e grená em outros. Ele e eu fazíamos parte desse segundo grupo de pessoas. Na minha outra mão, uma almofadinha com as cores do Fluminense, feita por minha mãe na máquina de costura que ficava no mesmo quarto da TV branco e preta. A almofadinha era uma solução à dureza do concreto da arquibancada.
       Subindo a rampa, lembro-me de ver, lá bem longe e já no topo, uma abertura para o céu. Era para lá que caminhávamos, meu pai e eu, de mãos dadas. O que haveria ali além do céu? Depois de uma subida, bastante longa para um pequeno corpo que ainda não tinha feito cinco anos, lembro-me de conhecer o que, anos depois, entenderia ser o êxtase que vem com a experiência do sagrado. Ao final da rampa, uma abertura para um campo verde, de marcas brancas e milhares de pessoas cantando ao redor.
        Capturada pela imensidão do momento, outra vez olhei para cima e vi meu pai. Ele sorria e não se movia, como quem sabe que seria importante me deixar ali um pouco, apenas sentindo a grandeza do momento, apenas absorvendo uma experiência inaugural de amor e paixão. Depois de um tempo, ele me pegou no colo e subimos os degraus da arquibancada, sendo abençoados por um tanto de pó de arroz a cada passo. Não me lembro de mais nada.
        Não me lembro do placar, não me lembro do que aconteceu em campo, não me lembro do que comemos, nem dos sorvetes que não pedi. Lembro-me apenas das sensações e das emoções daquele dia. Mas, mais que qualquer coisa, lembro-me da mão de meu pai na minha. Se fechar os olhos, posso sentir a temperatura e a textura de sua mão na minha. Se fechar os olhos, sinto outra vez a exata pressão que a mão dele fazia na minha, todas as vezes que andávamos assim pelas ruas, e sinto a segurança que aquelas mãos me davam.
       Meu pai não está mais aqui, mas a sensação de sua mão na minha está. Pouca coisa, aliás, se manteve presente além dessa sensação. Talvez apenas a emoção de subir uma rampa cujo final é um campo de futebol onde dois times se enfrentarão. O caminho do sagrado, do final de um período escuro, frio e penoso que se abre para uma imensidão de luzes, sonhos e possibilidades.
        Anos depois, eu conduziria meu sobrinho pela mesma rampa, mas agora interpretando o papel feito por meu pai.
       O que é a vida se não esse contínuo trocar de lugares e essa perpétua caminhada que pode nos levar a encontros grandiosos? Não muita coisa, eu acho. Um passo atrás do outro, uma batalha atrás da outra. Conquistas, fracassos. Vitórias, derrotas. Dias bons, dias ruins. Partidas, chegadas. E lá vamos nós outra vez.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/nosso-estranhoamor/2022/11/[...].shtml (Adaptado) Acesso em: 30 dez. 2022.
Em: “Talvez apenas a emoção de subir uma rampa cujo final é um campo de futebol onde dois times se enfrentarão.”, estão corretas as afirmativas sobre os pronomes destacados, EXCETO:
Alternativas
Q2074600 Português

Milly Lacombe


Minhas duas primeiras memórias de infância envolvem meu pai.


    Na primeira delas, estou em seus ombros, no meio de uma multidão que cantava, pulava e festejava. Enrolados em uma bandeira do Brasil que minha mãe havia feito na máquina de costura, que ficava no mesmo quarto da TV em branco e preto. Eu tinha três anos, ele tinha 43. A seleção tinha acabado de ser tricampeã mundial de futebol e meu pai e eu celebrávamos no meio de outras centenas de pessoas na rua General Glicério, em Laranjeiras, no Rio.

    Na segunda memória, estou subindo com ele a rampa do Maracanã. Eu tinha um pouco mais que três anos, mas não muito mais. Lembro-me da mão dele segurando a minha, lembro-me de olhar para cima e vê-lo ali sorrindo para mim. Lembro-me das pessoas passando em volta, apressadas e felizes. Lembro-me das camisas e bandeiras misturadas: vermelho e preto em alguns; verde, branco e grená em outros. Ele e eu fazíamos parte desse segundo grupo de pessoas. Na minha outra mão, uma almofadinha com as cores do Fluminense, feita por minha mãe na máquina de costura que ficava no mesmo quarto da TV branco e preta. A almofadinha era uma solução à dureza do concreto da arquibancada.

    Subindo a rampa, lembro-me de ver, lá bem longe e já no topo, uma abertura para o céu. Era para lá que caminhávamos, meu pai e eu, de mãos dadas. O que haveria ali além do céu? Depois de uma subida, bastante longa para um pequeno corpo que ainda não tinha feito cinco anos, lembro-me de conhecer o que, anos depois, entenderia ser o êxtase que vem com a experiência do sagrado. Ao final da rampa, uma abertura para um campo verde, de marcas brancas e milhares de pessoas cantando ao redor.

    Capturada pela imensidão do momento, outra vez olhei para cima e vi meu pai. Ele sorria e não se movia, como quem sabe que seria importante me deixar ali um pouco, apenas sentindo a grandeza do momento, apenas absorvendo uma experiência inaugural de amor e paixão. Depois de um tempo, ele me pegou no colo e subimos os degraus da arquibancada, sendo abençoados por um tanto de pó de arroz a cada passo. Não me lembro de mais nada.

    Não me lembro do placar, não me lembro do que aconteceu em campo, não me lembro do que comemos, nem dos sorvetes que não pedi. Lembro-me apenas das sensações e das emoções daquele dia. Mas, mais que qualquer coisa, lembro-me da mão de meu pai na minha. Se fechar os olhos, posso sentir a temperatura e a textura de sua mão na minha. Se fechar os olhos, sinto outra vez a exata pressão que a mão dele fazia na minha, todas as vezes que andávamos assim pelas ruas, e sinto a segurança que aquelas mãos me davam.

    Meu pai não está mais aqui, mas a sensação de sua mão na minha está. Pouca coisa, aliás, se manteve presente além dessa sensação. Talvez apenas a emoção de subir uma rampa cujo final é um campo de futebol onde dois times se enfrentarão. O caminho do sagrado, do final de um período escuro, frio e penoso que se abre para uma imensidão de luzes, sonhos e possibilidades.

    Anos depois, eu conduziria meu sobrinho pela mesma rampa, mas agora interpretando o papel feito por meu pai.

    O que é a vida se não esse contínuo trocar de lugares e essa perpétua caminhada que pode nos levar a encontros grandiosos? Não muita coisa, eu acho. Um passo atrás do outro, uma batalha atrás da outra. Conquistas, fracassos. Vitórias, derrotas. Dias bons, dias ruins. Partidas, chegadas. E lá vamos nós outra vez.

    Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/nosso-estranhoamor/2022/11/[...].shtml (Adaptado) Acesso em: 30 dez. 2022.

Em: “Talvez apenas a emoção de subir uma rampa cujo final é um campo de futebol onde dois times se enfrentarão.”, estão corretas as afirmativas sobre os pronomes destacados, EXCETO
Alternativas
Q2071659 Português

TEXTO 1


00_texto .png (331×338)

Adaptado de: https://i.pinimg.com/originals/67/72/5d/

67725d11a38cf072645404797fd1d5ba.jpg. Acesso em: 14 mar.

2022.


TEXTO 2


[...]

O que determina no médio e longo prazo o desempenho econômico de um país é sua capacidade produtiva, que em qualquer período de tempo gera uma oferta agregada de bens e serviços, denominada Produto Interno Bruto (PIB). Para haver crescimento continuado do PIB é preciso que haja uma expansão continuada daquela capacidade, que é determinada pelos fatores de produção disponíveis. Para efeito de simplificação e raciocínio, agrupam-se estes fatores em três categorias: (a) a quantidade de mão de obra disponível e sua qualificação média; (b) o estoque de capital físico empregado ajustado a sua qualidade; e (c) a Produtividade Total dos Fatores de Produção (PTF), que é um resíduo explicativo após se aferir a contribuição dos outros dois. Quanto mais acurada for a mensuração da quantidade e qualidade da força de trabalho e do estoque de capital empregado, menor tende a ser a PTF. Mas, mesmo nos países desenvolvidos, onde a disponibilidade de informações permite que ela seja bem mensurada, ela é, entre os três fatores, o que mais explica crescimento econômico.


Adaptado de: SICSU, J.; CASTELAR, A. (Orgs.). Sociedade e economia: estratégias de crescimento e desenvolvimento. Brasília: Ipea, 2009. 



TEXTO 3


O que é o PIB

O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade, geralmente em um ano. Todos os países calculam o seu PIB nas suas respectivas moedas.

O PIB do Brasil em 2021, por exemplo, foi de R$ 8,7 trilhões. No último trimestre divulgado (4º trimestre de 2021), o valor foi de R$ 2 257,7 bilhões.

O PIB mede apenas os bens e serviços finais para evitar dupla contagem. Se um país produz R$ 100 de trigo, R$ 200 de farinha de trigo e R$ 300 de pão, por exemplo, seu PIB será de R$ 300, pois os valores da farinha e do trigo já estão embutidos no valor do pão.

Os bens e serviços finais que compõem o PIB são medidos no preço em que chegam ao consumidor. Dessa forma, levam em consideração também os impostos sobre os produtos comercializados.

O PIB não é o total da riqueza existente em um país. Esse é um equívoco muito comum, pois dá a sensação de que o PIB seria um estoque de valor que existe na economia, como uma espécie de tesouro nacional.

Na realidade, o PIB é um indicador de fluxo de novos bens e serviços finais produzidos durante um período. Se um país não produzir nada em um ano, o seu PIB será nulo.



Análises feitas a partir do PIB

A partir da performance do PIB, pode-se fazer várias análises, tais como:

* Traçar a evolução do PIB no tempo, comparando seu desempenho ano a ano;

*Fazer comparações internacionais sobre o tamanho das economias dos diversos países;

*Analisar o PIB per capita (divisão do PIB pelo número de habitantes), que mede quanto do PIB caberia a cada indivíduo de um país se todos recebessem partes iguais, entre outros estudos.

O PIB é, contudo, apenas um indicador síntese de uma economia. Ele ajuda a compreender um país, mas não expressa importantes fatores, como distribuição de renda, qualidade de vida, educação e saúde. Um país tanto pode ter um PIB pequeno e ostentar um altíssimo padrão de vida, como registrar um PIB alto e apresentar um padrão de vida relativamente baixo.


Adaptado de: https://www.ibge.gov.br/explica/pib.php. Acesso em:14 mar. 2022


Sobre o trecho “Mas, mesmo nos países desenvolvidos, onde a disponibilidade de informações permite que ela seja bem mensurada, ela é, entre os três fatores, o que mais explica crescimento econômico.”, do Texto 2, é correto afirmar que o emprego de “onde”
Alternativas
Q2070712 Português
O vírus que destrói câncer e pode revolucionar tratamento de tumores avançados, segundo cientistas

Um novo tipo de tratamento contra o câncer que usa um vírus comum para infectar e destruir células nocivas mostra-se bastante promissor nos primeiros testes em humanos, segundo cientistas do Reino Unido.

O câncer de um paciente desapareceu, enquanto outros viram seus tumores encolherem.

A droga é uma forma enfraquecida do vírus da herpes - herpes simplex - que foi modificado para matar tumores.

Estudos maiores e mais prolongados são necessários, mas especialistas dizem que a injeção pode oferecer uma tábua de salvação para mais pacientes com câncer avançado.


O vírus que destrói câncer e pode revolucionar tratamento de tumores avançados, segundo cientistas (msn.com). Adaptado.
A droga é uma forma enfraquecida do vírus da herpes - herpes simplex - que foi modificado para matar tumores.
Em relação às classes gramaticais presentes na frase, tem-se: 
Alternativas
Respostas
61: D
62: D
63: A
64: A
65: C