Questões de Português - Conjunções: Relação de causa e consequência para Concurso

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Q2281878 Português
Leia o Texto 1:


Virou moda


Oferta de obras que tratam do mundo dos livros cresce a
olhos vistos. Aqui em casa há uma pilha delas... e continuo
comprando outras


Por Cora Rónai, Rio de Janeiro


Sempre houve livros sobre livros, mas não me lembro de uma época em que houvesse tantos livros sobre livreiros, livrarias e bibliotecas. Não foi caso pensado, mas, semana passada, às voltas com os livros selvagens (aqueles que ainda não encontraram o seu lugar na estante) percebi que certas palavras andam se repetindo pelos títulos. Fui juntando os que me pareciam meio irmãos, e logo tinha mais de dez volumes empilhados. Estendi a pesquisa à internet — e acabei comprando mais dois, como se ainda tivesse espaço sobrando em casa.


Mas reparem só: “A livraria mágica de Paris”, “O segredo da livraria de Paris”, “A biblioteca de Paris”, “A livreira de Paris”. Depois há Londres: “A biblioteca secreta de Londres”, “A última livraria de Londres”. E “A pequena livraria dos sonhos”, “A livraria dos achados e perdidos”, “A biblioteca da meia-noite”, “O diário de um livreiro”, “O passeador de livros”.


E nem falo de livros mais antigos, como “O livreiro de Cabul”, ou “84, Charing Cross Road”, que deu origem ao filme “Nunca te vi, sempre te amei”, e que continua sendo o meu livro favorito sobre livros, livreiros e livrarias.


O fenômeno não é apenas ocidental. “Bem-vindos à livraria Hyunam-Dong” vendeu mais de 250 mil exemplares na Coreia do Sul, e “O que você procura está na biblioteca” é um sucesso no Japão e nos países para os quais já foi traduzido (o Brasil não é um deles, por enquanto, mas escrevi o título em português porque não faria sentido usar alemão, francês ou inglês; em Portugal ele se chama “O que procuras está na biblioteca”).


Eles têm capas parecidas, sobretudo os que se passam em Paris e Londres, e que compõem um subgênero ambientado na Segunda Guerra: as suas capas são nostálgicas, com cenas que poderiam ter saído de filmes de época. A de “A livraria mágica de Paris” é luxuosa, com verniz, filetes dourados, corte pintado de rosa.


“A biblioteca da meia-noite” também capricha no brilho, mas fala menos sobre livros do que sobre oportunidades perdidas e vidas em planos paralelos, uma espécie de “Tudo em todo o lugar ao mesmo tempo” em papel (mas menos confuso e mais tocante).


Ainda não li boa parte da pilha; folheei alguns, estou pelo meio de dois ou três. Todos têm uma enorme quantidade de resenhas positivas na Amazon, mas isso não significa necessariamente que sejam bons: é normal que pessoas que gostam de livros se sintam atraídas por livros que falam sobre livros, coletivos de livros e... pessoas que gostam de livros.


Apesar das coincidências de títulos, eles são animais distintos. “A livreira de Paris” é uma história de Sylvia Beach, da Shakespeare and Company e da antológica edição de “Ulisses”; “O diário de um livreiro” conta as aventuras do proprietário do maior sebo da Escócia.


Já “A pequena livraria dos sonhos” e “A livraria dos achados e perdidos” são sessões da tarde em papel, romances ligeiros para quem quer ler na praia sem pensar muito.


E vejam que coincidência: eu estava fotografando todos esses livros para o meu Instagram quando chegou um pacote vindo de Santos. Era “Um intrépido livreiro dos trópicos: crônicas, causos e resmungos”, de José Luiz Tahan, o destemido proprietário da Livraria Realejo.


Não estou dizendo?


Fonte: https://oglobo.globo.com/cultura/cora-ronai/noticia/2023/09/07/virou-moda.ghtml. Acesso em 06/09/2023
Leia o trecho a seguir, extraído do 6º parágrafo, para responder à questão:

“A biblioteca da meia-noite” também capricha no brilho, mas fala menos sobre livros do que sobre oportunidades perdidas e vidas em planos paralelos, uma espécie de “Tudo em todo o lugar ao mesmo tempo” em papel (mas menos confuso e mais tocante)

Com relação às classes, as palavras destacadas são respectivamente:
Alternativas
Q2280661 Português
A cidade onde as pessoas vivem embaixo da Terra por causa do calor

       Na longa estrada rumo ao centro da Austrália, 848 km ao norte das planícies costeiras de Adelaide, surgem enigmáticas pirâmides de areia. Em torno delas, o cenário é totalmente desolado —uma extensão sem fim de poeira rosa-salmão, ocasionalmente salpicada de teimosos arbustos. No entanto, à medida que se avança pela rodovia, surgem outras construções misteriosas similares — montes de terra clara, espalhados aleatoriamente como monumentos esquecidos há muito tempo. E, de vez em quando, tubos brancos se elevam do solo ao lado das construções. 

      Estes são os primeiros sinais de Coober Pedy, uma cidade de mineradores de opala com cerca de 2.500 habitantes. Muitos dos pequenos picos da região são resíduos de solo gerados após décadas de mineração, mas também são os sinais de outra característica do local: as moradias subterrâneas.

      Neste canto do mundo, 60% da população vive em casas construídas nas rochas de arenito e siltito ricas em ferro da região. Em alguns locais, os únicos sinais de moradia são os poços de ventilação que se erguem até o chão e o excesso de solo acumulado perto das entradas das casas.

      No inverno, este estilo de vida pode parecer apenas excêntrico. Mas, no verão, Coober Pedy —"homem branco em um buraco", em tradução livre de uma expressão aborígene australiana— não requer explicações: o local atinge 52°C, uma temperatura tão alta que faz com que os pássaros caiam do céu e aparelhos eletrônicos precisem ser guardados no refrigerador.

    Enquanto a intensa onda de calor prossegue em algumas regiões, com temperaturas que nem os cactos conseguem suportar, e incêndios florestais dizimam grandes áreas do mundo, o que podemos aprender com os moradores de Coober Pedy? Coober Pedy não é o primeiro, nem o maior assentamento subterrâneo do mundo. As pessoas se refugiam embaixo da terra para enfrentar climas inóspitos há milhares de anos — desde ancestrais dos humanos que deixaram suas ferramentas em uma caverna na África do Sul dois milhões de anos atrás, até os neandertais que criaram pilhas inexplicáveis de estalagmites em uma gruta na França na idade do gelo, 176 mil anos atrás. Até os chimpanzés já foram observados refrescando-se em cavernas, para enfrentar o extremo calor durante o dia no sudeste do Senegal.

    Outro exemplo é a Capadócia, uma região antiga no centro da Turquia. Ela fica em um planalto árido e é famosa pela sua notável geologia, quase utópica, e seu cenário de cumes, chaminés e pináculos de rocha esculpidos, como em um reino de conto de fadas.

  E a história por trás desse cenário é realmente espetacular. Segundo a cultura popular, tudo começou com o desaparecimento das galinhas de um de seus moradores. Em 1963, um homem estava batendo no piso da sua casa para tentar descobrir por que suas aves estavam desaparecendo. Ele logo percebeu que as galinhas estavam fugindo por um buraco que ele havia aberto acidentalmente. O homem então abriu caminho e as seguiu pelo buraco.

    A partir dali, tudo começou a ficar ainda mais estranho. Ele descobriu uma passagem secreta —um íngreme caminho subterrâneo que levava a um labirinto de nichos e outros corredores. Era uma das muitas entradas para a cidade perdida de Derinkuyu.
Derinkuyu é apenas uma das centenas de moradias em cavernas entre as diversas cidades subterrâneas da região. Acredita-se que ela tenha sido construída perto do século 8º a.C. A cidade foi habitada de forma quase constante por milênios, com seus próprios poços de ventilação e de água, estábulos, igrejas, armazéns e uma ampla rede de casas subterrâneas. E servia também de abrigo de emergência para até 20 mil pessoas, em caso de invasão.

     Como em Coober Pedy, as moradias subterrâneas ajudavam os habitantes da região a enfrentar o clima continental, que alterna entre frios invernos com neve e verões quentes e secos. No lado externo, a temperatura flutua de vários graus abaixo de zero até mais de 30°C, enquanto, embaixo da terra, ela fica estável em 13°C.

     Mesmo nos dias de hoje, as cavernas construídas por seres humanos na região são famosas pelas suas capacidades de refrigeração passiva — uma técnica de construção que envolve o uso de opções de design para reduzir o aumento e a perda de calor sem o uso de energia.

     As antigas galerias e passagens da Capadócia abrigam hoje milhares de toneladas de batatas, limões, repolhos e outros produtos que precisariam ser refrigerados se fossem armazenados em outros locais. A demanda popular cresceu tanto que novas cavernas estão sendo construídas na região. (Texto adaptado. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2023/08/a-cidade-onde-as-pessoas-vivem-embaixo-da-terra-por-causa-do-calor.shtml
Na oração “No entanto, à medida que se avança pela rodovia, surgem outras construções misteriosas similares — montes de terra clara, espalhados aleatoriamente como monumentos esquecidos há muito tempo.”, a conjunção em destaque expressa:
Alternativas
Q2280411 Português
INSTRUÇÃO: Leia o texto I para responder à questão.


TEXTO I


A identidade adolescente e a variação linguística

A constituição de identidade é bem complexa, pois nesse processo interferem diversos fatores: sociológicos, psicológicos, cognitivos e culturais. Na formação identitária, o papel da língua é primordial, visto que os sujeitos são constituídos na e pela linguagem. Além disso, Scherre (2005, p. 10) lembra que “um povo se individualiza, se afirma e é identificado em função de sua língua”.

Interagindo com o outro, por meio da fala, o sujeito se compõe, estabelecendo as diversas relações sociais e retratando o conhecimento de si próprio e do mundo, ou seja, seus valores ideológicos e visões de mundo. Não obstante, conforme relata Castilho (2010, p. 31), “é na língua que se manifestam os traços mais profundos do que somos, de como pensamos o mundo, de como nos dirigimos ao outro”.

A importância da língua é fortalecida ao se constatar que, por meio dela, é possível reconhecer os sujeitos dos diferentes agrupamentos, sua idade, os estratos sociais a que pertencem, o grau de escolaridade, entre outros aspectos, já que, no ato da fala, são expressas aos ouvintes indicações sobre nossas origens e o tipo de pessoas que somos. Nossa escolha lexical mostra se somos jovens, conservadores ou urbanos. Também por meio da escolha dos vocábulos podemos dar mostras de nossa profissão, e é pelo sotaque que podemos indicar o lugar de onde viemos ou em que vivemos. Além da origem, nosso comportamento linguístico é frequentemente submetido a diversas influências relacionadas à nossa identidade social, como sexo, idade, inserção no sistema de produção e pertencimento a grupos.

Aguilera (2008, p. 105) corrobora tal afirmação ao mencionar que “a atitude linguística assumida pelo falante implica a noção de identidade, que se pode definir como a característica ou o conjunto de características que permitem diferenciar um grupo de outro, uma etnia de outra, um povo de outro”.

Dentro desse entendimento, e cientes de que as línguas variam no espaço, no tempo, de um grupo social para outro, de uma situação comunicacional a outra e de acordo com a faixa etária, neste trabalho discutimos o uso da linguagem como marca de identidade em um grupo especial de indivíduos – os adolescentes – observando como a variedade linguística por eles utilizada lhes confere singularidade.


OLIVEIRA, Eliane Vitorino de Moura; BARONAS, Joyce Elaine de Almeida. A identidade adolescente e a variação linguística. Polifonia, Cuiabá, MT, v. 18, n. 23, p. 193-208, jan./jun., 2011 (adaptado).
Leia este trecho do texto I.

Não obstante, conforme relata Castilho (2010, p. 31), “é na língua que se manifestam os traços mais profundos do que somos, de como pensamos o mundo, de como nos dirigimos ao outro”.

Em relação à análise dos termos usados nesse trecho, assinale a alternativa incorreta.
Alternativas
Q2279867 Português
Texto 1 – Bia Haddad se cobra após vitória inédita: "Fiquei um pouco insatisfeita" (adaptado)
Paulista supera Jaqueline Cristian, carimba vaga na terceira rodada – seu melhor resultado no Grand Slam –, mas não fica satisfeita com o próprio desempenho em quadra
Por Redação do GE — Londres, Inglaterra

A vitória sobre Jaqueline Cristian, por 2 sets a 1, nesta quintafeira, alçou Bia Haddad Maia a uma inédita terceira rodada em Wimbledon. A paulista, porém, não ficou satisfeita com a própria performance na quadra: ela admite que precisou ser conservadora para conquistar o resultado e promete melhorar na próxima fase.

— Estou na terceira rodada em Wimbledon pela primeira vez. Estou feliz pela minha luta, pela briga, mas fiquei um pouco insatisfeita com meu nível de tênis. Quero parabenizar minha adversária, que jogou em alto nível bastante tempo, foi mais competitiva durante todo o jogo. Estou feliz pela minha luta, consegui dar um jeito de ganhar não me sentindo bem. Fui resultadista, o que fez meu nível baixar bastante. Fui bastante conservadora. Tenho a oportunidade de melhorar meu tênis. Quero agradecer a todo mundo pelo apoio e pela torcida – declarou a jogadora, que anotou sua nona vitória de virada em 2023, via assessoria de imprensa.

Décima terceira colocada do ranking, Bia Haddad vai enfrentar a romena Sorena Cirstea – que ocupa o 37º lugar – na terceira rodada, em data a ser anunciada pela organização.


Disponível em: https://ge.globo.com/tenis/noticia/2023/07/06/bi a-haddad-diz-que-foi-conservadora-mas-frisa-tenhooportunidade-de-melhorar.ghtml
O texto 1 está redigido em registro semiformal. Isso significa que, embora predominantemente formal, ele contém marcas que o afastam de um nível extremo de formalidade.

Uma dessas marcas está corretamente identificada e exemplificada na seguinte alternativa:
Alternativas
Q2279841 Português
A questão refere-se ao texto abaixo.


Brasil está despreparado para a mutação do trabalho na era digital


      Até 2027, serão criados no mundo 69 milhões de postos de trabalho e eliminados 83 milhões, de acordo com levantamento sobre o futuro do emprego feito pelo Fórum Econômico Mundial. Esses 14 milhões de postos de trabalho deverão ser ceifados pelo avanço da automação e da inteligência artificial (IA). As novas tecnologias criarão outras alternativas de trabalho, mas a sociedade precisará estar qualificada para se adaptar à nova realidade e aproveitar as oportunidades que surgirem.

      Entre os setores com mais potencial de impulsionar novos empregos estão, segundo o estudo, energia e materiais; tecnologia da informação (TI) e comunicação digital. A transição verde para uma economia de baixo carbono será também fonte importante de novos empregos. Eles surgem da necessidade de aumentar a geração de energia de fontes renováveis, com investimentos em parques solares ou eólicos.

      A China lidera esse mercado de trabalho, tendo criado 42% dos empregos mundiais. Nos Estados Unidos, o governo Biden aprovou no Congresso uma lei que destina US$ 370 bilhões à transição da economia americana para energia limpa. Desde agosto, surgiram 100 mil novos empregos no segmento. Nas áreas de TI e comunicação digital, de acordo com o estudo, cada emprego gera cinco noutras áreas.

      Para qualquer país usufruir a revolução tecnológica será fundamental dispor de mão de obra qualificada. Isso se traduz em forte estrutura educacional. Nesse requisito, o Brasil ainda patina, apesar dos avanços no início do ciclo fundamental. Falta conhecimento para obter resultados satisfatórios no segundo ciclo do fundamental, portanto os resultados demoram a aparecer no ensino médio. Ao anunciar a suspensão da reforma do ensino médio, o governo contribui para atrasar ainda mais a formação voltada a cursos profissionalizantes e ao ensino superior.

      Será preciso também pensar em retreinamento de profissionais para atender às necessidades do novo sistema de produção. Na conferência que o Fórum Econômico Mundial promoveu no mês passado na Suíça para debater o mercado de trabalho do futuro, foi revelado que, na Europa, falta 1 milhão de engenheiros apenas para atender à demanda por painéis solares.

      Será, por fim, essencial requalificar aqueles cujos empregos desaparecerão porque suas funções não serão mais necessárias. Já está em declínio a busca por cargos de secretaria executiva e administrativa, guardas de segurança, caixas de banco, vendedores de tíquetes ou carteiros. Dezenas de outras funções ficarão obsoletas. Sua manutenção só contribuirá para reduzir a produtividade da economia, como já ocorre com porteiros, cobradores de ônibus, flanelinhas e tantos outros postos.

      É evidente que o Brasil está atrasado para se adequar a um tipo de sociedade que começou a surgir faz tempo e agora acelera as transformações. Educação básica, retreinamento, requalificação, tudo se tornou urgente para o país. Infelizmente, nem o Executivo nem o Legislativo parecem preocupados — ou mesmo preparados — para o desafio.


Disponível em: https://oglobo.globo.com. Acesso em: 19 jun. de 2023.
Para responder à questão, analise o período abaixo.


      As novas tecnologias criarão outras alternativas de trabalho, mas a sociedade precisará estar qualificada para se adaptar à nova realidade e aproveitar as oportunidades que surgirem.

A conjunção “mas” foi utilizada para
Alternativas
Respostas
16: B
17: B
18: D
19: E
20: A