Questões de Literatura - Barroco para Concurso

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Q1218834 Literatura
           Mesmo sem querer recuar conceitos anacronicamente, parece que Caramuru, de Santa Rita Durão, pode ser considerado uma epopeia do tipo que se chamaria hoje colonialista, porque glorifica métodos e ideologias que censuramos até no passado. Mas que ainda são aceitos, recomendados e praticados pelos amigos da ordem a todo preço, entre os quais se alinharia o nosso velho Durão, que era filho de um repressor de quilombos e hoje talvez se situasse entre os reacionários, com todo o seu talento, cultura e paixão. Como sabemos, Caramuru é uma resposta ao poema de Basílio da Gama, O Uraguai, cujo pombalismo ilustrado estava mais perto daquilo que no tempo era progresso. Mesmo sendo progresso de déspota esclarecido, useiro da brutalidade e do arbítrio.
          A possível atualidade do Caramuru estaria um pouco na presença constante da violência e da opressão, disfarçadas por uma ideologia bem arquitetada, que tranquiliza a consciência. Durão é, em grau surpreendente, um poeta da guerra e da imposição cultural, e não ficaria deslocado em nosso tempo excepcionalmente bruto e agressivo. Basílio da Gama, que celebra uma guerra destruidora, no fundo não simpatiza com ela e quase justifica o inimigo (que não consegue deixar de tratar como vítima), lamentando a necessidade cruel da razão de Estado. Mas Durão não só adere ideologicamente ao exercício da força, como parece ter por ela uma espécie de fascinação.

Antonio Candido. Movimento e parada. In: Na sala de aula: caderno de
análise literária. São Paulo: Editora Ática, 1985, p. 8-9 (com adaptações).

Tendo como referência inicial o texto precedente, publicado pela primeira vez em 1985, julgue o item a seguir.


Os expoentes da literatura colonial produzida no Brasil entre os séculos XVI e XVIII incluem textos colonialistas em defesa da política da metrópole portuguesa de exploração de terras, recursos e pessoas.

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Q635969 Literatura

No Brasil houve ecos do Barroco europeu durante os séculos XVII e XVIII: Gregório de Matos, Botelho de Oliveira, Frei Itaparica e as primeiras academias repetiram motivos e formas do barroquismo ibérico e italiano.

Na segunda metade do século XVIII, porém, o ciclo do ouro já daria um substrato material à arquitetura, à escultura, à literatura e à vida musical, de sorte que parece lícito falar de um "Barroco brasileiro" e, até mesmo, "mineiro", cujos exemplos mais significativos foram alguns trabalhos do Aleijadinho, de Manuel da Costa Ataíde e composições sacras de Lobo de Mesquita, Marcos Coelho e outros ainda mal identificados. Sem entrar no mérito destas obras, pois só a análise interna poderia informar sobre o seu grau de originalidade, importa lembrar que a poesia coetânea delas já não é, senão residualmente, barroca, mas rococó, arcádica e neoclássica, havendo, portanto uma discronia entre as formas expressivas, fenômeno que pode ser variavelmente explicado.

(BOSI, Alfredo. História concisa da Literatura Brasileira. São Paulo: Cultrix, 2000, pp.34-35)

Do texto, infere-se sobre o “Barroco mineiro” que a partir da

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Q635965 Literatura

                Aos principais da Bahia chamados os Caramurus

                             Há coisa como ver um Paiaiá1

                             Mui prezado de ser Caramuru,

                             Descendente do sangue tatu,

                             Cujo torpe idioma é Cobepá2?


                             A linha feminina é Carimá3

                             Muqueca, pititinga4, caruru,

                             Mingau de puba, vinho de caju

                             Pisado num pilão de Pirajá.


                             A masculina é um Aricobé5,

                            Cuja filha Cobé6, c’um branco Pai

                            Dormiu no promontório de Passé.


                            O branco é um Marau que veio aqui:

                            Ela é uma índia de Maré;

                            Cobepá, Aricobé, Cobé, Pai.


(MATOS, Gregório. Poemas escolhidos. Seleção, introdução e notas de José Miguel Wisnik. São Paulo: Cultrix, 1976, p. 100) 


Vocabulário:

1 Paiaiá − Pajé.

2 Cobepá − dialeto da tribo cobé, que habitava as cercanias da cidade.

3 Carimá − bolo feito de mandioca-puba, posta de molho, utilizada para mingau.

4 Pititinga − espécie de peixes pequeninos.

5 Aricobé − cobé (nome de uma tribo de índios progenitores do Paiaiá, a que se refere o poeta).

6 Cobé − palavra que Gregório empregava para designar os descendentes dos indígenas, pois no seu tempo o termo tupi não estava generalizado.

(Referência do vocabulário: SANTOS, Luzia Aparecida Oliva dos. O percurso da indianidade na literatura brasileira: matizes da figuração. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009, p. 303) 

Considere o soneto para analisar as afirmativas abaixo.

I. O soneto possui características marcantes no uso dos termos da língua indígena: de um lado, a inserção do léxico tupi metaforiza uma linha constitutiva da cultura brasileira resgatando a presença do índio; de outro, o eixo alto versus baixo, que desmascara a figura do caramuru, mestiço.

II. O soneto obedece ao molde europeu no tocante à forma, mas amplia sua configuração ao inserir o universo linguístico pertencente ao nativo. Com esse recurso, o efeito do poema tira as amarras da seriedade para estabelecer o vinco principal da satírica gregoriana no que lhe compete a agressão às instituições e seus representantes pelo viés lúdico, trocando a convenção pela contestação.

III. As expressões “Descendente do sangue tatu (v.3)” e “Cujo torpe idioma é cobepá? (v.4)” assumem a duplicidade de função em seu significado por estarem indissoluvelmente ligadas aos elementos caracterizadores de ambas as culturas: o fidalgo possui “sangue de tatu” e seu idioma é “torpe”, “cobepá”.

IV. O último verso revela que a verdadeira origem dos principais da Bahia está na nobreza de sangue azul dos europeus. Como se pode notar, o nome Paiaiá, representante nato do sangue indígena, não é colocado entre os que nomeiam simbolicamente os descendentes.

Está correto o que se afirma APENAS em

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Ano: 2014 Banca: IF-SC Órgão: IF-SC Prova: IF-SC - 2014 - IF-SC - Professor - Português |
Q439366 Literatura
Considerando os estudos de literatura portuguesa, numere corretamente a coluna da direita de acordo com a da esquerda.
(1) Francisco Rodrigues Lobo
(2) Sóror Mariana Alcoforado
(3) Ricardo Reis
(4) Mário de Sá-Carneiro
(5) Almeida Garrett
( ) Poeta do modernismo português e um dos fundadores, ao lado de Fernando Pessoa, da Revista Orpheu, publicada em 1915. Uma de suas principais obras é A confissão de Lúcio.
( ) Escreveu Cartas portuguesas, em 1669, destinadas a uma paixão violenta, insana, superior às inibições e convenções, bem como ao impulso da consciência moral.
( ) Seus poemas possuem um estilo densamente trabalhado e revelam tributo à tradição clássica. José Saramago dedicou-lhe um romance em cujo título lhe faz referência.
( ) De influência camoniana, escreveu Romanceiro e um poema sobre o Tejo; é considerado um poeta do período literário Barroco Português.
( ) A publicação do seu poema “Camões”, em 1825, inaugura, de acordo com a historiografia literária, o Romantismo Português; dedicou-se ao teatro, à prosa e à poesia.

A ordem CORRETA de associação, de cima para baixo, é:
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Ano: 2014 Banca: IF-SC Órgão: IF-SC Prova: IF-SC - 2014 - IF-SC - Professor - Português |
Q439365 Literatura
A seguir são apresentadas algumas afirmativas sobre a literatura brasileira. Marque (V) para as afirmações que forem verdadeiras e (F) para as que forem falsas. Depois, assinale a alternativa que contém a sequência CORRETA das respostas, de cima para baixo. 
( ) No período do Romantismo brasileiro, observa-se na obra de alguns autores a influência de alguns preceitos religiosos. Tais preceitos, quando levados ao extremo, geraram conflitos que acabaram se refletindo na linguagem rebuscada – repleta de antíteses, paradoxos e inversões sintáticas – e também na temática voltada, principalmente, a questões religiosas.
( ) No período do Pré-Modernismo brasileiro, surgiram vários movimentos de vanguarda que influenciaram o movimento Modernista. Dentre eles, estão o Cubismo e o Dadaísmo. O primeiro influenciou, entre outros aspectos, na disposição gráfica dos poemas; o segundo defendia, entre outras ideias, que os autores não seguissem nenhuma regra.
( ) O Barroco brasileiro, que tem como um de seus autores mais importantes Gregório de Matos Guerra, foi época de grande produção literária e era costume as obras serem distribuídas nas casas em forma de folhetins. Devido à temática desenvolvida nos textos – amor e religião –, elas eram consideradas histórias para serem lidas pelas “moças de família” da época.
( ) Cruz e Sousa, poeta catarinense e um dos maiores representantes da poesia Simbolista no Brasil, produziu obras cujas características envolvem, entre outras, o subjetivismo e a musicalidade. É comum, na obra do poeta, o emprego de figuras de linguagem, a exemplo da aliteração, assonância e sinestesia.
( ) O Parnasianismo, também conhecido como Neoclassicismo, tinha como um dos princípios básicos a “arte pela arte”, segundo o qual a preocupação maior do poeta deveria ser atingir a perfeição formal. Para tanto, eram adotados recursos como o emprego de rimas raras, uso de vocabulário erudito e rigor na métrica, entre outros.
( ) A literatura realista do século XIX rejeitava o objetivismo, exigindo que as artes tivessem uma função social. A representação idealizada da realidade foi o motivo pelo qual a literatura do realismo começou a ser reconhecida como “literatura engajada”, já que representava a maneira como a realidade poderia ser transformada.   
A ordem CORRETA de associação, de cima para baixo, é:
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Respostas
1: C
2: D
3: D
4: C
5: D