Leia a seguir o trecho do poema de João Cabral de Melo Neto ...
- É de bom tamanho, nem largo nem fundo, É a parte que te cabe nesse latifúndio. - Não é cova grande é cova medida, É a terra que querias ver dividida - É uma cova grande para teu pouco defunto, Mas estarás, mas ancho que estavas no mundo...
MELO NETO, João Cabral de. Morte e Vida Severina e outros poemas em voz alta. 25 ed. Rio de Janeiro. José Olympio, 1988.
O trecho do poema acima retrata um problema social antigo que está relacionado diretamente a estrutura fundiária brasileira. Sobre esta questão assinale a alternativa correta:
Oi!
Gabarito: D
Bons estudos!
-Você nunca sai perdendo quando ganha CONHECIMENTO!
gab-D
DEU CERTO!
Dica: Geralmente a maior resposta é a correta pois o elaborador coloca todo o conceito.
mesmo assim estude!
gabarito: D
Gabarito D. de Deus na frente, já deu tudo certo!
Alternativa correta: D
O trecho do poema de João Cabral de Melo Neto expressa metaforicamente a problemática da concentração fundiária no Brasil, ao mencionar a partilha desigual da terra, que é um assunto histórico em nosso país e que ainda persiste. Ao falar de uma "cova medida", o poeta trata da questão social e da desigualdade na distribuição de terras, que é uma realidade para trabalhadores rurais que lutam por um pedaço de terra para viver e trabalhar.
Para resolver essa questão, é necessário ter conhecimento sobre a estrutura fundiária brasileira, sua história e as consequências socioeconômicas da concentração de terras. A Lei de Terras de 1850, por exemplo, foi um marco legal que favoreceu essa concentração ao estabelecer que terras devolutas só poderiam ser adquiridas por meio de compra, o que dificultou o acesso à terra pelos mais pobres e perpetuou a estrutura latifundiária, especialmente no Nordeste. Conflitos por terra e movimentos sociais pela reforma agrária são temas relevantes que se entrelaçam com esse contexto.
A alternativa D está correta porque retrata de maneira abrangente o cenário de conflitos fundiários no Brasil, que não se limita à região Nordeste, ocorrendo em diversas partes do país. Reconhece que ao longo do século XX e até os dias atuais, esses conflitos se intensificaram e muitas vezes resultaram em violência e óbitos de trabalhadores rurais. A alternativa aponta para a necessidade de uma reforma agrária democrática que ofereça condições para que o trabalhador rural possa viver e trabalhar na terra, como uma forma de promover justiça social e resolver os problemas associados à concentração fundiária.
As demais alternativas falham em representar a realidade da questão agrária brasileira. A alternativa A é incorreta porque a questão fundiária não está solucionada nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, onde também há problemas relacionados à terra, apesar do maior desenvolvimento urbano. A alternativa B apresenta uma visão idealizada que não condiz com a realidade, visto que a reforma agrária não foi implementada de forma ampla e eficaz no Brasil. A alternativa C é equivocada, já que a Lei de Terras de 1850 contribuiu para a concentração fundiária, e não para a sua distribuição igualitária. Por fim, a alternativa E está incorreta porque o Estatuto do Trabalhador Rural de 1963 visava garantir direitos aos trabalhadores rurais, embora sua implementação e efetividade possam ser criticadas, mas não retirou os direitos já existentes.