A “memória” não pode ocupar o lugar que foi ou ainda é da ...

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Q2465594 História
A “memória” não pode ocupar o lugar que foi ou ainda é da história. Ela deve ocupar um lugar com certeza, mas não o mesmo. Todo um conjunto de operações passa a ser da sua competência ou de seu magistério: as relações com o passado em geral e, mais especificamente, o vasto domínio dos crimes perpetrados, recentes ou menos recentes, o lugar concedido aos testemunhos, a escuta das vítimas, as reparações, quando possível, as injustiças sofridas, a votação das “leis memoriais”, a implementação de “políticas de memória”" , a gestão do dever de memória, pedidos de transformação ou mesmo de remoção de monumentos históricos. Estátuas para as quais já não olhávamos de repente se tornam visíveis novamente e, ao mesmo tempo, ofensivas, conflituosas. Elas ferem a memória, pois impõem uma história no que nos Estados Unidos, por exemplo, os afro-americanos nunca poderão compartilhar. Elevado, portanto, é o papel da memória. Resta, no entanto, uma diferença entre ela e a história; suas respectivas relações com o futuro. A história, a do conceito moderno de história, via o passado à luz do futuro. A memória vê o passado à luz do presente. Eis aí uma grande diferença de ponto de vista, que é melhor ser mensurada do que levada a julgamento. Ela é, de fato, a marca de uma mudança de época. (HARTOG, François. Os impasses do presentismo. In: In: IEGELSKI, Francine; MÜLLER, Angélica (orgs). História do Tempo presente: mutações e reflexões. Rio de Janeiro: FGV, 2022. p. 141)

A partir da análise desse trecho de um artigo do historiador, é correto inferir que o autor considera que
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