Questões de Vestibular de Literatura - Teoria Literária
Foram encontradas 43 questões
Ano: 2023
Banca:
PUC - RS
Órgão:
PUC - RS
Provas:
PUC - RS - 2022 - PUC - RS - Vestibular - Primeiro Semestre - Medicina
|
PUC - RS - 2023 - PUC - RS - Vestibular - Medicina |
Q2092759
Literatura
O poema a seguir integra o livro Canções de atormentar (2020), de Angélica Freitas (1973).
jogos escolares desde as nove da manhã o time amarelo enfrenta o time vermelho. no teu tempo isso era educação física, podia ser também recreio. o telefone ainda não tocou, tudo na mesma, nenhum e-mail. a gritaria pela janela da cozinha informa a vitória do time amarelo. depois a casa se enche de silêncio. e você sente pena do time vermelho, mas é só mais tarde, depois do almoço, que se compadece também do amarelo.
FREITAS, Angélica. Canções de atormentar. São Paulo: Companhia das Letras, 2020. p. 59.
Sobre o poema em questão, assinale a alternativa INCORRETA:
jogos escolares desde as nove da manhã o time amarelo enfrenta o time vermelho. no teu tempo isso era educação física, podia ser também recreio. o telefone ainda não tocou, tudo na mesma, nenhum e-mail. a gritaria pela janela da cozinha informa a vitória do time amarelo. depois a casa se enche de silêncio. e você sente pena do time vermelho, mas é só mais tarde, depois do almoço, que se compadece também do amarelo.
FREITAS, Angélica. Canções de atormentar. São Paulo: Companhia das Letras, 2020. p. 59.
Sobre o poema em questão, assinale a alternativa INCORRETA:
Q2081777
Literatura
Leia o poema para responder à questão.
Selva selvaggia
As palavras espiam como animais: umas, rajadas, sensuais, que nem panteras... outras, escuras, furtivas raposas... mas as mais belas palavras estão pousadas nas frondes mais altas, como pássaros... O poema está parado em meio da clareira.
O poema caiu na armadilha! debate-se e ora subdivide-se e entrechoca-se como esferas de vidro colorido ora é uma fórmula algébrica ora, como um sexo, palpita... Que importa que importa qual seja enfim o seu verdadeiro universo? Ele em breve será inteiramente devorado pelas palavras!
QUINTANA, M. Esconderijos do tempo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.
Selva selvaggia exemplifica uma das características da poética de Mário Quintana:
Selva selvaggia
As palavras espiam como animais: umas, rajadas, sensuais, que nem panteras... outras, escuras, furtivas raposas... mas as mais belas palavras estão pousadas nas frondes mais altas, como pássaros... O poema está parado em meio da clareira.
O poema caiu na armadilha! debate-se e ora subdivide-se e entrechoca-se como esferas de vidro colorido ora é uma fórmula algébrica ora, como um sexo, palpita... Que importa que importa qual seja enfim o seu verdadeiro universo? Ele em breve será inteiramente devorado pelas palavras!
QUINTANA, M. Esconderijos do tempo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.
Selva selvaggia exemplifica uma das características da poética de Mário Quintana:
Q2076544
Literatura
Texto associado
Clarice Lispector nasceu em uma aldeia na Ucrânia (Antiga União Soviética). Ao chegar ao Brasil,
desembarcou em Manaus, quando tinha dois meses de idade, depois se mudou para Recife. Viveu fora do
Brasil, fez leituras de grandes brasileiros e de estrangeiros, trazendo inovações, produzindo um estilo que
a tornou uma das grandes escritoras de Língua Portuguesa.
Leia um fragmento de um dos capítulos de seu primeiro livro.
ALEGRIAS DE JOANA
A liberdade que às vezes sentia. Não vinha de reflexões nítidas, mas de um estado
como feito de percepções por demais orgânicas para serem formuladas em pensamentos.
Às vezes, no fundo da sensação tremulava uma ideia que lhe dava leve consciência de sua
espécie e de sua cor.
O estado para onde deslizava quando murmurava: eternidade. O próprio pensamento
adquiria uma qualidade de eternidade. Aprofundava-se magicamente e alargava-se, sem
propriamente um conteúdo e uma forma, mas sem dimensões também. A impressão de
que se conseguisse manter-se na sensação por mais uns instantes teria uma revelação —
facilmente, como enxergar o resto do mundo apenas inclinando-se da terra para o espaço.
Eternidade não era só o tempo, mas algo como a certeza enraizadamente profunda de não
poder contê-lo no corpo por causa da morte; a impossibilidade de ultrapassar a eternidade
era eternidade; e também era eterno um sentimento em pureza absoluta, quase abstrato.
Sobretudo dava ideia de eternidade a impossibilidade de saber quantos seres humanos se
sucederiam após seu corpo, que um dia estaria distante do presente com a velocidade de
um bólido.
Definia eternidade e as explicações nasciam fatais como as pancadas do coração.
Delas não mudaria um termo sequer, de tal modo eram sua verdade. Porém mal brotavam,
tornavam-se vazias logicamente.
Definir a eternidade como uma quantidade maior que
o tempo e maior mesmo do que o tempo que a mente humana pode suportar em ideia
também não permitiria, ainda assim, alcançar sua duração. Sua qualidade era exatamente
não ter quantidade, não ser mensurável e divisível porque tudo o que se podia medir e
dividir tinha um princípio e um fim. Eternidade não era a quantidade infinitamente grande
que se desgastava, mas eternidade era a sucessão.
LISPECTOR, Clarice. Perto do Coração Selvagem: Rio de Janeiro: Rocco, 2019.
Analise os seguintes trechos para responder à questão.
“O estado para onde deslizava quando murmurava: eternidade.” / ”Aprofundava-se magicamente e alargava-se, sem propriamente um conteúdo e uma forma, mas sem dimensões também.”
Os trechos podem exemplificar a afirmação de críticos consagrados sobre uma das surpreendentes marcas estilísticas de Clarice Lispector. Essa característica se traduz como
“O estado para onde deslizava quando murmurava: eternidade.” / ”Aprofundava-se magicamente e alargava-se, sem propriamente um conteúdo e uma forma, mas sem dimensões também.”
Os trechos podem exemplificar a afirmação de críticos consagrados sobre uma das surpreendentes marcas estilísticas de Clarice Lispector. Essa característica se traduz como
Ano: 2019
Banca:
PUC - RS
Órgão:
PUC - RS
Prova:
PUC - RS - 2019 - PUC - RS - Vestibular - Grupo 1 - Caderno Preto |
Q1962030
Literatura
Texto associado
INSTRUÇÃO: Responder à questão com
base nos textos 1 e 2.
TEXTO 1
QUINCAS BORBA
Machado de Assis
Rubião fitava a enseada, – eram oito horas da
manhã. Quem o visse, com os polegares metidos no
cordão do chambre, à janela de uma grande casa de
Botafogo, cuidaria que ele admirava aquele pedaço de
água quieta; mas, em verdade, vos digo que pensava em
outra coisa. Cotejava o passado com o presente. Que
era, há um ano? Professor. Que é agora? Capitalista.
Olha para si, para as chinelas (umas chinelas de Túnis,
que lhe deu recente amigo, Cristiano Palha), para a casa,
para o jardim, para a enseada, para os morros e para o
céu; e tudo, desde as chinelas até o céu, tudo entra na
mesma sensação de propriedade.
– Vejam como Deus escreve direito por linhas
tortas, pensa ele. Se mana Piedade tem casado com
Quincas Borba, apenas me daria uma esperança colateral. Não casou; ambos morreram, e aqui está tudo
comigo; de modo que o que parecia uma desgraça...
ASSIS, Machado de. Quincas Borba. Rio de Janeiro:
Record, 2007. p. 11.
TEXTO 2
TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA
Lima Barreto
Como de hábito, Policarpo Quaresma, mais conhecido por Major Quaresma, bateu em casa às quatro
e quinze da tarde. Havia mais de vinte anos que isso
acontecia. Saindo do Arsenal de Guerra, onde era subsecretário, bongava pelas confeitarias algumas frutas,
comprava um queijo, às vezes, e sempre o pão de
padaria francesa.
Não gastava nesses passos nem mesmo uma
hora, de forma que, às três e quarenta, por aí assim,
tomava o bonde, sem erro de um minuto, ia pisar a soleira da porta de sua casa, numa rua afastada de São
Januário, bem exatamente às quatro e quinze, como se
fosse a aparição de um astro, um eclipse, enfim um fenômeno matematicamente determinado, previsto e predito.
A vizinhança já lhe conhecia os hábitos e tanto que,
na casa do Capitão Cláudio, onde era costume jantar-se
aí pelas quatro e meia, logo que o viam passar, a dona
gritava à criada: “Alice, olha que são horas; o Major
Quaresma já passou”.
E era assim todos os dias, há quase trinta anos.
Vivendo em casa própria e tendo outros rendimentos
além do seu ordenado, o Major Quaresma podia levar
um trem de vida superior aos seus recursos burocráticos,
gozando, por parte da vizinhança, da consideração e
respeito de homem abastado.
LIMA BARRETO, Afonso Henriques de. Triste fim de Policarpo
Quaresma. Porto Alegre: L&PM, 1998. p. 13-14.
Em ambos os textos, as cenas são narradas na 3ª
pessoa. No primeiro, contudo, a visão do narrador é
mais _________ do protagonista, que vive uma situação recente de _________, enquanto, no segundo,
a visão é mais _________ do protagonista, cuja vida
é marcada pela _________.
Ano: 2019
Banca:
UEL
Órgão:
UEL
Prova:
UEL - 2019 - UEL - Vestibular - Língua Portuguesa, Literatura e Língua Espanhola |
Q1642824
Literatura
Texto associado
Leia o texto extraído do segundo ato de O demônio familiar e responda à questão
EDUARDO (Rindo-se) -– Eis um corretor de casamentos, que seria um achado precioso para certos indivíduos do meu conhecimento! Vou tratar de vender-te a algum deles para que possas aproveitar teu gênio
industrioso.
PEDRO -– Oh! Não! Pedro quer servir a meu senhor! Vosmecê perdoa; foi para ver senhor rico!
EDUARDO -– E o que lucras tu com isto?! Sou tão pobre que te falte com aquilo de que precisas? Não te
trato mais como um amigo do que como um escravo?
PEDRO — Oh! Trata muito bem, mas Pedro queria que o senhor tivesse muito dinheiro e comprasse carro
bem bonito para...
EDUARDO -– Para... Dize!
PEDRO -– Para Pedro ser cocheiro de senhor!
EDUARDO -– Então a razão única de tudo isto é o desejo que tens de ser cocheiro?
PEDRO — Sim, senhor!
EDUARDO — (Rindo-se) -– Muito bem! Assim, pouco te importava que eu ficasse mal com a pessoa que
estimava; que me casasse com uma velha ridícula, que vivesse maçado e aborrecido, contanto que governasses dois cavalos em um carro! Tens razão!... E eu ainda devo dar-me por muito feliz, que fosse esse motivo
frívolo, mas inocente, que te obrigasse a trair a minha confiança. (Eduardo sai.)
ALENCAR, José de. O demônio familiar. 4. ed. São Paulo: Martin Claret, 2013. p. 54-55.
A fala de Eduardo a respeito de ser pobre em O demônio familiar levanta a questão da representação dos pobres
em textos literários. Assinale a alternativa que contém a correta correlação entre a obra referida e a temática da
pobreza.