Questões de Vestibular UFT 2013 para Vestibular, Prova 1
Foram encontradas 8 questões
Q1262153
Português
Texto associado
Leia o texto para responder a questão.
Slogans de protesto
Samantha Pearson, colunista do prestigioso Financial
Times, escreveu um artigo sobre a adoção de slogans
publicitários pelos manifestantes que tomaram as ruas de
diversas cidades brasileiras nos últimos meses. Segundo ela, a
utilização dos temas "O gigante acordou", extraída da
campanha do uísque Johnnie Walker, e do "Vem pra rua",
retirado dos anúncios da Fiat, revelam sinais de consumismo
excessivo e alienação política.
Entendo a surpresa da moça. Relacionamos protestos
com palavras de ordem contra o establishment e não a favor
dele. No entanto, como um dos mais antigos historiadores da
humanidade e, porque não dizer, na qualidade de o “pai da
história”, devo esclarecer que a utilização de slogans de
anunciantes em protestos e revoluções não é algo novo.
[...]
O lema “paz, pão e terra”, usado por Lenin para promover
a primeira fase da revolução soviética, expressou com perfeição
três demandas da época: a saída da Rússia da Primeira Guerra
Mundial, comida para todos e a necessidade de uma reforma
agrária radical. Esse simples e brilhante slogan não saiu da
cabeça de nenhum propagandista marxista. Os bolcheviques o
tomaram de uma campanha de um condomínio fechado que
prometia paz, pão e terra aos compradores, pois, os imensos
lotes oferecidos aos burgueses se encontravam longe do centro
de Moscou e ao lado de um campo de trigo.
O caso de Maio de 68 é o mais exemplar. Esse
movimento talvez seja o mais profícuo em slogans. Centenas
de frases de efeito foram gritadas e estampadas em muros e
cartazes pelos manifestantes. Algumas delas seguem ainda
hoje animando as mentes inquietas. O que pouca gente sabe é
que muitos dos ditos da época foram sacados de campanhas
publicitárias de produtos dos mais diversos setores da
economia. "Decretado o estado de felicidade permanente."
(Cerveja). “A Poesia está na rua.” (Perfume). “O sonho é
realidade.” (Previdência privada). "Não mudem de
empregadores, mudem o emprego da vida." (Trabalho
autônomo). "A imaginação toma o poder." (Carro).
Ao historiador, cabe analisar o passado e não fazer
previsões, mas me arrisco a dizer que, num futuro próximo,
manifestantes poderão se apropriar também das frases
promocionais usadas pelo varejo. Já vejo cartazes estampando
dizeres como “imperdível, redução de tarifa já”, “pelo fim da
corrupção, nem que seja em 10x sem juros”, “queima total de
estoque de parlamentares”. O ambiente é propício.
KNIJNIK, Vitor. Blog do Heródoto. Carta Capital. São Paulo: Confiança, Ano XVIII, Nº 757, jul.
2013, p.19. (adaptado)
A partir dos argumentos defendidos pelo autor do texto,
assinale a alternativa CORRETA. Os slogans, descritos no
texto, utilizados em protestos e movimentos políticos estão
relacionados
Q1262154
Português
Texto associado
Leia o texto para responder a questão.
Slogans de protesto
Samantha Pearson, colunista do prestigioso Financial
Times, escreveu um artigo sobre a adoção de slogans
publicitários pelos manifestantes que tomaram as ruas de
diversas cidades brasileiras nos últimos meses. Segundo ela, a
utilização dos temas "O gigante acordou", extraída da
campanha do uísque Johnnie Walker, e do "Vem pra rua",
retirado dos anúncios da Fiat, revelam sinais de consumismo
excessivo e alienação política.
Entendo a surpresa da moça. Relacionamos protestos
com palavras de ordem contra o establishment e não a favor
dele. No entanto, como um dos mais antigos historiadores da
humanidade e, porque não dizer, na qualidade de o “pai da
história”, devo esclarecer que a utilização de slogans de
anunciantes em protestos e revoluções não é algo novo.
[...]
O lema “paz, pão e terra”, usado por Lenin para promover
a primeira fase da revolução soviética, expressou com perfeição
três demandas da época: a saída da Rússia da Primeira Guerra
Mundial, comida para todos e a necessidade de uma reforma
agrária radical. Esse simples e brilhante slogan não saiu da
cabeça de nenhum propagandista marxista. Os bolcheviques o
tomaram de uma campanha de um condomínio fechado que
prometia paz, pão e terra aos compradores, pois, os imensos
lotes oferecidos aos burgueses se encontravam longe do centro
de Moscou e ao lado de um campo de trigo.
O caso de Maio de 68 é o mais exemplar. Esse
movimento talvez seja o mais profícuo em slogans. Centenas
de frases de efeito foram gritadas e estampadas em muros e
cartazes pelos manifestantes. Algumas delas seguem ainda
hoje animando as mentes inquietas. O que pouca gente sabe é
que muitos dos ditos da época foram sacados de campanhas
publicitárias de produtos dos mais diversos setores da
economia. "Decretado o estado de felicidade permanente."
(Cerveja). “A Poesia está na rua.” (Perfume). “O sonho é
realidade.” (Previdência privada). "Não mudem de
empregadores, mudem o emprego da vida." (Trabalho
autônomo). "A imaginação toma o poder." (Carro).
Ao historiador, cabe analisar o passado e não fazer
previsões, mas me arrisco a dizer que, num futuro próximo,
manifestantes poderão se apropriar também das frases
promocionais usadas pelo varejo. Já vejo cartazes estampando
dizeres como “imperdível, redução de tarifa já”, “pelo fim da
corrupção, nem que seja em 10x sem juros”, “queima total de
estoque de parlamentares”. O ambiente é propício.
KNIJNIK, Vitor. Blog do Heródoto. Carta Capital. São Paulo: Confiança, Ano XVIII, Nº 757, jul.
2013, p.19. (adaptado)
Os excertos, no 5° parágrafo, “pelo fim da corrupção, nem que
seja em 10x sem juros”, “queima total de estoque de
parlamentares” estão empregados no sentido de
Q1262155
Português
Texto associado
Leia o texto para responder a questão.
Slogans de protesto
Samantha Pearson, colunista do prestigioso Financial
Times, escreveu um artigo sobre a adoção de slogans
publicitários pelos manifestantes que tomaram as ruas de
diversas cidades brasileiras nos últimos meses. Segundo ela, a
utilização dos temas "O gigante acordou", extraída da
campanha do uísque Johnnie Walker, e do "Vem pra rua",
retirado dos anúncios da Fiat, revelam sinais de consumismo
excessivo e alienação política.
Entendo a surpresa da moça. Relacionamos protestos
com palavras de ordem contra o establishment e não a favor
dele. No entanto, como um dos mais antigos historiadores da
humanidade e, porque não dizer, na qualidade de o “pai da
história”, devo esclarecer que a utilização de slogans de
anunciantes em protestos e revoluções não é algo novo.
[...]
O lema “paz, pão e terra”, usado por Lenin para promover
a primeira fase da revolução soviética, expressou com perfeição
três demandas da época: a saída da Rússia da Primeira Guerra
Mundial, comida para todos e a necessidade de uma reforma
agrária radical. Esse simples e brilhante slogan não saiu da
cabeça de nenhum propagandista marxista. Os bolcheviques o
tomaram de uma campanha de um condomínio fechado que
prometia paz, pão e terra aos compradores, pois, os imensos
lotes oferecidos aos burgueses se encontravam longe do centro
de Moscou e ao lado de um campo de trigo.
O caso de Maio de 68 é o mais exemplar. Esse
movimento talvez seja o mais profícuo em slogans. Centenas
de frases de efeito foram gritadas e estampadas em muros e
cartazes pelos manifestantes. Algumas delas seguem ainda
hoje animando as mentes inquietas. O que pouca gente sabe é
que muitos dos ditos da época foram sacados de campanhas
publicitárias de produtos dos mais diversos setores da
economia. "Decretado o estado de felicidade permanente."
(Cerveja). “A Poesia está na rua.” (Perfume). “O sonho é
realidade.” (Previdência privada). "Não mudem de
empregadores, mudem o emprego da vida." (Trabalho
autônomo). "A imaginação toma o poder." (Carro).
Ao historiador, cabe analisar o passado e não fazer
previsões, mas me arrisco a dizer que, num futuro próximo,
manifestantes poderão se apropriar também das frases
promocionais usadas pelo varejo. Já vejo cartazes estampando
dizeres como “imperdível, redução de tarifa já”, “pelo fim da
corrupção, nem que seja em 10x sem juros”, “queima total de
estoque de parlamentares”. O ambiente é propício.
KNIJNIK, Vitor. Blog do Heródoto. Carta Capital. São Paulo: Confiança, Ano XVIII, Nº 757, jul.
2013, p.19. (adaptado)
De acordo com o tipo de discurso, predominantemente,
utilizado pelo autor do texto, é CORRETO afirmar que
Q1262156
Português
Leia o texto a seguir para responder a questão.
O Ferrador de Cavalos
Em que língua falarei ao ferrador de cavalos? Por que, na minha língua de assombros e vogal, só falo a mim mesmo __ ao meu nada e ao meu tudo__ e nem sequer disponho do gesto dos mudos? Se as palavras morrem à míngua como os homens e se o silêncio fala seu próprio idioma, em que língua direi ao homem diferente que ele é meu semelhante quando o vejo ferrar o casco do cavalo? Empunhando o martelo ele me conta histórias de cravos perdidos e cavalos mancos. Palavras que se perdem como ferraduras no caminho do pasto IVO, Lêdo. Noite Misteriosa. Os melhores poemas de Lêdo Ivo. São Paulo: Global, 1983, (adaptado)
O poema de Lêdo Ivo discute, entre outros tópicos, o tema língua e cultura. A esse respeito, pode se afirmar que
O Ferrador de Cavalos
Em que língua falarei ao ferrador de cavalos? Por que, na minha língua de assombros e vogal, só falo a mim mesmo __ ao meu nada e ao meu tudo__ e nem sequer disponho do gesto dos mudos? Se as palavras morrem à míngua como os homens e se o silêncio fala seu próprio idioma, em que língua direi ao homem diferente que ele é meu semelhante quando o vejo ferrar o casco do cavalo? Empunhando o martelo ele me conta histórias de cravos perdidos e cavalos mancos. Palavras que se perdem como ferraduras no caminho do pasto IVO, Lêdo. Noite Misteriosa. Os melhores poemas de Lêdo Ivo. São Paulo: Global, 1983, (adaptado)
O poema de Lêdo Ivo discute, entre outros tópicos, o tema língua e cultura. A esse respeito, pode se afirmar que
Q1262157
Português
Texto associado
Leia os excertos as seguir e responda as questão.
Escrita criativa: os segredos de escritores e professores de redação
criativa para a realização de um bom texto.
Texto 1
Eliane Brum
"Começo a escrever dentro de mim. Vou ao computador com o
texto já em mim. Resolvo os meus conflitos pela escrita"
Tanto na reportagem como na ficção começo a escrever dentro de
mim. Sou intuitiva na minha escrita. Dificilmente tenho bloqueios, porque
quando vou para o computador a história já está dentro de mim.
O processo é como uma gestação. A reportagem começa em um
movimento interno de esvaziamento - da visão de mundo, dos
preconceitos, dos julgamentos. Sei que nunca vou me esvaziar por
completo - não podemos esquecer que somos seres históricos. Volto
preenchida pela voz que é do outro, pela história do outro. [...]
Na ficção é outro processo: o de ser possuído pela própria voz,
pelas vozes do seu subterrâneo que você nem sabia que tinha. Também é
uma apuração - dos seus interiores. Ela também começa dentro de mim.
É um processo totalmente solitário. É preciso aguentar a angústia.
[…]
Texto 2
Stella Florence
"Escrever é cortar o ego do escritor. A técnica deve misturar-se à
criação sem que percebamos".
Há uma frase atribuída ao Rubem Fonseca que considero perfeita:
"Escrever é um labirinto cuja dificuldade não é encontrar a saída, mas a
entrada".
Quando se encontra a entrada do texto, tem-se tudo - e não há
como forçar esse encontro.
Eu costumava organizar notas, blocos, cadernos, até perceber que
eu jamais esquecia o que realmente iria virar texto. Agora eu deixo que a
memória funcione como um filtro. [...]
Não tenho manias ou necessidades externas. Preciso apenas de
concentração (isso pode acontecer em casa, num aeroporto, num bar,
desde que não falem comigo).
[...]
Texto 3
Xico Sá
Nessa correria de hoje está todo mundo com déficit de atenção.
Uma boa abertura é fundamental para abrir a porta ao leitor. Sem um bom
começo há mais dificuldade na leitura. Penso numa frase de maior
impacto para prender o leitor.
A linguagem com termos pouco usuais funciona, chama a atenção.
No texto de internet, que é para o povo mais apressado ainda, jogo
adiante dois ou três significados do termo, até brincando com ele. Para
livros não tenho essa preocupação, pois imagino um leitor com mais
reflexão, que possa ter o entendimento por ele mesmo. São expressões
às vezes regionais, que eram usuais no português em desuso. [...]
Inspiro-me tanto em Graciliano Ramos, pela secura do texto, como
em Nelson Rodrigues, pelo contrário: por adjetivar, não ter medo do
derramamento. [...]
Há também a preocupação de fechar com boas frases. Não deixo o
leitor sem uma satisfação final.
[...]
Disponível em: http://www.controversia.com.br/index.php?act=textos&id=10533. Acesso em
agosto de 2013. (Adaptado).
Cada escritor procura estratégias (especificidades linguísticas e
estilísticas, etc) na hora de escrever um texto. Nos três
excertos, identificamos uma característica comum entre eles: