Questões de Vestibular UNICAMP 2023 para Vestibular Indígena
Foram encontradas 2 questões
Ano: 2023
Banca:
COMVEST - UNICAMP
Órgão:
UNICAMP
Prova:
COMVEST - UNICAMP - 2023 - UNICAMP - Vestibular Indígena |
Q2073464
Português
Texto associado
“A mãe do Brasil é indígena, ainda que o país tenha mais
orgulho de seu pai europeu que o trata como um filho
bastardo. Sua raiz vem daqui, do povo ancestral que veste
uma história, que escreve na pele sua cultura, suas preces
e suas lutas. Nunca vou entender o nacionalismo
estrangeiro que muitas pessoas têm. Nós somos um país
rico, diverso e guerreiro, mas um país que mata o seu povo
originário e aqueles que construíram uma nação, que ainda
marginaliza povos que já foram escravizados e seguem
tentando se recuperar dos danos.”
(Myrian Krexu @myrianveloso, médica Guarani Mbyá (17/05/2020). Disponível
em https://www.instagram.com/p/CdTRkvYuOXM/. Acesso em 03/05/2022.)
Em “Nunca vou entender o nacionalismo estrangeiro que
muitas pessoas têm”, a autora recorre à figura de
linguagem
Ano: 2023
Banca:
COMVEST - UNICAMP
Órgão:
UNICAMP
Prova:
COMVEST - UNICAMP - 2023 - UNICAMP - Vestibular Indígena |
Q2073467
Português
Texto associado
A professora Débora Diniz e o artista plástico Ramon
Navarro criaram um álbum de memórias para homenagear
mulheres mortas pela pandemia de Covid-19. Nesse
álbum, é apresentada uma imagem de cada mulher
homenageada seguida de um texto a seu respeito, como o
exemplo a seguir.
Ela se foi no dia seguinte a ele. Sobre ele, a notícia disse
ser uma “liderança indígena”. Sobre ela, nem mesmo o
nome do povo. Morreu aos 86 anos, em Dourados, Mato
Grosso do Sul.
Arte não se explica. Na ousadia de palavrear o que se vê,
uma tentativa de oferecer mais palavras ao luto: “Há
orgulho na pose, no apertar de olhos de quem quer olhar
longe. Os raios saem dela, o sol lhe presta homenagem.
Uma combinação de terra e tempos se encontra nos
pássaros e no mar. Parece o tempo do início, mas o manto
cobre a nudez de quem encontrou a regra do conquistador.
A folhagem nasce da mão, não é enfeite. É raiz.”
(Debora Diniz e Ramon Navarro, no perfil @reliquia.rum.)
No trecho “o sol lhe presta uma homenagem” (linha 8), a
autora faz uso da figura de linguagem