Questões de Concurso Público Prefeitura de Serrana - SP 2018 para Professor de Educação Básica - Educação Física

Foram encontradas 10 questões

Q1043049 Português
Os mortos

      Esse dia que ainda se reserva aos Finados é quase desnecessário em seu simbolismo, porque os moços não reparam nele, e os maduros e os velhos têm já formado o seu sentimento da morte e dos mortos. Esta é uma conquista do tempo, e prescinde de comemorações para se consolidar. Basta o exercício de viver, para nos desprender capciosamente da vida, ou, pelo menos, para entrelaçá-la de tal jeito com a morte que passamos a sentir essa última como forma daquela, e forma talvez mais apurada, à maneira de uma gravura que só se completa depois de provas sucessivas. Falo em gravura, e vejo à minha frente um desses originais de Goeldi*, em que o esplendor noturno é raiado de vermelho ou verde, numa condensação de treva tão intensa e compacta que não se sabe como a penetra esse facho de luz deslumbrante, coexistindo daí por diante numa espécie de casamento sinistro, à primeira impressão. Não, não é sinistro. Posso informar pessoalmente que a imbricação da ideia de morte na ideia de vida não é arrasadora para o homem, senão que constitui uma das sínteses morais a que o tempo nos conduz, como parte da experiência individual.
       Os que eram do mesmo sangue, os amigos e companheiros que ainda há pouco sorriam a nosso lado ou mesmo nos impacientavam lá de vez em quando (mas era tão bom que nos impacientassem, agora que nem isso recebemos deles), onde estão, onde estão? Voltamo-nos para fora de nós e não os recuperamos; mas se nos aprofundarmos um pouco, vamos encontrá-los fundidos em nosso conhecimento das coisas, incorporados à nossa maneira de andar, comer e dormir; intatos, mesmo sob a camada de esquecimento em que outra vez os sepultamos, porque, contraditoriamente, eles não se deixaram ficar esquecidos, e brincam de se fazer lembrados nas horas mais imprevistas.
(Carlos Drummond de Andrade, Fala, amendoeira)

* Oswaldo Goeldi, ilustrador, gravurista, desenhista brasileiro.
Para responder a questão, considere a seguinte passagem do texto.
Esta é uma conquista do tempo, e prescinde de comemorações para se consolidar. Basta o exercício de viver, para nos desprender capciosamente da vida, ou, pelo menos, para entrelaçá-la de tal jeito com a morte que passamos a sentir essa última como forma daquela, e forma talvez mais apurada, à maneira de uma gravura que só se completa depois de provas sucessivas.
Em – Basta o exercício de viver, para nos desprender capciosamente da vida, ou, pelo menos, para entrelaçá-la de tal jeito com a morte que passamos a sentir essa última como forma daquela... – o trecho introduzido pela conjunção “que” relaciona-se com o imediatamente precedente pelo sentido de
Alternativas
Q1043050 Português
Os mortos

      Esse dia que ainda se reserva aos Finados é quase desnecessário em seu simbolismo, porque os moços não reparam nele, e os maduros e os velhos têm já formado o seu sentimento da morte e dos mortos. Esta é uma conquista do tempo, e prescinde de comemorações para se consolidar. Basta o exercício de viver, para nos desprender capciosamente da vida, ou, pelo menos, para entrelaçá-la de tal jeito com a morte que passamos a sentir essa última como forma daquela, e forma talvez mais apurada, à maneira de uma gravura que só se completa depois de provas sucessivas. Falo em gravura, e vejo à minha frente um desses originais de Goeldi*, em que o esplendor noturno é raiado de vermelho ou verde, numa condensação de treva tão intensa e compacta que não se sabe como a penetra esse facho de luz deslumbrante, coexistindo daí por diante numa espécie de casamento sinistro, à primeira impressão. Não, não é sinistro. Posso informar pessoalmente que a imbricação da ideia de morte na ideia de vida não é arrasadora para o homem, senão que constitui uma das sínteses morais a que o tempo nos conduz, como parte da experiência individual.
       Os que eram do mesmo sangue, os amigos e companheiros que ainda há pouco sorriam a nosso lado ou mesmo nos impacientavam lá de vez em quando (mas era tão bom que nos impacientassem, agora que nem isso recebemos deles), onde estão, onde estão? Voltamo-nos para fora de nós e não os recuperamos; mas se nos aprofundarmos um pouco, vamos encontrá-los fundidos em nosso conhecimento das coisas, incorporados à nossa maneira de andar, comer e dormir; intatos, mesmo sob a camada de esquecimento em que outra vez os sepultamos, porque, contraditoriamente, eles não se deixaram ficar esquecidos, e brincam de se fazer lembrados nas horas mais imprevistas.
(Carlos Drummond de Andrade, Fala, amendoeira)

* Oswaldo Goeldi, ilustrador, gravurista, desenhista brasileiro.
Assinale a alternativa que substitui, com correção e respectivamente, as expressões destacadas na passagem a seguir.
Os que eram do mesmo sangue, os amigos e companheiros que ainda há pouco sorriam a nosso lado ou mesmo nos impacientavam lá de vez em quando (mas era tão bom que nos impacientassem, agora que nem isso recebemos deles), onde estão, onde estão?
Alternativas
Q1043051 Português
Os mortos

      Esse dia que ainda se reserva aos Finados é quase desnecessário em seu simbolismo, porque os moços não reparam nele, e os maduros e os velhos têm já formado o seu sentimento da morte e dos mortos. Esta é uma conquista do tempo, e prescinde de comemorações para se consolidar. Basta o exercício de viver, para nos desprender capciosamente da vida, ou, pelo menos, para entrelaçá-la de tal jeito com a morte que passamos a sentir essa última como forma daquela, e forma talvez mais apurada, à maneira de uma gravura que só se completa depois de provas sucessivas. Falo em gravura, e vejo à minha frente um desses originais de Goeldi*, em que o esplendor noturno é raiado de vermelho ou verde, numa condensação de treva tão intensa e compacta que não se sabe como a penetra esse facho de luz deslumbrante, coexistindo daí por diante numa espécie de casamento sinistro, à primeira impressão. Não, não é sinistro. Posso informar pessoalmente que a imbricação da ideia de morte na ideia de vida não é arrasadora para o homem, senão que constitui uma das sínteses morais a que o tempo nos conduz, como parte da experiência individual.
       Os que eram do mesmo sangue, os amigos e companheiros que ainda há pouco sorriam a nosso lado ou mesmo nos impacientavam lá de vez em quando (mas era tão bom que nos impacientassem, agora que nem isso recebemos deles), onde estão, onde estão? Voltamo-nos para fora de nós e não os recuperamos; mas se nos aprofundarmos um pouco, vamos encontrá-los fundidos em nosso conhecimento das coisas, incorporados à nossa maneira de andar, comer e dormir; intatos, mesmo sob a camada de esquecimento em que outra vez os sepultamos, porque, contraditoriamente, eles não se deixaram ficar esquecidos, e brincam de se fazer lembrados nas horas mais imprevistas.
(Carlos Drummond de Andrade, Fala, amendoeira)

* Oswaldo Goeldi, ilustrador, gravurista, desenhista brasileiro.
A relação de sentido de antonímia que há entre as palavras vida e morte está presente também nos pares:
Alternativas
Q1043052 Português

Para responder à questão, leia a tira. 


À vista do questionamento feito por Helga a Hagar, no primeiro quadrinho, é correto concluir que a pergunta feita pelo personagem, no último quadrinho,
Alternativas
Q1043053 Português

Para responder à questão, leia a tira. 


Assinale a alternativa que reescreve frase do texto de acordo com a norma-padrão de concordância, regência e emprego e colocação de pronomes.
Alternativas
Respostas
6: D
7: C
8: E
9: A
10: A