Uma moça de 23 anos foi à consulta acompanhada pelos
pais, que perceberam que ela estava muito “elétrica” no
último mês. A mãe informou que a filha sempre foi muito
ativa, mas estranhou a intensidade do envolvimento dela
com assuntos da faculdade: começou a divulgar opiniões
extremadas em redes sociais, estava muito engajada em
discussões sobre possíveis mudanças na organização do
curso e se envolveu em uma briga com agressão física
contra um colega opositor às ideias dela. O pai relatou
que não reconhecia a filha: “há 3 semanas, ela passou a
gritar para falar sobre qualquer assunto; ficava andando
freneticamente enquanto falava ao telefone com colegas
que aparentemente apoiavam as ideias dela; pouco dormia e se esquecia de comer”. A paciente interrompeu e
disse: “é isso o que você está vendo, são só críticas em
casa; o que me motiva é algo maior, é fazer o bem para
aqueles alunos que não são representados; a minha missão é reconstruir os valores daquela faculdade que está
contaminada por vícios”. Ao exame psíquico, a paciente
estava com a camisa mal abotoada (como se tivesse se
vestido às pressas), com o cabelo desgrenhado, balança
as pernas e gesticulava muito enquanto falava, às vezes,
se perdia ao longo do discurso, falava em tom de voz
alto, apresentava o humor ora irritado, ora exaltado, mas
sem alteração de sensopercepção.
Considerando o quadro clínico descrito, o tratamento de
primeira linha é introduzir