Questões de Concurso Público Prefeitura de Iguatu - CE 2023 para Monitor de Educação Infantil
Foram encontradas 30 questões
Ano: 2023
Banca:
Prefeitura de Iguatu - CE
Órgão:
Prefeitura de Iguatu - CE
Prova:
Prefeitura de Iguatu - CE - 2023 - Prefeitura de Iguatu - CE - Monitor de Educação Infantil |
Q2155653
Português
Texto associado
Texto 01
Notícia de jornal Leio no jornal a notícia de que
um homem morreu de fome. Um homem de cor
branca, trinta anos presumíveis, pobremente
vestido, morreu de fome, sem socorros, em pleno
centro da cidade, permanecendo deitado na
calçada durante setenta e duas horas, para
finalmente morrer de fome.
Morreu de fome. Depois de insistentes pedidos de
comerciantes, uma ambulância do Pronto Socorro
e uma radiopatrulha foram ao local, mas
regressaram sem prestar auxílio ao homem, que
acabou morrendo de fome.
Um homem que morreu de fome. O comissário de
plantão (um homem) afirmou que o caso (morrer
de fome) era da alçada da Delegacia de
Mendicância, especialista em homens que morrem
de fome. E o homem morreu de fome.
O corpo do homem que morreu de fome foi
recolhido ao Instituto Médico Legal sem ser
identificado. Nada se sabe dele, senão que morreu
de fome. Um homem morre de fome em plena rua,
entre centenas de passantes. Um homem caído na
rua. Um bêbado. Um vagabundo. Um mendigo,
um anormal, um tarado, um pária, um marginal,
um proscrito, um bicho, uma coisa – não é
homem. E os outros homens cumprem seu destino
de passantes, que é o de passar. Durante setenta e
duas horas todos passam, ao lado do homem que
morre de fome, com um olhar de nojo, desdém,
inquietação e até mesmo piedade, ou sem olhar
nenhum, e o homem continua morrendo de fome,
sozinho, isolado, perdido entre os homens, sem
socorro e sem perdão.
Não é da alçada do comissário, nem do hospital, nem da radiopatrulha, por que haveria de ser da
minha alçada? Que é que eu tenho com isso?
Deixa o homem morrer de fome.
E o homem morre de fome. De trinta anos
presumíveis. Pobremente vestido. Morreu de
fome, diz o jornal. Louve-se a insistência dos
comerciantes, que jamais morrerão de fome,
pedindo providências às autoridades. As
autoridades nada mais puderam fazer senão
remover o corpo do homem. Deviam deixar que
apodrecesse, para escarmento dos outros homens.
Nada mais puderam fazer senão esperar que
morresse de fome.
E ontem, depois de setenta e duas horas de
inanição em plena rua, no centro mais
movimentado da cidade do Rio de Janeiro, um
homem morreu de fome.
Morreu de fome.
Fernando Sabino
Analise as afirmativas sobre o texto 1.
1. O autor mostra sua indignação diante da morte por inanição. 2. O autor critica a insensibilidade de pessoas da sociedade diante da miséria dos desabrigados. 3. O autor mostra a naturalização da morte no cotidiano das pessoas. 4. O autor, no terceiro parágrafo, prestando um serviço de utilidade pública, informa o fato de que os mendigos são da competência de autoridades especializadas, como a Delegacia de Mendicância. 5. O autor critica o fato de um homem estar morto na calçada, durante setenta e duas horas, e ser ignorado pelos transeuntes.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
1. O autor mostra sua indignação diante da morte por inanição. 2. O autor critica a insensibilidade de pessoas da sociedade diante da miséria dos desabrigados. 3. O autor mostra a naturalização da morte no cotidiano das pessoas. 4. O autor, no terceiro parágrafo, prestando um serviço de utilidade pública, informa o fato de que os mendigos são da competência de autoridades especializadas, como a Delegacia de Mendicância. 5. O autor critica o fato de um homem estar morto na calçada, durante setenta e duas horas, e ser ignorado pelos transeuntes.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
Ano: 2023
Banca:
Prefeitura de Iguatu - CE
Órgão:
Prefeitura de Iguatu - CE
Prova:
Prefeitura de Iguatu - CE - 2023 - Prefeitura de Iguatu - CE - Monitor de Educação Infantil |
Q2155654
Português
Texto associado
Texto 01
Notícia de jornal Leio no jornal a notícia de que
um homem morreu de fome. Um homem de cor
branca, trinta anos presumíveis, pobremente
vestido, morreu de fome, sem socorros, em pleno
centro da cidade, permanecendo deitado na
calçada durante setenta e duas horas, para
finalmente morrer de fome.
Morreu de fome. Depois de insistentes pedidos de
comerciantes, uma ambulância do Pronto Socorro
e uma radiopatrulha foram ao local, mas
regressaram sem prestar auxílio ao homem, que
acabou morrendo de fome.
Um homem que morreu de fome. O comissário de
plantão (um homem) afirmou que o caso (morrer
de fome) era da alçada da Delegacia de
Mendicância, especialista em homens que morrem
de fome. E o homem morreu de fome.
O corpo do homem que morreu de fome foi
recolhido ao Instituto Médico Legal sem ser
identificado. Nada se sabe dele, senão que morreu
de fome. Um homem morre de fome em plena rua,
entre centenas de passantes. Um homem caído na
rua. Um bêbado. Um vagabundo. Um mendigo,
um anormal, um tarado, um pária, um marginal,
um proscrito, um bicho, uma coisa – não é
homem. E os outros homens cumprem seu destino
de passantes, que é o de passar. Durante setenta e
duas horas todos passam, ao lado do homem que
morre de fome, com um olhar de nojo, desdém,
inquietação e até mesmo piedade, ou sem olhar
nenhum, e o homem continua morrendo de fome,
sozinho, isolado, perdido entre os homens, sem
socorro e sem perdão.
Não é da alçada do comissário, nem do hospital, nem da radiopatrulha, por que haveria de ser da
minha alçada? Que é que eu tenho com isso?
Deixa o homem morrer de fome.
E o homem morre de fome. De trinta anos
presumíveis. Pobremente vestido. Morreu de
fome, diz o jornal. Louve-se a insistência dos
comerciantes, que jamais morrerão de fome,
pedindo providências às autoridades. As
autoridades nada mais puderam fazer senão
remover o corpo do homem. Deviam deixar que
apodrecesse, para escarmento dos outros homens.
Nada mais puderam fazer senão esperar que
morresse de fome.
E ontem, depois de setenta e duas horas de
inanição em plena rua, no centro mais
movimentado da cidade do Rio de Janeiro, um
homem morreu de fome.
Morreu de fome.
Fernando Sabino
Assinale a alternativa em que não há erro
de ortografia:
Ano: 2023
Banca:
Prefeitura de Iguatu - CE
Órgão:
Prefeitura de Iguatu - CE
Prova:
Prefeitura de Iguatu - CE - 2023 - Prefeitura de Iguatu - CE - Monitor de Educação Infantil |
Q2155655
Português
Texto associado
Texto 2
Nunca se sabe direito a razão de um amor.
Contudo, a mais frequente é a beleza. Quero
dizer, o costume é os feios amarem os belos e os
belos se deixarem amar. Mas acontece que às
vezes o bonito ama o bonito e o feio o feio, e tudo
parece estar certo e segundo a vontade de Deus,
mas é um engano. Pois o que se faz num caso é
apurar a feiura e no outro apurar a boniteza, o que
não está certo, porque Deus Nosso Senhor não
gosta de exageros; se Ele fez tanta variedade de
homens e mulheres neste mundo é justamente para
haver mistura e dosagem e não se abusar demais
em sentido nenhum. Por isso também é pecado
apurar muito a raça, branco só querendo branco e
gente de cor só querendo os da sua igualha — pois
para que Deus os teria feito tão diferentes, se não
fora para possibilitar as infinitas variedades das
suas combinações?
(QUEIROZ, Rachel de. Os dois bonitos e os dois
feios. In: SANTOS, Joaquim Ferreira dos (org.).
As cem melhores crônicas brasileiras. Rio de
Janeiro: Objetiva, 2007).
A respeito do texto 2, é correto afirmar que:
Ano: 2023
Banca:
Prefeitura de Iguatu - CE
Órgão:
Prefeitura de Iguatu - CE
Prova:
Prefeitura de Iguatu - CE - 2023 - Prefeitura de Iguatu - CE - Monitor de Educação Infantil |
Q2155656
Português
Texto associado
Texto 2
Nunca se sabe direito a razão de um amor.
Contudo, a mais frequente é a beleza. Quero
dizer, o costume é os feios amarem os belos e os
belos se deixarem amar. Mas acontece que às
vezes o bonito ama o bonito e o feio o feio, e tudo
parece estar certo e segundo a vontade de Deus,
mas é um engano. Pois o que se faz num caso é
apurar a feiura e no outro apurar a boniteza, o que
não está certo, porque Deus Nosso Senhor não
gosta de exageros; se Ele fez tanta variedade de
homens e mulheres neste mundo é justamente para
haver mistura e dosagem e não se abusar demais
em sentido nenhum. Por isso também é pecado
apurar muito a raça, branco só querendo branco e
gente de cor só querendo os da sua igualha — pois
para que Deus os teria feito tão diferentes, se não
fora para possibilitar as infinitas variedades das
suas combinações?
(QUEIROZ, Rachel de. Os dois bonitos e os dois
feios. In: SANTOS, Joaquim Ferreira dos (org.).
As cem melhores crônicas brasileiras. Rio de
Janeiro: Objetiva, 2007).
Ainda sobre o texto 2, observe as palavras
destacadas no texto para responder à próxima
questão e marque a alternativa correta:
Ano: 2023
Banca:
Prefeitura de Iguatu - CE
Órgão:
Prefeitura de Iguatu - CE
Prova:
Prefeitura de Iguatu - CE - 2023 - Prefeitura de Iguatu - CE - Monitor de Educação Infantil |
Q2155657
Português
Texto associado
INSTRUÇÃO: Leia o texto 3 a seguir para
responder à questão
Brasil está entre as nações mais digitalizadas do
mundo, mostra pesquisa
O imenso desafio agora é levar a tecnologia para
todos os segmentos da sociedade
Por Alessandro Giannini
O Brasil, não há dúvida, é palco de imensas e
inaceitáveis contradições. Mesmo com renda
média mensal per capita de escassos 1376 reais e 11,3 milhões de pessoas desempregadas, é também
um dos países mais digitais do mundo. O contraste
ficou evidente em uma pesquisa realizada pelo
Centro de Tecnologia Aplicada da Fundação
Getulio Vargas (FGVcia), que traz um retrato
abrangente do mercado de tecnologia de
informação no país. Apurado entre 2650 médias e
grandes empresas que atuam em território
brasileiro, o levantamento traz números
impressionantes. A fotografia mostra que estamos
muito bem no atacado, acima da média mundial
em alguns recortes. No varejo, contudo, é preciso
preencher lacunas, melhorar políticas públicas e
levar o acesso à internet para todas as camadas da
população.
A pesquisa mostra que há hoje 447 milhões de
dispositivos digitais em uso doméstico ou
corporativo no país. A categoria engloba
computadores de mesa, notebooks, laptops, tablets
e smartphones. Em uma conta simples, são mais
de dois equipamentos por habitante, incidência
semelhante à de nações ricas. No entanto, o
resultado ainda está distante do país mais
tecnológico do mundo, os Estados Unidos.
Segundo um levantamento realizado em 2020, o
americano médio tem acesso a pelo menos dez
aparelhos desse tipo — misto de obsolescência
acelerada e exagero de consumo. Nos rankings de
digitalização, uma boa surpresa vem da Estônia, o
pequeno país do Leste Europeu. Atualmente, 99%
dos serviços públicos locais são acessados de
maneira on-line e estudos revelaram que a alta
conectividade acelerou o PIB.
Uma análise apressada pode sugerir que os
números brasileiros são turbinados pela presença
maciça de smartphones. De fato, eles são
onipresentes no país. Há 242 milhões de celulares
inteligentes em funcionamento, mais do que os
212,2 milhões de habitantes. O Brasil já é o quinto
maior mercado do mundo, posição notável
considerando que é atualmente apenas a 13ª
economia do planeta. Tudo isso é verdade, mas
uma espiada em outro indicador mostra que há muitos avanços em diversas áreas. Um exemplo
marcante é o total de computadores ativos,
subcategoria que inclui apenas os desktops,
notebooks e laptops, além dos tablets. São 205
milhões em operação neste exato momento, mas a
projeção da FGV estima que o número deverá
pular para espetaculares 216 milhões no início do
próximo ano, atingindo assim a marca simbólica
de um aparelho por habitante. Isso, claro, se não
houver nenhuma grande turbulência econômica até
o fim do ano, o que não é de se duvidar em se
tratando de Brasil — e convém sempre estar atento
a freadas bruscas.
A pandemia — sempre ela — teve papel
determinante no aumento das vendas de
computadores em 2021, muito em decorrência da
necessidade de manter o trabalho e o ensino
remotos enquanto as regras sanitárias de
distanciamento social estavam em vigência. O
resultado foi um crescimento de 27%, com 14
milhões de unidades vendidas. Com a manutenção
do modelo híbrido nos escritórios e escolas, a
tendência é que em 2022 o mercado cresça perto
de 10%. ―Comparado com o mundo, nós estamos
muito bem, obrigado‖, afirma Fernando Meirelles,
professor de TI da FGV, coordenador do
levantamento.
Um computador e um celular por habitante são
índices notáveis para uma nação que está muito
longe de ser considerada desenvolvida (basta dar
uma olhada nos indicadores de saneamento para se
assombrar com os gargalos brasileiros). A questão
é que o Brasil tem uma base digital relevante, mas
ela não está bem distribuída. As classes mais
baixas usam modelos muito limitados em termos
de recursos. Isso traz sérios problemas, como o
enfrentado pela Caixa Econômica Federal, que
precisou refazer várias vezes seu aplicativo para o
pagamento do programa Auxílio Brasil.
[...] O Brasil digitalizado é uma realidade
inescapável. A explosão de investimentos em
tecnologia da informação e das vendas de
aparelhos digitais durante a pandemia, no entanto, não explica sozinha como esse caminho está sendo
percorrido. Segundo Felipe Mendes, diretor-geral
da empresa de pesquisas GfK, o que vem
crescendo mesmo é o acesso — em 2020, 83% dos
lares brasileiros tinham banda larga, contra 71%
no ano anterior. ―O poder da disponibilidade da
internet associada à penetração do celular é de fato
o grande elemento de digitalização sobre qualquer
outro produto que a gente possa pensar ou
discutir‖, afirma Mendes. Deve-se celebrar o
Brasil digitalizado, atalho para o aumento de
produtividade. Insista-se, contudo: há avanços
extraordinários, mas precariedades também.
Equilibrar o jogo é um desafio monumental, que
não pode jamais ser negligenciado — a sorte é que
a tecnologia pode ajudar a diminuir o fosso.
Disponível em:
https://veja.abril.com.br/tecnologia/brasilestaentre-as-nacoes-mais-digitalizadas-do-mundomostrapesquisa/. Acesso em: 3 jun. 2022.
O texto publicado na Folha de São Paulo
tem como intencionalidade discursiva a defesa
de um ponto de vista. A tese de Alessandro
Gianninni é apresentada no seguinte trecho: