O crescimento desordenado das cidades vem sendo
tema de grandes discussões na elaboração de políticas
públicas de planejamento urbano. Esse crescimento vem
causando uma série de prejuízos à saúde humana, como
aparecimento de doenças infectocontagiosas, violência
urbana, falta de saneamento básico, desigualdade social,
desastres naturais, entre outros. A aglomeração de muitas
pessoas em pequenos locais é um dos fatores de risco para
vários agravos, tais como problemas respiratórios,
cardiovasculares, entre outros.
Associado ao processo de urbanização desenfreada,
está também o crescimento populacional não acompanhado
de planejamento, que vem gerando “inchaço’’ de pessoas
em cidades não preparadas, fazendo surgir favelas em áreas
insalubres e sujeitas a condições de risco, e o pior, o
surgimento de doenças e epidemias causadas pela falta de
higiene e de serviços sanitários básicos.
No Brasil, um dos mais recorrentes impactos
negativos em virtude dessa falta de planejamento são as
inundações, que, em maiores precipitações pluviométricas,
assolam as populações, favorecendo o aumento e a
migração de vetores de epidemias e doenças, e, assim,
expondo, dessa forma, comunidades inteiras a sérios riscos
de saúde.
A urbanização é um processo de transformação de
uma população rural em população urbana decorrente da
migração, levando-se em conta o crescimento vegetativo. A
partir disso, as pessoas saíram do campo para as cidades em
busca de trabalho nas fábricas e em busca de melhores
condições de vida.
O grande problema foi a falta de planejamento
urbano encontrado nessas cidades que ocasionou um
inchaço populacional, contribuindo para o surgimento de
favelas sem infraestrutura e amontoado de habitações em
condições insalubres.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), por volta de meados do século XIX a
população urbana brasileira que residia em áreas com
alguma infraestrutura de habitação, saneamento,
transporte, emprego, renda, assistência à saúde, entre
outras, representava 1,7% da população total do planeta,
atingindo, em 1960 (um século depois), 25% e, em 1980,
41,1%. Em 1995, a população urbana mundial atingiu 46%
do total, o equivalente a 2,7 milhões de pessoas.
O processo de adensamento urbano brasileiro, de
forma desenfreada nos grandes centros, está associado à
desigualdade social, promovida pela grande concentração de
renda nas mãos de poucas pessoas. Essa desigualdade pode
contribuir para a concentração acentuada de população em
estado de pobreza, habitando as áreas periféricas aos
centros urbanos, de forma desordenada, se aglomerando
irregularmente em locais carentes de infraestrutura e de
serviços básicos.
Diante dessa situação, a precariedade de
saneamento, a ausência de água tratada, a violência
acentuada, a marginalização social e o déficit de moradias
adequadas contribuem para a proliferação de doenças
infectocontagiosas e degradação socioambiental,
favorecendo a incidência de doenças ocasionadas pelo
estresse social, estimuladas pelo uso de drogas,
potencializando o aumento da violência urbana e afetando a
qualidade de vida da população.
(Fonte: Secad Artmed — adaptado.)