Questões de Concurso Público Prefeitura de Miracema - RJ 2024 para Odontólogo
Foram encontradas 40 questões
Ano: 2024
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
Prefeitura de Miracema - RJ
Provas:
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Assistente Social
|
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Médico Clínico Geral |
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Odontólogo |
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Farmacêutico |
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Nutricionista |
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Fisioterapeuta |
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Fonoaudiólogo |
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Psicólogo |
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Terapeuta Ocupacional |
Q2368581
Português
Texto associado
Recordar é viver; dar e receber é uma troca virtuosa. Por que os idosos não podem falar?
Ela foi condecorada na Bélgica como heroína na guerra contra o nazismo. Lutou em todas as frentes, desde a espionagem
até em combates armados, sempre destacando-se entre os seus pares. Presa pelos nazistas, saltou do segundo andar da prisão
para alcançar a liberdade. Na queda quebrou uma perna, o que não impediu a sua fuga.
A sra. Glaz tinha a motivação dos judeus, era judia, na luta contra o nazismo. Ela era uma figura marcante. Nas reuniões
dominava a conversação com os detalhes da sua vida heroica. Tornou-se uma personalidade. Onde quer que estivesse terminava como o centro das atenções e da admiração.
Evidentemente, a sua história, de tão repetida, foi perdendo interessados. Ela sentiu a perda da posição de destaque. Já
que não tinha outra história, senão aquela, para ter ouvintes deveria mudar de ambiente. Foi o que fez. Descobriu nos cruzeiros
marítimos um novo público. Cada nova troca de passageiros a colocava novamente em evidência. Era o que na sua idade
avançada dava-lhe motivação para viver. Mantinha viva a sua história de heroína trocando os ouvintes. Assim passou a viver de
cruzeiro em cruzeiro ganhando a admiração com o seu desempenho na guerra.
A nossa heroína não diverge da totalidade das pessoas. Todos, jovens e idosos, têm narrativas que desejam partilhar. Os
jovens têm no celular o seu instrumento de contatos. Eles se satisfazem com o uso da internet e pelo fato de estarem
construindo histórias de novas descobertas e conquistas. Nunca estão isolados do mundo. Já os idosos só têm uma história e a
repetem a cada oportunidade. É o que eles têm. Acontece que os seus circundantes demonstram, com frequência, desinteresse
pelo caso repetido, o que afeta o seu ânimo.
O ser humano certamente desenvolveu a capacidade de comunicar-se para suprir uma carência. Somos seres gregários. A
nossa sobrevivência depende das trocas que fazemos com nossos semelhantes. A solidão é mortal. Recordar é viver. Dar e
receber é uma troca virtuosa. E é contando e recontando as nossas experiências que damos significado ao nosso viver.
Não basta estar na multidão se não houver o que ouvir ou que falar. O isolamento é um sentimento que vem da ausência
de comunicação. Sentimento que atinge fortemente aqueles poucos que atingem uma idade avançada. Como nem todos têm
condições de viver de cruzeiro em cruzeiro para desbravar novos ouvintes só resta a repetição. Porém esperar pela boa vontade
e paciência dos outros é uma aposta perdida.
Ninguém demonstra prazer em ouvir o mesmo pela segunda vez. E as reações são as mesmas, dizem: “Contam as mesmas
histórias a cada novo contato”. A razão é que isto é o que elas têm e é o que preenche as suas necessidades de colocar em
comum o que é seu. Poucos realizam esse ímpeto de comunicação, esse “dar de si” embute uma dose de generosidade.
(Jorge Wilson Simeira Jacob. Disponível em: https://www.jornalopcao.com.br/. Acesso em: 06/12/2023.)
Os significados das palavras são determinados pelo contexto em que estão inseridas. A partir dessa consideração, assinale a
alternativa que apresenta o significado adequado referente ao vocábulo sublinhado.
Ano: 2024
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
Prefeitura de Miracema - RJ
Provas:
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Assistente Social
|
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Médico Clínico Geral |
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Odontólogo |
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Farmacêutico |
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Nutricionista |
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Fisioterapeuta |
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Fonoaudiólogo |
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Psicólogo |
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Terapeuta Ocupacional |
Q2368582
Português
Texto associado
Recordar é viver; dar e receber é uma troca virtuosa. Por que os idosos não podem falar?
Ela foi condecorada na Bélgica como heroína na guerra contra o nazismo. Lutou em todas as frentes, desde a espionagem
até em combates armados, sempre destacando-se entre os seus pares. Presa pelos nazistas, saltou do segundo andar da prisão
para alcançar a liberdade. Na queda quebrou uma perna, o que não impediu a sua fuga.
A sra. Glaz tinha a motivação dos judeus, era judia, na luta contra o nazismo. Ela era uma figura marcante. Nas reuniões
dominava a conversação com os detalhes da sua vida heroica. Tornou-se uma personalidade. Onde quer que estivesse terminava como o centro das atenções e da admiração.
Evidentemente, a sua história, de tão repetida, foi perdendo interessados. Ela sentiu a perda da posição de destaque. Já
que não tinha outra história, senão aquela, para ter ouvintes deveria mudar de ambiente. Foi o que fez. Descobriu nos cruzeiros
marítimos um novo público. Cada nova troca de passageiros a colocava novamente em evidência. Era o que na sua idade
avançada dava-lhe motivação para viver. Mantinha viva a sua história de heroína trocando os ouvintes. Assim passou a viver de
cruzeiro em cruzeiro ganhando a admiração com o seu desempenho na guerra.
A nossa heroína não diverge da totalidade das pessoas. Todos, jovens e idosos, têm narrativas que desejam partilhar. Os
jovens têm no celular o seu instrumento de contatos. Eles se satisfazem com o uso da internet e pelo fato de estarem
construindo histórias de novas descobertas e conquistas. Nunca estão isolados do mundo. Já os idosos só têm uma história e a
repetem a cada oportunidade. É o que eles têm. Acontece que os seus circundantes demonstram, com frequência, desinteresse
pelo caso repetido, o que afeta o seu ânimo.
O ser humano certamente desenvolveu a capacidade de comunicar-se para suprir uma carência. Somos seres gregários. A
nossa sobrevivência depende das trocas que fazemos com nossos semelhantes. A solidão é mortal. Recordar é viver. Dar e
receber é uma troca virtuosa. E é contando e recontando as nossas experiências que damos significado ao nosso viver.
Não basta estar na multidão se não houver o que ouvir ou que falar. O isolamento é um sentimento que vem da ausência
de comunicação. Sentimento que atinge fortemente aqueles poucos que atingem uma idade avançada. Como nem todos têm
condições de viver de cruzeiro em cruzeiro para desbravar novos ouvintes só resta a repetição. Porém esperar pela boa vontade
e paciência dos outros é uma aposta perdida.
Ninguém demonstra prazer em ouvir o mesmo pela segunda vez. E as reações são as mesmas, dizem: “Contam as mesmas
histórias a cada novo contato”. A razão é que isto é o que elas têm e é o que preenche as suas necessidades de colocar em
comum o que é seu. Poucos realizam esse ímpeto de comunicação, esse “dar de si” embute uma dose de generosidade.
(Jorge Wilson Simeira Jacob. Disponível em: https://www.jornalopcao.com.br/. Acesso em: 06/12/2023.)
No título do texto há a seguinte pergunta: “[...] Por que os idosos não podem falar?”; assinale o trecho do texto a seguir que
responde à referida pergunta.
Ano: 2024
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
Prefeitura de Miracema - RJ
Provas:
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Assistente Social
|
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Médico Clínico Geral |
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Odontólogo |
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Farmacêutico |
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Nutricionista |
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Fisioterapeuta |
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Fonoaudiólogo |
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Psicólogo |
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Terapeuta Ocupacional |
Q2368583
Português
Texto associado
Recordar é viver; dar e receber é uma troca virtuosa. Por que os idosos não podem falar?
Ela foi condecorada na Bélgica como heroína na guerra contra o nazismo. Lutou em todas as frentes, desde a espionagem
até em combates armados, sempre destacando-se entre os seus pares. Presa pelos nazistas, saltou do segundo andar da prisão
para alcançar a liberdade. Na queda quebrou uma perna, o que não impediu a sua fuga.
A sra. Glaz tinha a motivação dos judeus, era judia, na luta contra o nazismo. Ela era uma figura marcante. Nas reuniões
dominava a conversação com os detalhes da sua vida heroica. Tornou-se uma personalidade. Onde quer que estivesse terminava como o centro das atenções e da admiração.
Evidentemente, a sua história, de tão repetida, foi perdendo interessados. Ela sentiu a perda da posição de destaque. Já
que não tinha outra história, senão aquela, para ter ouvintes deveria mudar de ambiente. Foi o que fez. Descobriu nos cruzeiros
marítimos um novo público. Cada nova troca de passageiros a colocava novamente em evidência. Era o que na sua idade
avançada dava-lhe motivação para viver. Mantinha viva a sua história de heroína trocando os ouvintes. Assim passou a viver de
cruzeiro em cruzeiro ganhando a admiração com o seu desempenho na guerra.
A nossa heroína não diverge da totalidade das pessoas. Todos, jovens e idosos, têm narrativas que desejam partilhar. Os
jovens têm no celular o seu instrumento de contatos. Eles se satisfazem com o uso da internet e pelo fato de estarem
construindo histórias de novas descobertas e conquistas. Nunca estão isolados do mundo. Já os idosos só têm uma história e a
repetem a cada oportunidade. É o que eles têm. Acontece que os seus circundantes demonstram, com frequência, desinteresse
pelo caso repetido, o que afeta o seu ânimo.
O ser humano certamente desenvolveu a capacidade de comunicar-se para suprir uma carência. Somos seres gregários. A
nossa sobrevivência depende das trocas que fazemos com nossos semelhantes. A solidão é mortal. Recordar é viver. Dar e
receber é uma troca virtuosa. E é contando e recontando as nossas experiências que damos significado ao nosso viver.
Não basta estar na multidão se não houver o que ouvir ou que falar. O isolamento é um sentimento que vem da ausência
de comunicação. Sentimento que atinge fortemente aqueles poucos que atingem uma idade avançada. Como nem todos têm
condições de viver de cruzeiro em cruzeiro para desbravar novos ouvintes só resta a repetição. Porém esperar pela boa vontade
e paciência dos outros é uma aposta perdida.
Ninguém demonstra prazer em ouvir o mesmo pela segunda vez. E as reações são as mesmas, dizem: “Contam as mesmas
histórias a cada novo contato”. A razão é que isto é o que elas têm e é o que preenche as suas necessidades de colocar em
comum o que é seu. Poucos realizam esse ímpeto de comunicação, esse “dar de si” embute uma dose de generosidade.
(Jorge Wilson Simeira Jacob. Disponível em: https://www.jornalopcao.com.br/. Acesso em: 06/12/2023.)
A coesão textual é responsável pela harmonia entre as ideias de modo que haja uma conexão entre elas. Um dos elementos
linguísticos responsáveis por essa conexão são os pronomes. Assinale a alternativa cujo pronome retoma o nome indicado.
Ano: 2024
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
Prefeitura de Miracema - RJ
Provas:
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Assistente Social
|
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Médico Clínico Geral |
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Odontólogo |
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Farmacêutico |
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Nutricionista |
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Fisioterapeuta |
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Fonoaudiólogo |
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Psicólogo |
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Terapeuta Ocupacional |
Q2368584
Português
Texto associado
Recordar é viver; dar e receber é uma troca virtuosa. Por que os idosos não podem falar?
Ela foi condecorada na Bélgica como heroína na guerra contra o nazismo. Lutou em todas as frentes, desde a espionagem
até em combates armados, sempre destacando-se entre os seus pares. Presa pelos nazistas, saltou do segundo andar da prisão
para alcançar a liberdade. Na queda quebrou uma perna, o que não impediu a sua fuga.
A sra. Glaz tinha a motivação dos judeus, era judia, na luta contra o nazismo. Ela era uma figura marcante. Nas reuniões
dominava a conversação com os detalhes da sua vida heroica. Tornou-se uma personalidade. Onde quer que estivesse terminava como o centro das atenções e da admiração.
Evidentemente, a sua história, de tão repetida, foi perdendo interessados. Ela sentiu a perda da posição de destaque. Já
que não tinha outra história, senão aquela, para ter ouvintes deveria mudar de ambiente. Foi o que fez. Descobriu nos cruzeiros
marítimos um novo público. Cada nova troca de passageiros a colocava novamente em evidência. Era o que na sua idade
avançada dava-lhe motivação para viver. Mantinha viva a sua história de heroína trocando os ouvintes. Assim passou a viver de
cruzeiro em cruzeiro ganhando a admiração com o seu desempenho na guerra.
A nossa heroína não diverge da totalidade das pessoas. Todos, jovens e idosos, têm narrativas que desejam partilhar. Os
jovens têm no celular o seu instrumento de contatos. Eles se satisfazem com o uso da internet e pelo fato de estarem
construindo histórias de novas descobertas e conquistas. Nunca estão isolados do mundo. Já os idosos só têm uma história e a
repetem a cada oportunidade. É o que eles têm. Acontece que os seus circundantes demonstram, com frequência, desinteresse
pelo caso repetido, o que afeta o seu ânimo.
O ser humano certamente desenvolveu a capacidade de comunicar-se para suprir uma carência. Somos seres gregários. A
nossa sobrevivência depende das trocas que fazemos com nossos semelhantes. A solidão é mortal. Recordar é viver. Dar e
receber é uma troca virtuosa. E é contando e recontando as nossas experiências que damos significado ao nosso viver.
Não basta estar na multidão se não houver o que ouvir ou que falar. O isolamento é um sentimento que vem da ausência
de comunicação. Sentimento que atinge fortemente aqueles poucos que atingem uma idade avançada. Como nem todos têm
condições de viver de cruzeiro em cruzeiro para desbravar novos ouvintes só resta a repetição. Porém esperar pela boa vontade
e paciência dos outros é uma aposta perdida.
Ninguém demonstra prazer em ouvir o mesmo pela segunda vez. E as reações são as mesmas, dizem: “Contam as mesmas
histórias a cada novo contato”. A razão é que isto é o que elas têm e é o que preenche as suas necessidades de colocar em
comum o que é seu. Poucos realizam esse ímpeto de comunicação, esse “dar de si” embute uma dose de generosidade.
(Jorge Wilson Simeira Jacob. Disponível em: https://www.jornalopcao.com.br/. Acesso em: 06/12/2023.)
Sem alterar o sentido da relação entre as orações “Como nem todos têm condições de viver de cruzeiro em cruzeiro para
desbravar novos ouvintes só resta a repetição. Porém esperar pela boa vontade e paciência dos outros é uma aposta perdida.” (6º§) A conjunção “porém” pode ser substituída pela locução:
Ano: 2024
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
Prefeitura de Miracema - RJ
Provas:
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Assistente Social
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Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Médico Clínico Geral |
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Odontólogo |
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Farmacêutico |
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Nutricionista |
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Fisioterapeuta |
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Fonoaudiólogo |
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Psicólogo |
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Miracema - RJ - Terapeuta Ocupacional |
Q2368585
Português
Texto associado
Recordar é viver; dar e receber é uma troca virtuosa. Por que os idosos não podem falar?
Ela foi condecorada na Bélgica como heroína na guerra contra o nazismo. Lutou em todas as frentes, desde a espionagem
até em combates armados, sempre destacando-se entre os seus pares. Presa pelos nazistas, saltou do segundo andar da prisão
para alcançar a liberdade. Na queda quebrou uma perna, o que não impediu a sua fuga.
A sra. Glaz tinha a motivação dos judeus, era judia, na luta contra o nazismo. Ela era uma figura marcante. Nas reuniões
dominava a conversação com os detalhes da sua vida heroica. Tornou-se uma personalidade. Onde quer que estivesse terminava como o centro das atenções e da admiração.
Evidentemente, a sua história, de tão repetida, foi perdendo interessados. Ela sentiu a perda da posição de destaque. Já
que não tinha outra história, senão aquela, para ter ouvintes deveria mudar de ambiente. Foi o que fez. Descobriu nos cruzeiros
marítimos um novo público. Cada nova troca de passageiros a colocava novamente em evidência. Era o que na sua idade
avançada dava-lhe motivação para viver. Mantinha viva a sua história de heroína trocando os ouvintes. Assim passou a viver de
cruzeiro em cruzeiro ganhando a admiração com o seu desempenho na guerra.
A nossa heroína não diverge da totalidade das pessoas. Todos, jovens e idosos, têm narrativas que desejam partilhar. Os
jovens têm no celular o seu instrumento de contatos. Eles se satisfazem com o uso da internet e pelo fato de estarem
construindo histórias de novas descobertas e conquistas. Nunca estão isolados do mundo. Já os idosos só têm uma história e a
repetem a cada oportunidade. É o que eles têm. Acontece que os seus circundantes demonstram, com frequência, desinteresse
pelo caso repetido, o que afeta o seu ânimo.
O ser humano certamente desenvolveu a capacidade de comunicar-se para suprir uma carência. Somos seres gregários. A
nossa sobrevivência depende das trocas que fazemos com nossos semelhantes. A solidão é mortal. Recordar é viver. Dar e
receber é uma troca virtuosa. E é contando e recontando as nossas experiências que damos significado ao nosso viver.
Não basta estar na multidão se não houver o que ouvir ou que falar. O isolamento é um sentimento que vem da ausência
de comunicação. Sentimento que atinge fortemente aqueles poucos que atingem uma idade avançada. Como nem todos têm
condições de viver de cruzeiro em cruzeiro para desbravar novos ouvintes só resta a repetição. Porém esperar pela boa vontade
e paciência dos outros é uma aposta perdida.
Ninguém demonstra prazer em ouvir o mesmo pela segunda vez. E as reações são as mesmas, dizem: “Contam as mesmas
histórias a cada novo contato”. A razão é que isto é o que elas têm e é o que preenche as suas necessidades de colocar em
comum o que é seu. Poucos realizam esse ímpeto de comunicação, esse “dar de si” embute uma dose de generosidade.
(Jorge Wilson Simeira Jacob. Disponível em: https://www.jornalopcao.com.br/. Acesso em: 06/12/2023.)
Observe as palavras sublinhadas em: “Ninguém demonstra prazer em ouvir o mesmo pela segunda vez.” (7º§). As palavras
sublinhadas são classificadas gramaticalmente como