A saúde em primeiro lugar
O pânico criado pela pandemia do novo coronavírus
afetou a vida da população mundial. A necessidade de
isolamento social adiou projetos, afetou a economia e,
infelizmente, fez com que muitos pacientes postergassem
os cuidados com a saúde. O diagnóstico e tratamento
de muitas doenças como câncer e hipertensão tiveram
reduções sensíveis nos últimos meses. Isso também
ocorreu com as consultas.
O fenômeno não é exclusividade nossa e ocorre em
vários países. Em Portugal, agora em julho, o Sistema
Nacional de Vigilância de Mortalidade do país registrou
aumento de 24% de mortes não relacionadas com
a Covid-19 em comparação com o mesmo período
do ano anterior. Nos EUA, os pacientes com câncer,
por exemplo, reduziram os cuidados. No Brasil, entre
diversos indicadores, o Instituto do Câncer do Estado de
São Paulo (Icesp) registrou queda de 30% no número
de pacientes novos que procuram a instituição no início
da pandemia.
As complicações desse adiamento terão reflexos no
curto, médio e longo prazos tanto na saúde pública como
no setor privado; entretanto elas serão mais sensíveis
para os pacientes que poderiam ter tomado uma decisão
capaz de salvar sua vida.
O tempo é um fator importante no tratamento do câncer.
Alguns tumores são extremamente agressivos, como
é o caso do câncer de pulmão, que tem letalidade de
99% para pacientes de qualquer idade sem diagnóstico
e tratamentos adequados. No caso da Covid-19,
os índices variam entre 6% a 10% nas pessoas acima
de 80 anos.
Para os outros tipos de câncer, os cuidados devem seguir
os mesmos critérios. Quanto mais cedo diagnosticado o
tumor, maiores são as chances de um resultado positivo
para o paciente.
No sistema de saúde, os efeitos dos adiamentos serão
igualmente danosos. Podemos enfrentar um crescimento
na procura por tratamento – cirurgias e quimioterapias –
com o risco de encontrarmos os serviços de saúde sem
condições de atender essa alta da demanda no futuro.
Por isso, o paciente não deve adiar sua consulta ao
médico. A telemedicina, por exemplo, pode reduzir o
número de visitas ao especialista, contribuindo para
diminuir a exposição aos riscos da pandemia. Outra
boa alternativa vem do sistema de saúde. Os hospitais
vêm adotando medidas para reduzir os riscos de
contaminação pela Covid-19 separando pacientes desse
novo coronavírus dos demais.
Portanto, nesse momento, o maior risco para o paciente
é não tratar o câncer. O essencial é procurar um
especialista e tirar as dúvidas. Com certeza, ele vai
indicar o melhor caminho e ajudar o paciente a superar
esse momento tão difícil na vida de qualquer pessoa.
Disponível em: https://bit.ly/3VAahUN.
Acesso em: 19 out. 2022 (adaptado).