Em virtude da conspiração dos flagelos naturais, das flutuações
da conjuntura econômica e da conversão crescente da burguesia
citadina à propriedade fundiária, o conjunto do campesinato
italiano do renascimento se encontra assim mergulhado na maior
indigência, numa servidão material e moral pior do que ele havia
conhecido na Idade Média. Na prática, uma servidão de fato
substituiu em quase toda a parte a servidão medieval de direito,
lá onde havia sido abolida. Daí, tanto na Itália como alhures, e às
vezes até mais na península, ladainhas de manifestações,
variáveis segundo os lugares e as ocasiões, de um mesmo
desespero endêmico dos camponeses: insurreições populares
esporádicas, afogadas em sangue, ou emigração em massa para
o luxo da cidade, onde os camponeses, ainda durante o século
XVI, virão engrossar as fileiras da plebe, reservatório de mão-de-obra barata para a economia citadina.
(LARIVAILLE, Paul. A Itália no tempo de Maquiavel.
SP: Companhia das Letras, 1988. p. 213)
Um professor propõe para planejamento de uma aula sobre o
renascimento europeu o uso da citação acima.
O objetivo dessa atividade de ensino com uso do documento é