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Paolla Oliveira é chamada de gorda em vídeo da Grande
Rio. Por que incomoda tanto o corpo de uma mulher
livre?
Por Camila Cetrone e Paola Churchill
Na última semana, o corpo de Paolla Oliveira virou notícia. Ou
melhor: o peso da atriz. Quando ela apareceu no ensaio geral
da escola de samba Grande Rio, da qual ela é Rainha da
Bateria, a reação nas redes sociais se dividiu entre elogios e
comentários que a chamavam de “gorda” e “fora de forma”.
Um deles chegou a usar outro termo: “Braço de merendeira”,
enquanto outro até mesmo deduziu que o peso de Paolla
estaria relacionado ao uso de anticoncepcionais.
As expressões gordofóbicas, machistas e etaristas usadas
pelos homens ao ver o corpo de Paolla Oliveira sambando
demonstram o quanto estes mesmos homens – a maioria
deles passa longe do próprio padrão de beleza que esperam
que as mulheres cumpram – se amedrontam ao ver os corpos
de mulheres libertos. “O padrão de beleza nunca basta, nem
para mulheres como Paolla Oliveira”, diz Maria Carolina
Medeiros, doutora em Comunicação, professora da Escola de
Comunicação, Mídia e Informação da Fundação Getulio
Vargas (EMCI/FGV) e da Escola Superior de Propaganda e
Marketing (ESPM-Rio). Medeiros argumenta que parte dessa
pressão para o alcance de um padrão de beleza – vindo de
homens e mulheres – acaba sendo impulsionada por um
mercado, dando a entender que a definição do que
conhecemos como ser esteticamente belo pode ser algo
adquirível com “esforços, sacrifícios e, claro, dinheiro”.
Entram aí desde as “dietas milagrosas” aos procedimentos
estéticos.
Disponível em: https://revistamarieclaire.globo.com/violencia-degenero/noticia/2023/12/paolla-oliveira-e-chamada-de-gorda-em-video-dagrande-rio-por-que-incomoda-tanto-o-corpo-de-uma-mulher-livre.ghtml. Acesso
em: 23 dez. 2023.