Foi o álcool, e jamais Elza, que destruiu Garrincha. Já
perto do fim, quando Garrincha era recolhido caído na rua,
amigos bem-intencionados começaram a interná-lo em
clínicas. Mas eram internações para desintoxicação –
dezenas delas, das quais ele era logo liberado ou fugia,
apenas para ser recolhido de novo na rua e reinternado com
o mesmo efeito. Garrincha nunca foi abandonado. Apenas
ninguém sabia como salvá-lo. Morreu aos 49 anos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, o Brasil
tem hoje 6 milhões de alcoólatras. A estimativa é modesta. O
número real é maior, porque essa é uma doença que os
próprios doentes e principalmente suas famílias têm
vergonha de chamar pelo nome.
Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/2023/08/obrasil-ama-garrincha-hoje.shtml>. Acesso em: 29 ago. 2023. [Adaptado]