Segundo Volich, qualquer sintoma, mental,
comportamental ou somático, é, antes de tudo, uma
manifestação do sofrimento do sujeito, uma demanda
oriunda das marcas de seu desamparo, mais fundamental e
sistematicamente dirigida para o outro.
Independentemente de sua etiologia ou de sua forma, o
sintoma e a doença são, por eles mesmos, perturbadores
do equilíbrio da economia psicossomática, pela ameaça que
representam para a integridade do indivíduo, podendo
promover e mesmo intensificar uma desorganização. Nesse
contexto, julgue os itens a seguir.
I. Torna-se bastante problemático sustentar a existência
de limites rígidos entre o normal e o patológico, uma
vez que ambos se mesclam a fim de atingir, a cada
momento, o equilíbrio psicossomático e de assegurar a
vida do indivíduo. Toda reação “normal" apresenta
também componentes desviantes ou desorganizados,
assim como toda patologia também comporta um
mínimo de organização, para que a sobrevivência do
sujeito ainda seja possível. II. Essas perspectivas revelam a importância das interrelações entre fatores e campos de conhecimento,
como a biologia, a fisiologia, a anatomia, a genética, a
medicina, a psicologia, a sociologia, a educação e a
antropologia, geralmente considerados como
heterogêneos e alheios uns aos outros por uma visão
especializada da ciência. III. A experiência clínica sistematicamente revela que, do
ponto de vista individual, a tentativa de distinguir dor e
sofrimento, dor física e dor moral é difícil, senão
impossível, por não corresponder à experiência do
sujeito que sofre e, dessa forma, empobrecer a
compreensão dessa experiência. Toda dor, mesmo a
oriunda de uma lesão real, remete o indivíduo a suas
experiências mais primitivas de desamparo.
Assinale a alternativa correta.