Questões de Português - Uso das reticências para Concurso
Foram encontradas 51 questões
Ano: 2016
Banca:
ESAF
Órgão:
ANAC
Provas:
ESAF - 2016 - ANAC - Técnico Administrativo
|
ESAF - 2016 - ANAC - Técnico em Regulação de Aviação Civil |
Q622577
Português
Assinale a opção em que a pontuação permanece correta,
apesar de ter sido modificada.
Ano: 2015
Banca:
FCC
Órgão:
DPE-RR
Provas:
FCC - 2015 - DPE-RR - Técnico em Contabilidade
|
FCC - 2015 - DPE-RR - Assistente Administrativo |
FCC - 2015 - DPE-RR - Técnico em Informática |
FCC - 2015 - DPE-RR - Oficial de Diligência |
FCC - 2015 - DPE-RR - Técnico em Secretariado |
Q596877
Português
Texto associado
Por volta de 1968, impressionado com a quantidade de
bois que Guimarães Rosa conduzia do pasto ao sonho, julguei
que o bom mineiro não ficaria chateado comigo se usasse um
deles num poema cabuloso que estava precisando de um boi,
só um boi.
Mas por que diabos um poema panfletário de um cara de vinte anos de idade, que morava num bairro inteiramente urbanizado, iria precisar de um boi? Não podia então ter pensado naqueles bois que puxavam as grandes carroças de lixo que chegara a ver em sua infância? O fato é que na época eu estava lendo toda a obra publicada de Guimarães Rosa, e isso influiu direto na minha escolha. Tudo bem, mas onde o boi ia entrar no poema? Digo mal; um bom poeta é de fato capaz de colocar o que bem entenda dentro dos seus versos. Mas você disse que era um poema panfletário; o que é que um boi pode fazer num poema panfletário?
Vamos, confesse. Confesso. Eu queria um boi perdido no asfalto; sei que era exatamente isso o que eu queria; queria que a minha namorada visse que eu seria capaz de pegar um boi de Guimarães Rosa e desfilar sua solidão bovina num mundo completamente estranho para ele, sangrando a língua sem encontrar senão o chão duro e escaldante, perplexo diante dos homens de cabeça baixa, desviando-se dos bêbados e dos carros, sem saber muito bem onde ele entrava nessa história toda de opressores e oprimidos; no fundo, dentro do meu egoísmo libertador, eu queria um boi poema concreto no asfalto, para que minha impotência diante dos donos do poder se configurasse no berro imenso desse boi de literatura, e o meu coração, ou minha índole, ficasse para sempre marcado por esse poderoso símbolo de resistência.
Fez muito sucesso, entre os colegas, o meu boi no asfalto; sei até onde está o velho caderno com o velho poema. Mas não vou pegá-lo − o poema já foi reescrito várias vezes em outros poemas; e o meu boi no asfalto ainda me enche de luz, transformado em minha própria estrela.
(Adaptado de: GUERRA, Luiz, "Boi no Asfalto", Disponível em: www.recantodasletras.com.br. Acessado em: 29/10/2015)
Mas por que diabos um poema panfletário de um cara de vinte anos de idade, que morava num bairro inteiramente urbanizado, iria precisar de um boi? Não podia então ter pensado naqueles bois que puxavam as grandes carroças de lixo que chegara a ver em sua infância? O fato é que na época eu estava lendo toda a obra publicada de Guimarães Rosa, e isso influiu direto na minha escolha. Tudo bem, mas onde o boi ia entrar no poema? Digo mal; um bom poeta é de fato capaz de colocar o que bem entenda dentro dos seus versos. Mas você disse que era um poema panfletário; o que é que um boi pode fazer num poema panfletário?
Vamos, confesse. Confesso. Eu queria um boi perdido no asfalto; sei que era exatamente isso o que eu queria; queria que a minha namorada visse que eu seria capaz de pegar um boi de Guimarães Rosa e desfilar sua solidão bovina num mundo completamente estranho para ele, sangrando a língua sem encontrar senão o chão duro e escaldante, perplexo diante dos homens de cabeça baixa, desviando-se dos bêbados e dos carros, sem saber muito bem onde ele entrava nessa história toda de opressores e oprimidos; no fundo, dentro do meu egoísmo libertador, eu queria um boi poema concreto no asfalto, para que minha impotência diante dos donos do poder se configurasse no berro imenso desse boi de literatura, e o meu coração, ou minha índole, ficasse para sempre marcado por esse poderoso símbolo de resistência.
Fez muito sucesso, entre os colegas, o meu boi no asfalto; sei até onde está o velho caderno com o velho poema. Mas não vou pegá-lo − o poema já foi reescrito várias vezes em outros poemas; e o meu boi no asfalto ainda me enche de luz, transformado em minha própria estrela.
(Adaptado de: GUERRA, Luiz, "Boi no Asfalto", Disponível em: www.recantodasletras.com.br. Acessado em: 29/10/2015)
Vamos, confesse. Confesso. Eu queria um boi perdido no
asfalto; sei que era exatamente isso o que eu queria...
(3° parágrafo)
Mantendo-se a correção, uma pontuação alternativa para o trecho acima encontra-se em:
Mantendo-se a correção, uma pontuação alternativa para o trecho acima encontra-se em:
Q576941
Português
Texto associado
Para responder à questão, leia a tirinha abaixo.
A respeito da tirinha como um todo, julgue as afirmativas
apresentadas a seguir e, depois, assinale a alternativa
correta.
I. Não há qualquer ironia, por parte do autor da tirinha, em se apresentarem as afinidades entre uma das moças e um certo “gatão”.
II. Na linguagem não verbal, inexistem elementos que estão conjugados com a linguagem verbal.
III. O comentário de uma das moças, "Nossa! Então ele também é pão-duro!" (no terceiro quadrinho), não tem relação com o que a outra moça disse. Por isso, no quarto quadrinho, a fala desta contém reticências.
IV. Há erros de concordância nominal no segundo quadrinho.
Está correto o que se afirma em:
I. Não há qualquer ironia, por parte do autor da tirinha, em se apresentarem as afinidades entre uma das moças e um certo “gatão”.
II. Na linguagem não verbal, inexistem elementos que estão conjugados com a linguagem verbal.
III. O comentário de uma das moças, "Nossa! Então ele também é pão-duro!" (no terceiro quadrinho), não tem relação com o que a outra moça disse. Por isso, no quarto quadrinho, a fala desta contém reticências.
IV. Há erros de concordância nominal no segundo quadrinho.
Está correto o que se afirma em:
Ano: 2015
Banca:
FCC
Órgão:
TRE-AP
Provas:
FCC - 2015 - TRE-AP - Analista Judiciário - Administrativa
|
FCC - 2015 - TRE-AP - Analista Judiciário - Judiciária |
FCC - 2015 - TRE-AP - Analista Judiciário - Contabilidade |
FCC - 2015 - TRE-AP - Analista Judiciário - Análise de Sistemas |
FCC - 2015 - TRE-AP - Analista Judiciário - Engenharia |
Q575720
Português
Texto associado
Embora o meu vocabulário seja voluntariamente pobre –
uma espécie de Brasileiro Básico – a única leitura que jamais
me cansa é a dos dicionários. Variados, sugestivos, atraentes,
não são como os outros livros, que contam sempre a mesma
estopada* do começo ao fim. Meu trato com eles é puramente
desinteressado, um modo disperso de estar atento... E esse
meu vício é, antes de tudo, inócuo para o leitor.
Na minha adolescência, todo e qualquer escritor se presumia de estilista, e isso, na época, significava riqueza vocabular... Imagine-se o mal que deve ter causado a autores novos e inocentes o grande estilista Coelho Neto: grande infanticida, isto é o que ele foi.
Orgulhamo-nos, como das nossas riquezas naturais, da opulência verbal de Rui Barbosa. O seu fraco, ou o seu forte, eram os sinônimos. (...)
*aquilo que é maçante, enfadonho, aborrecedor.
(Adaptado de: QUINTANA, Mário. Dicionários. Caderno H. 7. ed. São Paulo: Globo, 1998, p.176)
Na minha adolescência, todo e qualquer escritor se presumia de estilista, e isso, na época, significava riqueza vocabular... Imagine-se o mal que deve ter causado a autores novos e inocentes o grande estilista Coelho Neto: grande infanticida, isto é o que ele foi.
Orgulhamo-nos, como das nossas riquezas naturais, da opulência verbal de Rui Barbosa. O seu fraco, ou o seu forte, eram os sinônimos. (...)
*aquilo que é maçante, enfadonho, aborrecedor.
(Adaptado de: QUINTANA, Mário. Dicionários. Caderno H. 7. ed. São Paulo: Globo, 1998, p.176)
Atente para as seguintes afirmações sobre o emprego dos
sinais de pontuação:
I. Em não são como os outros livros, que contam sempre a mesma estopada do começo ao fim, a retirada da vírgula implicaria prejuízo ao sentido original.
II. A substituição por parênteses dos travessões que isolam o segmento uma espécie de Brasileiro Básico implicaria prejuízo para a correção da frase.
III. Em e isso, na época, significava riqueza vocabular..., a retirada da primeira vírgula acarretaria prejuízo para a correção da frase.
Está correto APENAS o que se afirma em
I. Em não são como os outros livros, que contam sempre a mesma estopada do começo ao fim, a retirada da vírgula implicaria prejuízo ao sentido original.
II. A substituição por parênteses dos travessões que isolam o segmento uma espécie de Brasileiro Básico implicaria prejuízo para a correção da frase.
III. Em e isso, na época, significava riqueza vocabular..., a retirada da primeira vírgula acarretaria prejuízo para a correção da frase.
Está correto APENAS o que se afirma em
Ano: 2013
Banca:
IDECAN
Órgão:
Prefeitura de Vilhena - RO
Prova:
IDECAN - 2013 - Prefeitura de Vilhena - RO - Advogado |
Q553168
Português
Texto associado
Menos Estado, mais inclusão
A questão da participação do Estado na economia brasileira causa grandes emoções e forte polarização ideológica.
O argumento mais usado para justificar o continuado aumento da participação estatal na economia é a grande desigualdade no país e a necessidade de o Estado atuar como distribuidor de renda e promotor de igualdade.
É um argumento que merece análise séria.
O governo Lula é exemplo sempre citado de aumento bem-sucedido de intervenção estatal na eliminação da
desigualdade. Existiu, de fato, ampla inclusão social no período, propiciada por dois grandes fatores – o Bolsa Família e a
geração de emprego. Nenhum deles dependeu necessariamente do aumento do Estado.
O Bolsa Família representa só cerca de 0,5% do PIB numa arrecadação total acima de 35%. Ele pode ser facilmente
financiado com parcela pequena da arrecadação maior de impostos oriunda do crescimento econômico, sem elevar a
participação estatal na economia. Já a grande geração de emprego se deveu principalmente à estabilização econômica,
baseada no controle da inflação e dos gastos públicos.
A hiperinflação e as crises periódicas eram resultado direto do descontrole financeiro do Estado e de gastos
excessivos, financiados em boa parte por expansão monetária.
A Lei de Responsabilidade Fiscal e a implantação do sistema de metas de inflação, superávits primários e câmbio
flutuante, na década de 1990, modernizaram a estrutura institucional. Na década seguinte, o governo Lula promoveu a
histórica estabilização da economia.
A forte contenção de gastos instituída já nos seus primeiros anos, aliada a uma política monetária austera em todo
o período, com inflação controlada, redução de dívida pública e acumulação de reservas, foram fundamentais para a
estabilização. A confiança e o horizonte de planejamento das famílias e das empresas aumentaram, puxando crédito,
investimentos e produção, que resultaram na criação impressionante de empregos.
Foi essa geração de empregos a maior promotora da redução da desigualdade, com integração de dezenas de
milhões de pessoas à classe média e encolhimento da classe E. Já o aumento do Estado, com redução das taxas de
crescimento, gera menos empregos e também menos recursos excedentes aos programas sociais.
Portanto, temos que nos libertar da confusão recorrente entre uma administração pública que promove redução
da desigualdade e inclusão social de uma administração estatizante que diminui a capacidade produtiva da economia e
compromete esses benefícios, como mostra a experiência mundial.
(Henrique Meirelles. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/henriquemeire....)
Assinale a alternativa cuja alteração na pontuação NÃO acarreta alteração do sentido proposto no texto ou problemas
na composição do trecho.