Questões de Português - Uso das reticências para Concurso
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Texto II
Namorados
O rapaz chegou-se para junto da moça e disse:
- Antônia, ainda não me acostumei com o seu corpo, com sua cara.
A moça olhou de lado e esperou.
- Você não sabe quando a gente é criança e de repente vê uma lagarta listrada?
A moça se lembrava:
- A gente fica olhando...
A meninice brincou de novo nos olhos dela.
O rapaz prosseguiu com muita doçura:
- Antônia, você parece uma lagarta listrada.
A moça arregalou os olhos, fez exclamações.
O rapaz concluiu: - Antônia, você é engraçada! Você parece louca.
(Manuel Bandeira, Libertinagem, 1930.)
Vou Te Encontrar
Paulo Miklos
Compositor: Nando Reis
Olha, ainda estou aqui
Perto, nunca te esqueci
Forte, com a cabeça no lugar
Livre, livre para amar
Sofro, como qualquer um
Rio, quando estou feliz
Homem, dessa mulher
Vivo, como você quer
Nas ondas do mar
Nas pedras do rio
Nos raios de sol
Nas noites de frio
No céu, no horizonte
No inverno, verão
Nas estrelas que formam
Uma constelação
Vou te encontrar...
Vou te encontrar
Olha, eu fiquei aqui
Perto, está você em mim
Forte, pra continuar
Livre, livre para amar
Sofro, como qualquer um
Rio, porque sou feliz
Homem, de uma mulher
Vivo, como você quer
No beijo da moça
No alto e no chão
Nos dentes da boca
Nos dedos da mão
No brilho dos olhos
Na luz da visão
No peito dos homens
No meu coração
Vou te encontrar...
Vou te encontrar
Texto I
Vivendo e...
Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais. Duvido que se hoje pegasse uma bola de gude conseguisse equilibrá-la na dobra do dedo indicador sobre a unha do polegar, e quanto mais jogá-la com a precisão que eu tinha quando era garoto. Outra coisa: acabo de procurar no dicionário, pela primeira vez, o significado da palavra “gude”. Quando era garoto nunca pensei nisso, eu sabia o que era gude. Gude era gude.
Juntando-se as duas mãos de um determinado jeito, com os polegares para dentro, e assoprando pelo buraquinho, tirava-se um silvo bonito que inclusive variava de tom conforme o posicionamento das mãos. Hoje não sei que jeito é esse. [...]
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva. 2001)
Utilize o Texto I para responder a questão.
Viver é muito perigoso... Porque aprender a viver é que é o viver mesmo... Travessia perigosa, mas é a da vida. Sertão que se alteia e abaixa... O mais difícil não é um ser bom e proceder honesto, dificultoso mesmo, é um saber definido o que quer, e ter o poder de ir até o rabo da palavra.
ROSA, João Guimarães. Grande Sertão: Veredas. 19. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
As reticências utilizadas, neste fragmento do texto de Guimarães Rosa, sugerem
Analise a charge a seguir.
A partir da charge, analise as afirmativas a seguir.
I. A comicidade da charge é criada a partir da polissemia do vocábulo "falta".
II. As reticências, ao final da fala da enfermeira, pretendem indicar que faltam ainda outras coisas, não mencionadas.
III. O "caos", no título da charge, é confirmado pela fala da enfermeira diante do problema apresentado pelo paciente.
Assinale: