Questões de Português - Concordância verbal, Concordância nominal para Concurso

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Q2502257 Português

Oito bilhões de solitários 


    Recentemente, o mundo ultrapassou os 8 bilhões de habitantes. Inchamos o globo, mas nunca nos sentimos tão sozinhos. Somos oito bilhões de solitários. É uma multidão tão só, que a Organização Mundial da Saúde (OMS) determinou que ela, a solidão, é problema de saúde pública. Como Dengue, Aids, Covid e Malária.

    A estimativa da OMS é que um em cada quatro idosos experimente o isolamento social. Não se trata, porém, de uma questão etária. Entre 5% e 15% dos adolescentes sentem-se solitários. O efeito disso na mortalidade, diz o organismo das Nações Unidas, é comparável ao de tabagismo, obesidade e sedentarismo. Até 2030, a OMS abordará o isolamento social como um dos temas associados às quatro áreas de atuação que considera prioritárias para a década.

    Como chegamos a esse quadro? Que tipo de sociedade somos nós, que precisamos tratar a solidão no âmbito das políticas públicas, tal como se faz com habitação e saneamento básico? Os países da Grã-Bretanha foram os primeiros do mundo a adotar medidas governamentais para enfrentar a solidão, em 2018. O pouco sucesso da política estimulou a Fundação de Saúde Mental do Reino Unido a publicar, quatro anos depois, sugestões de abordagens, com foco nas minorias que, segundo uma pesquisa interna, são as mais afetadas pela falta de conexões sociais. A desigualdade econômica é outro fator de risco crucial para o isolamento, diz a fundação.

    O documento, que pretende embasar novas diretrizes, traz recomendações que vão da abordagem da solidão nos postos de trabalho à criação de espaços verdes, propícios ao convívio social. Da cultura à educação, passando por saúde, economia e seguridade, o guia enfatiza a complexidade do enfrentamento àquela que o compositor Paulinho da Viola tão acertadamente classificou como “lava que cobre tudo”.

    Na arte, aliás, sobra inspiração sobre o tema. Livros a respeito de pessoas solitárias têm se tornado fenômenos editoriais. Alguns dos mais recentes, como o sul-coreano “A inconveniente loja de conveniência”, de Kim Ho-yeon; o francês “O que resta de nós”, de Virginie Grimaldi; e o britânico “Os cem anos de Leni e Margot”, de Marianne Cronin, tornaram-se sucesso comercial no mundo todo. Em comum, há um roteiro simples: pessoas sós que se esbarram por acaso e encontram outro sentido na vida ao unirem suas solitudes.

    Provavelmente, músicas, livros e filmes sobre solidão não devem influenciar políticas públicas. Mas podem inspirar atitudes individuais no mundo de 8 bilhões de pessoas e 8,4 bilhões de celulares com acesso à internet (dado do Relatório de Mobilidade da Ericsson, 2022).

    “As estirpes condenadas a 100 anos de solidão não tinham uma segunda oportunidade sobre a terra” narra, sublimemente, o escritor colombiano Gabriel García Márquez. Fazer ou não parte dessas estirpes, como destaca a OMS, exige políticas complexas. Mas a arte também nos alenta: é algo a nosso alcance.


(Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/. Acesso em: 23/02/2024.) 

“O pouco sucesso da política estimulou a Fundação de Saúde Mental do Reino Unido a publicar, quatro anos depois, sugestões de abordagens, com foco nas minorias [...]” (3º§). No fragmento, o adjetivo “pouco” concorda com o substantivo “sucesso”. Assinale a alternativa cuja concordância está correta pelo mesmo motivo.
Alternativas
Q2501249 Português

Tocando em frente

Almir Sater



Em relação aos aspectos gerais do texto, julgue o item.


O adjetivo “preciso” (linha 13) deveria estar flexionado no feminino para concordar com “chuva”.

Alternativas
Q2500987 Português
Triunfar na Vida


A história é um extraordinário mostruário onde aparecem, como cristais de cores que variam de tonalidade segundo a luz, as diferentes ideias que configuraram os estilos de vida do homem. Cada período tem seus parâmetros e, no caminho incessante da busca, os humanos regem-se por esses modelos, tratando de segui-los e obedecê-los, tanto quanto não fariam com nenhuma outra ideia que proviesse de outra fonte. O comumente aceito é lei e, de acordo com o transcurso dos tempos, há aceitações que tem mais valor do que leis.


Assim, em todo momento, o êxito foi uma meta, ainda que nem sempre tenha se considerado o êxito de igual maneira. O que assinalava o triunfo há um século, ou algumas décadas atrás, hoje pode bem parecer uma ideia desfocada e fora de moda, considerando que outras ambições tomaram o lugar das anteriores. Uma só coisa permanece: o desejo de sucesso, a necessidade de triunfar, a vontade de sermos aceitos e levados em consideração pelos demais, ajustando-nos à lei que faz do conjunto − nós e os demais − uma massa coerente na qual não se pode sobressair, nem sequer para encontrar esse sucesso por outros caminhos.


(...)


É evidente que não basta sonhar para converter-se em um triunfador. Temos que atuar, temos que saber desenvolver uma sã atividade fundamentada na vontade. Não atuar por atuar, mas sim elegendo as melhores e mais adequadas ações.


Não se deixar esmagar nunca pelos problemas, por mais difíceis que pareçam. Ao contrário, esforçar a imaginação para buscar saídas e soluções. Conceber as dificuldades como provas para a nossa inteligência e nossa vontade. E, na pior das hipóteses, converter os fracassos em novas oportunidades para voltar a começar.


(...)


Delia Steinberg Guzmán. Texto Adaptado. https://www.acropole.org.br/autores/delia-steinbergguzman/triunfar-na-vida/
Assinale a alternativa que contém um ERRO de Concordância Verbal:
Alternativas
Q2500674 Português



Internet: <www.into.saude.gov.br> (com adaptações).
Com base no texto, julgue o item.

Em “ao qual está inserido” (linhas 24 e 25), ocorre um problema com a concordância, já que “inserido” deveria ser flexionado no feminino, para concordar com “comunidade”.
Alternativas
Q2499135 Português

Texto I


Heráclito: as mudanças ocorrem simultaneamente ao rio que corre


    É comum acreditarmos na ideia de que tem de acontecer algo ruim para começarmos a mudar. Em variadas situações percebemos isso se repetindo continuamente [...] Na realidade, vivemos intensamente a ideia de que “algo tem que acontecer” para a mudança começar e não nos esforçamos para perceber que estamos sempre em constante mudança.

    É compreensível que, em um mundo onde a agitação e o tempo “não param de correr”, precisemos muitas vezes fazer somente aquilo em que nos habituamos e esqueçamos de perceber os detalhes e as mudanças da nossa vida. Porém, somos seres em constante mudança, mesmo que não nos demos conta. A pandemia – como exemplo mais recente – veio para nos indagar de que forma estamos vivendo e o que estamos fazendo com nossas vidas, ou seja, o que estamos mudando, mas, em nenhum momento, ela foi um pontapé inicial de mudança, assim como outros fatores também não foram.

    Veremos isso claramente no pensamento de Heráclito, que nasceu em Éfeso, antiga colônia grega, em 540 a.C. e morreu por volta de 470 a.C. Era pré-socrático; e como bem sabemos não se tem muitas informações ou obras completas dos filósofos pré-socráticos. De Heráclito temos apenas fragmentos e o que os seus discípulos e colegas contaram com o passar do tempo.

    Quando falamos em Heráclito, é quase que instantâneo pensar na ideia do rio e toda a sua dinamicidade. Ele dizia que não se pode banhar duas vezes no mesmo rio, uma vez que as águas já não serão mais as mesmas e tampouco a pessoa será a mesma. Entretanto, em um estudo mais detalhado com mais profundas reflexões, é possível afirmar que nem mesmo uma só vez pode-se banhar no mesmo rio, pois a água que está tocando a ponta do dedo é diferente da que toca o calcanhar, e o homem que ali está banhando não está fixado com um único pensamento durante esse único banho.

    A figura do rio é justamente para nos levar a essa ideia de que tudo está em constante mudança; em todo momento, nós e as coisas estamos nos renovando, nos purificando, mudando e melhorando. Como Heráclito mesmo nos diz: “Este mundo, o mesmo de todos (os seres), nenhum deus, nenhum homem o fez, mas era, é, e será um fogo sempre vivo, acendendo-se em medidas e apagando-se em medidas”, mostrando que as coisas estão nascendo e morrendo, e quem ordena tais medidas que ora acendem, ora apagam é o Logos, que em Heráclito é traduzido como a razão, a inteligência.

    Para o filósofo, tudo flui em um ciclo infinito de transformações: “Para almas é morte tornar-se água, e para água é morte tornar-se terra; e de terra nasce água, e de água, alma”. Esse ciclo sem fim, no qual um sujeito morre à medida que nasce e nasce à medida que morre, vemos também no Evangelho: “Em verdade, em verdade vos digo que, se o grão de trigo, caído na terra, não morrer, fica ele só, mas se morrer, dá muito fruto” (Jo 12:24).

    A partir desse constante morrer para nascer, em que tudo flui, caracterizando o mundo como um eterno devir, entendemos que as mudanças ocorrem a todo momento. Esse rio em que não podemos nos banhar com a mesma água nem uma única vez faz-nos compreender que as mudanças da vida são ligeiras e necessárias. Esse processo contínuo, desde o nascimento até a morte, recorda-nos da necessidade de nos colocar a serviço e à disposição de sua fluidez.

   As mudanças não ocorrem somente em situações difíceis, podem até se acentuar nelas, porém somos seres que fluímos, assim como as coisas fluem e a natureza flui. Nesse constante fluir vemos as águas do rio de Heráclito passarem e juntamente com elas as nossas ideias e reflexões. Porém, elas não só se vão; enquanto umas coisas morrem, outras nascem e, assim, somos preenchidos de novos conhecimentos e ideias para seguir a jornada.


 Adaptado de: https://fasbam.edu.br/2021/04/23/heraclito-asmudancas-ocorrem-simultaneamente-ao-rio-que-corre/

 

 

Com base nos estudos de regência verbal, o trecho “É compreensível que [...] precisemos muitas vezes fazer somente aquilo em que nos habituamos” (2º parágrafo), poderia ser reescrito, com a finalidade de adequação à norma-padrão, da seguinte maneira:
Alternativas
Respostas
26: A
27: C
28: C
29: E
30: B