Questões da Prova VUNESP - 2017 - PM-SP - Aspirante da Polícia Militar

Foram encontradas 7 questões

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Q856459 Português

     – Bem dizia eu, que aquela janela…

      – É a janela dos rouxinóis.

      – Que lá estão a cantar.

      – Então, esses lá estão ainda como há dez anos – os mesmos ou outros – mas a menina dos rouxinóis foi-se e não voltou.

      – A menina dos rouxinóis? Que história é essa? Pois deveras tem uma história aquela janela?

      – É um romance todo inteiro, todo feito, como dizem os franceses, e conta-se em duas palavras.

      – Vamos a ele. A menina dos rouxinóis, menina com olhos verdes! Deve ser interessantíssimo. Vamos à história já.

      – Pois vamos. Apeiemos e descansemos um bocado.

      Já se vê que este diálogo passava entre mim e outro dos nossos companheiros de viagem. Apeamo-nos, com efeito; sentamo-nos; e eis aqui a história da menina dos rouxinóis como ela se contou.

      É o primeiro episódio da minha odisseia: estou com medo de entrar nele porque dizem as damas e os elegantes da nossa terra que o português não é bom para isto, que em francês que há outro não sei quê…

      Eu creio que as damas que estão mal informadas, e sei que os elegantes que são uns tolos; mas sempre tenho meu receio, porque, enfim, deles me rio eu; mas poesia ou romance, música ou drama de que as mulheres não gostem é porque não presta.

      Ainda assim, belas e amáveis leitoras, entendamo-nos: o que eu vou contar não é um romance, não tem aventuras enredadas, peripécias, situações e incidentes raros; é uma história simples e singela, sinceramente contada e sem pretensão.   

      Acabemos aqui o capítulo em forma de prólogo e a matéria do meu conto para o seguinte.

                                                                                   (Almeida Garrett. Viagens na Minha Terra)

Observe as frases:


• Chegamos ____________fim do capítulo em forma de _______ , com a matéria do meu conto para o seguinte.

• Discordo ________ certas damas e certos tolos, que preferem _________ para se contar uma história.


De acordo com a norma-padrão e os sentidos do texto, as lacunas devem ser preenchidas, respectivamente, com:

Alternativas
Q856458 Português

     – Bem dizia eu, que aquela janela…

      – É a janela dos rouxinóis.

      – Que lá estão a cantar.

      – Então, esses lá estão ainda como há dez anos – os mesmos ou outros – mas a menina dos rouxinóis foi-se e não voltou.

      – A menina dos rouxinóis? Que história é essa? Pois deveras tem uma história aquela janela?

      – É um romance todo inteiro, todo feito, como dizem os franceses, e conta-se em duas palavras.

      – Vamos a ele. A menina dos rouxinóis, menina com olhos verdes! Deve ser interessantíssimo. Vamos à história já.

      – Pois vamos. Apeiemos e descansemos um bocado.

      Já se vê que este diálogo passava entre mim e outro dos nossos companheiros de viagem. Apeamo-nos, com efeito; sentamo-nos; e eis aqui a história da menina dos rouxinóis como ela se contou.

      É o primeiro episódio da minha odisseia: estou com medo de entrar nele porque dizem as damas e os elegantes da nossa terra que o português não é bom para isto, que em francês que há outro não sei quê…

      Eu creio que as damas que estão mal informadas, e sei que os elegantes que são uns tolos; mas sempre tenho meu receio, porque, enfim, deles me rio eu; mas poesia ou romance, música ou drama de que as mulheres não gostem é porque não presta.

      Ainda assim, belas e amáveis leitoras, entendamo-nos: o que eu vou contar não é um romance, não tem aventuras enredadas, peripécias, situações e incidentes raros; é uma história simples e singela, sinceramente contada e sem pretensão.   

      Acabemos aqui o capítulo em forma de prólogo e a matéria do meu conto para o seguinte.

                                                                                   (Almeida Garrett. Viagens na Minha Terra)

Assinale a alternativa correta quanto à concordância nominal.
Alternativas
Q856453 Português

      AUTOR – Eu sou o autor de uma mulher que inventei e a quem dei o nome de Ângela Pralini. Eu vivia bem com ela. Mas ela começou a me inquietar e vi que eu tinha de novo que assumir o papel de escritor para colocar Ângela em palavras porque só então posso me comunicar com ela.

      Eu escrevo um livro e Ângela outro: tirei de ambos o supérfluo.

      Eu escrevo à meia-noite porque sou escuro. Ângela escreve de dia porque é quase sempre luz alegre.

      Este é um livro de não memórias. Passa-se agora mesmo, não importa quando foi ou é ou será esse agora mesmo.

      (…)

      ÂNGELA – Viver me deixa trêmula.

      AUTOR – A mim também a vida me faz estremecer.

      ÂNGELA – Estou ansiosa e aflita.

      AUTOR – Vejo que Ângela não sabe como começar. Nascer é difícil. Aconselho-a a falar mais facilmente sobre fatos? Vou ensiná-la a começar pelo meio. Ela tem que deixar de ser tão hesitante porque senão vai ser um livro todo trêmulo, uma gota d’água pendurada quase a cair e quando cai divide-se em estilhaços de pequenas gotas espalhadas. Coragem, Ângela, comece sem ligar para nada.

(Clarice Lispector. Um sopro de vida)

Em relação aos períodos “Viver me deixa trêmula.” e “Vejo que Ângela não sabe como começar.”, é corretor afirmar que
Alternativas
Q856447 Português

     Leia o texto para responder a questão.

                           


       A Globo encerrou nesta segunda-feira [25.09.2017] a sua novela das seis, “Novo Mundo”. Aplaudida pelo público e crítica – merecidamente –, a produção teve média final no Ibope da Grande SP de 24 pontos. Seu sucesso é medido pelos números de audiência e também pela repercussão: foi uma novela comentada, que gerou buchicho.

      Os puristas que clamaram por fatos históricos reproduzidos ipsis litteris* esquecem que essa nunca foi a proposta da novela. Afinal, tratava-se de uma obra baseada em fatos reais, logo a liberdade de criação estava assegurada. Sem a pretensão de ser uma “aula de História”, “Novo Mundo”, além de entreter, despertou no público o interesse pela História do Brasil, o que, por si só, já foi um mérito e tanto. *ipsis litteris: tal como está escrito

       (Blog do Nilson Xavier. https://nilsonxavier.blogosfera.uol.com.br. 25.09.2017. Adaptado)

De acordo com a norma-padrão e com o sentido do texto original, a passagem “Sem a pretensão de ser uma ‘aula de História’, ‘Novo Mundo’, além de entreter, despertou no público o interesse pela História do Brasil…” está corretamente reescrita em:
Alternativas
Q856443 Português

   Leia o soneto para responder a questão.

 

                                Disse ao meu coração: Olha por quantos

                                Caminhos vãos andamos! Considera

                                Agora, d’esta altura fria e austera,

                                Os ermos que regaram nossos prantos…


                                Pó e cinzas, onde houve flor e encantos!

                                E noite, onde foi luz de primavera!

                                Olha a teus pés o mundo e desespera,

                                Semeador de sombras e quebrantos!


                                Porém o coração, feito valente

                                Na escola da tortura repetida,

                                no uso do penar tornado crente,


                                Respondeu: D’esta altura vejo o Amor!

                                Viver não foi em vão, se é isto a vida,

                                Nem foi demais o desengano e a dor.

                                                      (Antero de Quental, Antologia)

Nos versos “Porém o coração, feito valente / Na escola da tortura repetida, / E no uso do penar tornado crente, / Respondeu...”, o termo em destaque estabelece relação coesiva, cujo sentido é de
Alternativas
Respostas
1: C
2: B
3: B
4: A
5: E