Questões da Prova CONSULPLAN - 2016 - CBM-PA - Soldado do Corpo Bombeiro Militar
Foram encontradas 7 questões
Resolva questões gratuitamente!
Junte-se a mais de 4 milhões de concurseiros!
Ano: 2016
Banca:
CONSULPLAN
Órgão:
CBM-PA
Prova:
CONSULPLAN - 2016 - CBM-PA - Soldado do Corpo Bombeiro Militar |
Q615490
Português
Texto associado
O direito à literatura
O assunto que me foi confiado nesta série é aparentemente meio desligado dos problemas reais: “Direitos
humanos e literatura". As maneiras de abordá‐lo são muitas, mas não posso começar a falar sobre o tema específico
sem fazer algumas reflexões prévias a respeito dos próprios direitos humanos. [...]
[...] pensar em direitos humanos tem um pressuposto: reconhecer que aquilo que consideramos indispensável para
nós é também indispensável para o próximo. Esta me parece a essência do problema, inclusive no plano estritamente
individual, pois é necessário um grande esforço de educação e autoeducação a fim de reconhecermos sinceramente
este postulado. Na verdade, a tendência mais funda é achar que os nossos direitos são mais urgentes que os do
próximo.
[...] a literatura aparece claramente como manifestação universal de todos os homens em todos os tempos. Não há
povo e não há homem que possa viver sem ela, isto é, sem a possibilidade de entrar em contato com alguma espécie de
fabulação. Assim como todos sonham todas as noites, ninguém é capaz de passar as vinte e quatro horas do dia sem
alguns momentos de entrega ao universo fabulado. [...]
Ora, se ninguém pode passar vinte e quatro horas sem mergulhar no universo da ficção e da poesia, a literatura
concebida no sentido amplo a que me referi parece corresponder a uma necessidade universal, que precisa ser
satisfeita e cuja satisfação constitui um direito. [...]
Portanto, a luta pelos direitos humanos abrange a luta por um estado de coisas em que todos possam ter acesso
aos diferentes níveis de cultura. A distinção entre cultura popular e cultura erudita não deve servir para justificar e
manter uma separação iníqua, como se do ponto de vista cultural a sociedade fosse dividida em esferas incomunicáveis,
dando lugar a dois tipos incomunicáveis de fruidores. Uma sociedade justa pressupõe o respeito dos direitos humanos,
e a fruição da arte e da literatura em todas as modalidades e em todos os níveis é um direito inalienável.
(CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: Vários escritos. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul; São Paulo: Duas Cidades, 2004.)
Estaria de acordo com a expressão do autor em “O assunto que me foi confiado nesta série é aparentemente meio
desligado dos problemas reais: [...]" (1º§) a afirmação:
Ano: 2016
Banca:
CONSULPLAN
Órgão:
CBM-PA
Prova:
CONSULPLAN - 2016 - CBM-PA - Soldado do Corpo Bombeiro Militar |
Q615482
Português
Texto associado
O direito à literatura
O assunto que me foi confiado nesta série é aparentemente meio desligado dos problemas reais: “Direitos
humanos e literatura". As maneiras de abordá‐lo são muitas, mas não posso começar a falar sobre o tema específico
sem fazer algumas reflexões prévias a respeito dos próprios direitos humanos. [...]
[...] pensar em direitos humanos tem um pressuposto: reconhecer que aquilo que consideramos indispensável para
nós é também indispensável para o próximo. Esta me parece a essência do problema, inclusive no plano estritamente
individual, pois é necessário um grande esforço de educação e autoeducação a fim de reconhecermos sinceramente
este postulado. Na verdade, a tendência mais funda é achar que os nossos direitos são mais urgentes que os do
próximo.
[...] a literatura aparece claramente como manifestação universal de todos os homens em todos os tempos. Não há
povo e não há homem que possa viver sem ela, isto é, sem a possibilidade de entrar em contato com alguma espécie de
fabulação. Assim como todos sonham todas as noites, ninguém é capaz de passar as vinte e quatro horas do dia sem
alguns momentos de entrega ao universo fabulado. [...]
Ora, se ninguém pode passar vinte e quatro horas sem mergulhar no universo da ficção e da poesia, a literatura
concebida no sentido amplo a que me referi parece corresponder a uma necessidade universal, que precisa ser
satisfeita e cuja satisfação constitui um direito. [...]
Portanto, a luta pelos direitos humanos abrange a luta por um estado de coisas em que todos possam ter acesso
aos diferentes níveis de cultura. A distinção entre cultura popular e cultura erudita não deve servir para justificar e
manter uma separação iníqua, como se do ponto de vista cultural a sociedade fosse dividida em esferas incomunicáveis,
dando lugar a dois tipos incomunicáveis de fruidores. Uma sociedade justa pressupõe o respeito dos direitos humanos,
e a fruição da arte e da literatura em todas as modalidades e em todos os níveis é um direito inalienável.
(CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: Vários escritos. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul; São Paulo: Duas Cidades, 2004.)
A partir do trecho “Ora, se ninguém pode passar vinte e quatro horas sem mergulhar no universo da ficção e da
poesia, a literatura concebida no sentido amplo a que me referi parece corresponder a uma necessidade universal,
que precisa ser satisfeita e cuja satisfação constitui um direito. [...]" (4º§) é possível afirmar que o autor,
principalmente,
Ano: 2016
Banca:
CONSULPLAN
Órgão:
CBM-PA
Prova:
CONSULPLAN - 2016 - CBM-PA - Soldado do Corpo Bombeiro Militar |
Q615481
Português
Texto associado
O direito à literatura
O assunto que me foi confiado nesta série é aparentemente meio desligado dos problemas reais: “Direitos
humanos e literatura". As maneiras de abordá‐lo são muitas, mas não posso começar a falar sobre o tema específico
sem fazer algumas reflexões prévias a respeito dos próprios direitos humanos. [...]
[...] pensar em direitos humanos tem um pressuposto: reconhecer que aquilo que consideramos indispensável para
nós é também indispensável para o próximo. Esta me parece a essência do problema, inclusive no plano estritamente
individual, pois é necessário um grande esforço de educação e autoeducação a fim de reconhecermos sinceramente
este postulado. Na verdade, a tendência mais funda é achar que os nossos direitos são mais urgentes que os do
próximo.
[...] a literatura aparece claramente como manifestação universal de todos os homens em todos os tempos. Não há
povo e não há homem que possa viver sem ela, isto é, sem a possibilidade de entrar em contato com alguma espécie de
fabulação. Assim como todos sonham todas as noites, ninguém é capaz de passar as vinte e quatro horas do dia sem
alguns momentos de entrega ao universo fabulado. [...]
Ora, se ninguém pode passar vinte e quatro horas sem mergulhar no universo da ficção e da poesia, a literatura
concebida no sentido amplo a que me referi parece corresponder a uma necessidade universal, que precisa ser
satisfeita e cuja satisfação constitui um direito. [...]
Portanto, a luta pelos direitos humanos abrange a luta por um estado de coisas em que todos possam ter acesso
aos diferentes níveis de cultura. A distinção entre cultura popular e cultura erudita não deve servir para justificar e
manter uma separação iníqua, como se do ponto de vista cultural a sociedade fosse dividida em esferas incomunicáveis,
dando lugar a dois tipos incomunicáveis de fruidores. Uma sociedade justa pressupõe o respeito dos direitos humanos,
e a fruição da arte e da literatura em todas as modalidades e em todos os níveis é um direito inalienável.
(CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: Vários escritos. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul; São Paulo: Duas Cidades, 2004.)
Diante das ideias do autor, é correto afirmar que o texto possui como tese:
Ano: 2016
Banca:
CONSULPLAN
Órgão:
CBM-PA
Prova:
CONSULPLAN - 2016 - CBM-PA - Soldado do Corpo Bombeiro Militar |
Q615476
Português
Texto associado
Tempos loucos – Parte 2
Os adultos que educam hoje vivem na cultura que incentiva ao extremo o consumo. Somos levados a consumir de
tudo um pouco: além de coisas materiais, consumimos informações, ideias, estilos de ser e de viver, conceitos que
interferem na vida (qualidade de vida, por exemplo), o sexo, músicas, moda, culturas variadas, aparência do corpo, a
obrigatoriedade de ser feliz etc. Até a educação escolar virou item de consumo agora. A ordem é consumir, e
obedecemos muitas vezes cegamente a esse imperativo.
Quem viveu sem usar telefone celular por muito tempo não sabe mais como seria a vida sem essa inovação
tecnológica, por exemplo. O problema é que a oferta cria a demanda em sociedades consumistas, que é o caso atual, e
os produtos e as ideias que o mercado oferece passam a ser considerados absolutamente necessários a partir de então.
A questão é que temos tido comportamento exemplar de consumistas, boa parte das vezes sem crítica alguma.
Não sabemos mais o que é ter uma vida simples porque almejamos ter mais, por isso trabalhamos mais etc. Vejam que
a ideia de lazer, hoje, faz todo sentido para quase todos nós. Já a ideia do ócio, não. Ou seja: para descansar de uma
atividade, nos ocupamos com outra. A vadiagem e a preguiça são desvalorizadas.
Bem, é isso que temos ensinado aos mais novos, mais do que qualquer outra coisa. Quando uma criança de oito
anos pede a seus pais um celular e ganha, ensinamos a consumir o que é oferecido; quando um filho pede para o pai
levá‐la ao show do RBD, e este leva mesmo se considera o espetáculo ruim, ensinamos a consumir, seja qual for a
estética em questão; quando um jovem pede uma roupa de marca para ir a uma festa e os pais dão, ensinamos que o
que consumimos é mais importante do que o que somos.
Não há problema em consumir; o problema passa a existir quando o consumo determina a vida. Isso é
extremamente perigoso, principalmente quando os filhos chegam à adolescência. Há um mercado generoso de oferta
de drogas. Ensinamos a consumir desde cedo e, nessa hora, queremos e esperamos que eles recusem essa oferta.
Como?!
Na educação, essa nossa característica leva a consequências sutis, mas decisivas na formação dos mais novos.
Como exemplo, podemos lembrar que estes aprendem a avaliar as pessoas pelo que elas aparentam poder consumir e
não por aquilo que são e pelas ideias que têm e que o grupo social deles é formado por pares que consomem coisas
semelhantes. Não é a toa que os pequenos furtos são um fenômeno presente em todas as escolas, sejam elas públicas
ou privadas.
Nessa ideologia consumista, é importante considerar que os objetos perdem sua primeira função. Um carro deixa
de ser um veículo de transporte, um telefone celular deixa de ser um meio de comunicação; ambos passam a significar
status, poder de consumo, condição social, entre outras coisas.
A educação tem o objetivo de formar pessoas autônomas e livres. Mas, sob essa cultura do consumo, esses dois
conceitos se transformaram completamente e perderam o seu sentido original. Os jovens hoje acreditam que têm
liberdade para escolher qualquer coisa, por exemplo. Na verdade, as escolhas que fazem estão, na maioria das vezes,
determinadas pelo consumo e pela publicidade. Tempos loucos, ou não?
(SAYÃO, Rosely. Tempos loucos – Parte 2. Disponível em:http://blogdaroselysayao.blog.uol.com.br/arch2006‐10‐01_2006‐10‐15.html.
Acesso em: dezembro de 2015.)
Examinando o trecho “A questão é que temos tido comportamento exemplar de consumistas, boa parte das vezes
sem crítica alguma." (3º§) em que se manifesta uma opinião pode‐se afirmar que esse ponto de vista
Ano: 2016
Banca:
CONSULPLAN
Órgão:
CBM-PA
Prova:
CONSULPLAN - 2016 - CBM-PA - Soldado do Corpo Bombeiro Militar |
Q615474
Português
Texto associado
Tempos loucos – Parte 2
Os adultos que educam hoje vivem na cultura que incentiva ao extremo o consumo. Somos levados a consumir de
tudo um pouco: além de coisas materiais, consumimos informações, ideias, estilos de ser e de viver, conceitos que
interferem na vida (qualidade de vida, por exemplo), o sexo, músicas, moda, culturas variadas, aparência do corpo, a
obrigatoriedade de ser feliz etc. Até a educação escolar virou item de consumo agora. A ordem é consumir, e
obedecemos muitas vezes cegamente a esse imperativo.
Quem viveu sem usar telefone celular por muito tempo não sabe mais como seria a vida sem essa inovação
tecnológica, por exemplo. O problema é que a oferta cria a demanda em sociedades consumistas, que é o caso atual, e
os produtos e as ideias que o mercado oferece passam a ser considerados absolutamente necessários a partir de então.
A questão é que temos tido comportamento exemplar de consumistas, boa parte das vezes sem crítica alguma.
Não sabemos mais o que é ter uma vida simples porque almejamos ter mais, por isso trabalhamos mais etc. Vejam que
a ideia de lazer, hoje, faz todo sentido para quase todos nós. Já a ideia do ócio, não. Ou seja: para descansar de uma
atividade, nos ocupamos com outra. A vadiagem e a preguiça são desvalorizadas.
Bem, é isso que temos ensinado aos mais novos, mais do que qualquer outra coisa. Quando uma criança de oito
anos pede a seus pais um celular e ganha, ensinamos a consumir o que é oferecido; quando um filho pede para o pai
levá‐la ao show do RBD, e este leva mesmo se considera o espetáculo ruim, ensinamos a consumir, seja qual for a
estética em questão; quando um jovem pede uma roupa de marca para ir a uma festa e os pais dão, ensinamos que o
que consumimos é mais importante do que o que somos.
Não há problema em consumir; o problema passa a existir quando o consumo determina a vida. Isso é
extremamente perigoso, principalmente quando os filhos chegam à adolescência. Há um mercado generoso de oferta
de drogas. Ensinamos a consumir desde cedo e, nessa hora, queremos e esperamos que eles recusem essa oferta.
Como?!
Na educação, essa nossa característica leva a consequências sutis, mas decisivas na formação dos mais novos.
Como exemplo, podemos lembrar que estes aprendem a avaliar as pessoas pelo que elas aparentam poder consumir e
não por aquilo que são e pelas ideias que têm e que o grupo social deles é formado por pares que consomem coisas
semelhantes. Não é a toa que os pequenos furtos são um fenômeno presente em todas as escolas, sejam elas públicas
ou privadas.
Nessa ideologia consumista, é importante considerar que os objetos perdem sua primeira função. Um carro deixa
de ser um veículo de transporte, um telefone celular deixa de ser um meio de comunicação; ambos passam a significar
status, poder de consumo, condição social, entre outras coisas.
A educação tem o objetivo de formar pessoas autônomas e livres. Mas, sob essa cultura do consumo, esses dois
conceitos se transformaram completamente e perderam o seu sentido original. Os jovens hoje acreditam que têm
liberdade para escolher qualquer coisa, por exemplo. Na verdade, as escolhas que fazem estão, na maioria das vezes,
determinadas pelo consumo e pela publicidade. Tempos loucos, ou não?
(SAYÃO, Rosely. Tempos loucos – Parte 2. Disponível em:http://blogdaroselysayao.blog.uol.com.br/arch2006‐10‐01_2006‐10‐15.html.
Acesso em: dezembro de 2015.)
Considerando o contexto em que a frase “A vadiagem e a preguiça são desvalorizadas." (3º§) está correto afirmar
que para a autora,