Questões da Prova UNESPAR - 2016 - UNESPAR - Vestibular - 1º Dia - Grupos 1, 2, 3 e 4

Foram encontradas 4 questões

Resolva questões gratuitamente!

Junte-se a mais de 4 milhões de concurseiros!

Ano: 2016 Banca: UNESPAR Órgão: UNESPAR Prova: UNESPAR - 2016 - UNESPAR - Vestibular - 1º Dia - Grupos 1, 2, 3 e 4 |
Q749835 Literatura

“E, páginas adiante, o padre se portou ainda mais excelentemente, porque era mesmo uma brava criatura. Tanto assim, que, na despedida, insistiu:
– Reze e trabalhe, fazendo de conta que esta vida é um dia de capina com sol quente, que às vezes custa muito a passar, mas sempre passa. E você ainda pode ter muito pedaço bom de alegria... Cada um tem a sua hora e a sua vez: você há de ter a sua.” [p. 356]
[...]
“Quando ficou bom para andar, escorando-se nas muletas que o preto fabricara, já tinha os seus planos, menos maus, cujo ponto de início consistia em ir para longe, para o sitiozinho perdido no sertão mais longínquo [...] que era agora a única coisa que possuía de seu. Antes de partir, teve com o padre uma derradeira conversa, muito edificante e vasta. E, junto com o casal de pretos samaritanos, que, ao hábito de se desvelarem, agora não o podiam deixar nem por nada, pegou chão, sem paixão.
Largaram à noite, porque o começo da viagem teria de ser uma verdadeira escapada. E, ao sair, Nhô Augusto se ajoelhou, no meio da estrada, abriu os braços em cruz, e jurou:
– Eu vou p’ra o céu, e vou mesmo, por bem ou por mal!... E a minha vez a de chegar... P’ra o céu eu vou, nem que seja a porrete!...
E os negros aplaudiram, e a turminha pegou o passo, a caminho do sertão.” [p. 357-358]
[...]
“E o povo, enquanto isso, dizia: – ‘Foi Deus quem mandou esse homem no jumento, por mór de salvar as famílias da gente!...’” [p. 385]
“Mas Nhô Augusto tinha o rosto radiante, e falou:
– Perguntem quem é aí que algum dia já ouviu falar no nome de Nhô Augusto Esteves, das Pindaíbas! [...]
Então, Augusto Matraga fechou um pouco os olhos, com sorriso intenso nos lábios lambuzados de sangue, e de seu rosto subia um sagaz contentamento. [...]
Depois, morreu.” [p. 386]

(ROSA, João Guimarães. Sagarana. Rio de Janeiro: Record, 1984)

Leia o excerto de “A Hora e a Vez de Augusto Matraga”, publicado em Sagarana (1946), de Guimarães Rosa, e ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA.
Alternativas
Ano: 2016 Banca: UNESPAR Órgão: UNESPAR Prova: UNESPAR - 2016 - UNESPAR - Vestibular - 1º Dia - Grupos 1, 2, 3 e 4 |
Q749832 Literatura
Na coletânea Sagarana (1946), de Guimarães Rosa, há uma unidade resultante do ordenamento e da disposição dos elementos estéticos e contextuais constitutivos da narrativa, que revelam a circularidade das histórias e, ao mesmo tempo, a unidade da obra como um todo. Nessa perspectiva, ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA.
Alternativas
Ano: 2016 Banca: UNESPAR Órgão: UNESPAR Prova: UNESPAR - 2016 - UNESPAR - Vestibular - 1º Dia - Grupos 1, 2, 3 e 4 |
Q749830 Literatura
Sobre “O Rei da vela” de Oswald de Andrade, assinale A ÚNICA ALTERNATIVA CORRETA.
Alternativas
Ano: 2016 Banca: UNESPAR Órgão: UNESPAR Prova: UNESPAR - 2016 - UNESPAR - Vestibular - 1º Dia - Grupos 1, 2, 3 e 4 |
Q749827 Literatura
Leia o excerto de “O Burrinho Pedrês”, publicado em Sagarana (1946), de Guimarães Rosa, e ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA.
“Apuram o passo, por entre campinas ricas, onde pastam ou ruminam outros mil e mais bois. Mas os vaqueiros não esmorecem nos eias e cantigas, porque a boiada ainda tem passagens inquietantes: alarga-se e recomprime-se, sem motivo, e mesmo dentro da multidão movediça há giros estranhos, que não os deslocamentos normais do gado em marcha – quando sempre alguns disputam a colocação na vanguarda, outros procuram o centro, e muitos se deixam levar, empurrados, sobrenadando quase, com os mais fracos rolando para os lados e os mais pesados tardando para trás, no coice da procissão. – Eh, boi lá! ... Eh-ê-ê-eh, boi! ... Tou! Tou! Tou... As ancas balançam, e as vagas de dorsos, das vacas e touros, batendo com as caudas, mugindo no meio, na massa embolada, com atritos de couros, estralos de guampas, estrondos e baques, e o berro queixoso do gado Junqueira, de chifres imensos, com muita tristeza, saudade dos campos, querência dos pastos de lá do sertão...
‘Um boi preto, um boi pintado, cada um tem sua cor. Cada coração um jeito de mostrar o seu amor.’ Boi bem bravo, bate baixo, bota baba, boi berrando... Dança doido, dá de duro, dá de dentro, dá direito... Vai, vem, volta, vem na vara, vai não volta, vai varando...”
(ROSA, João Guimarães. Sagarana. Rio de Janeiro: Record, 1984. p. 37)
Alternativas
Respostas
1: B
2: A
3: E
4: A