Questões da Prova VUNESP - 2016 - UNESP - Vestibular - Primeiro Semestre

Foram encontradas 14 questões

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Ano: 2016 Banca: VUNESP Órgão: UNESP Prova: VUNESP - 2016 - UNESP - Vestibular - Primeiro Semestre |
Q809328 Português
  O quadro não se presta a uma leitura convencional, no sentido de esmiuçar os detalhes da composição em busca de nuances visuais. Na tela, há apenas formas brutas, essenciais, as quais remetem ao estado natural, primitivo. Os contornos inchados das plantas, os pés agigantados das figuras, o seio que atende ao inexorável apelo da gravidade: tudo é raiz. O embasamento que vem do fundo, do passado, daquilo que vegeta no substrato do ser. As cabecinhas, sem faces, servem apenas de contraponto. Estes não são seres pensantes, produtos da cultura e do refinamento. Tampouco são construídos; antes nascem, brotam como plantas, sorvendo a energia vital do sol de limão. À palheta nacionalista de verde planta, amarelo sol e azul e branco céu, a pintora acrescenta o ocre avermelhado de uma pele que mais parece argila. A mensagem é clara: essa é nossa essência brasileira – sol, terra, vegetação. É isto que somos, em cores vivas e sem a intervenção erudita das fórmulas pictóricas tradicionais. (Rafael Cardoso. A arte brasileira em 25 quadros, 2008. Adaptado.) Tal comentário aplica-se à seguinte obra de Tarsila do Amaral (1886-1973):
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Ano: 2016 Banca: VUNESP Órgão: UNESP Prova: VUNESP - 2016 - UNESP - Vestibular - Primeiro Semestre |
Q809326 Português
  Trata-se de uma obra híbrida que transita entre a literatura, a história e a ciência, ao unir a perspectiva científica, de base naturalista e evolucionista, à construção literária, marcada pelo fatalismo trágico e por uma visão romântica da natureza. Seu autor recorreu a formas de ficção, como a tragédia e a epopeia, para compreender o horror da guerra e inserir os fatos em um enredo capaz de ultrapassar a sua significação particular. (Roberto Ventura. “Introdução”. In: Silviano Santiago (org.). Intérpretes do Brasil, vol 1, 2000. Adaptado.) Tal comentário crítico aplica-se à obra
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Ano: 2016 Banca: VUNESP Órgão: UNESP Prova: VUNESP - 2016 - UNESP - Vestibular - Primeiro Semestre |
Q809321 Português
Leia o soneto XLVI, de Cláudio Manuel da Costa (1729-1789), para responder a questão.
Não vês, Lise, brincar esse menino
Com aquela avezinha? Estende o braço,
Deixa-a fugir, mas apertando o laço,
A condena outra vez ao seu destino.

Nessa mesma figura, eu imagino,
Tens minha liberdade, pois ao passo
Que cuido que estou livre do embaraço,
Então me prende mais meu desatino.

Em um contínuo giro o pensamento
Tanto a precipitar-me se encaminha,
Que não vejo onde pare o meu tormento.

Mas fora menos mal esta ânsia minha,
Se me faltasse a mim o entendimento,
Como falta a razão a esta avezinha.

(Domício Proença Filho (org.). A poesia dos inconfidentes, 1996.)
No soneto, o menino e a avezinha, mencionados na primeira estrofe, são comparados, respectivamente,
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Ano: 2016 Banca: VUNESP Órgão: UNESP Prova: VUNESP - 2016 - UNESP - Vestibular - Primeiro Semestre |
Q809320 Português
Leia o soneto XLVI, de Cláudio Manuel da Costa (1729-1789), para responder a questão.
Não vês, Lise, brincar esse menino
Com aquela avezinha? Estende o braço,
Deixa-a fugir, mas apertando o laço,
A condena outra vez ao seu destino.

Nessa mesma figura, eu imagino,
Tens minha liberdade, pois ao passo
Que cuido que estou livre do embaraço,
Então me prende mais meu desatino.

Em um contínuo giro o pensamento
Tanto a precipitar-me se encaminha,
Que não vejo onde pare o meu tormento.

Mas fora menos mal esta ânsia minha,
Se me faltasse a mim o entendimento,
Como falta a razão a esta avezinha.

(Domício Proença Filho (org.). A poesia dos inconfidentes, 1996.)
O tom predominante no soneto é de
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Ano: 2016 Banca: VUNESP Órgão: UNESP Prova: VUNESP - 2016 - UNESP - Vestibular - Primeiro Semestre |
Q809319 Português
Para responder a questão, leia o excerto de Auto da Barca do Inferno do escritor português Gil Vicente (1465?-1536?). A peça prefigura o destino das almas que chegam a um braço de mar onde se encontram duas barcas (embarcações): uma destinada ao Paraíso, comandada pelo anjo, e outra destinada ao Inferno, comandada pelo diabo.

 Vem um Frade com uma Moça pela mão […]; e ele
mesmo fazendo a baixa1  começou a dançar, dizendo
Frade: Tai-rai-rai-ra-rã ta-ri-ri-rã;
            Tai-rai-rai-ra-rã ta-ri-ri-rã;
            Tã-tã-ta-ri-rim-rim-rã, huha!
Diabo: Que é isso, padre? Quem vai lá?
Frade: Deo gratias2 ! Sou cortesão.
Diabo: Danças também o tordião3 ?
Frade: Por que não? Vê como sei.
Diabo: Pois entrai, eu tangerei4
            e faremos um serão.
            E essa dama, porventura?
Frade: Por minha a tenho eu,
            e sempre a tive de meu.
Diabo: Fizeste bem, que é lindura!
            Não vos punham lá censura
            no vosso convento santo?
Frade: E eles fazem outro tanto!
Diabo: Que preciosa clausura5!
Entrai, padre reverendo!
Frade: Para onde levais gente?
Diabo: Para aquele fogo ardente
            que não temestes vivendo.
Frade: Juro a Deus que não te entendo!
            E este hábito6não me val7?
Diabo: Gentil padre mundanal8
            a Belzebu vos encomendo!
Frade: Corpo de Deus consagrado!
            Pela fé de Jesus Cristo,
            que eu não posso entender isto!
            Eu hei de ser condenado?
            Um padre tão namorado
            e tanto dado à virtude?
            Assim Deus me dê saúde,
            que eu estou maravilhado!
Diabo: Não façamos mais detença9
            embarcai e partiremos;
            tomareis um par de remos.
Frade: Não ficou isso na avença10.
Diabo: Pois dada está já a sentença!
Frade: Por Deus! Essa seria ela?
            Não vai em tal caravela
            minha senhora Florença?
            Como? Por ser namorado
            e folgar c’uma mulher?
            Se há um frade de perder,
            com tanto salmo rezado?!
Diabo: Ora estás bem arranjado!
Frade: Mas estás tu bem servido.
Diabo: Devoto padre e marido,
            haveis de ser cá pingado11

(Auto da Barca do Inferno, 2007.)

 1 baixa: dança popular no século XVI.
2 Deo gratias: graças a Deus.
3 tordião: outra dança popular no século XVI.
4 tanger: fazer soar um instrumento.
5 clausura: convento.
6 hábito: traje religioso.
7 val: vale.
8 mundanal: mundano.
9 detença: demora.
10 avença: acordo.
11 ser pingado: ser pingado com gotas de gordura fervendo (segundo o imaginário popular, processo de tortura que ocorreria no inferno)
Assinale a alternativa cuja máxima está em conformidade com o excerto e com a proposta do teatro de Gil Vicente.
Alternativas
Respostas
1: A
2: D
3: B
4: E
5: C