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Ano: 2024 Banca: FGV Órgão: AL-PR Prova: FGV - 2024 - AL-PR - Procurador |
Q2448916 Português
Observe o seguinte texto, retirado do romance O Cortiço, de Aluísio Azevedo:

Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas.
Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada sete horas de chumbo. [....] A roupa lavada, que ficara de véspera nos coradouros, umedecia o ar e punha-lhe um farto acre de sabão ordinário. As pedras do chão, esbranquiçadas no lugar da lavagem e em alguns pontos azuladas pelo anil, mostravam uma palidez grisalha e triste, feita de acumulações de espumas secas.
Entretanto, das portas surgiam cabeças congestionadas de sono; ouviam-se amplos bocejos, fortes como o marulhar das ondas; pigarreava-se grosso por toda a parte; começavam as xícaras a tilintar; o cheiro quente do café aquecia, suplantando todos os outros; trocavam-se de janela para janela as primeiras palavras, os bons-dias; reatavam-se conversas interrompidas à noite; a pequenada cá fora traquinava já, e lá dentro das casas vinham choros abafados de crianças que ainda não andam. No confuso rumor que se formava, destacavam-se risos, sons de vozes que altercavam, sem se saber onde, grasnar de marrecos, cantar de galos, cacarejar de galinhas.

Sobre esse fragmento textual, assinale a afirmativa incorreta.
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Q2448836 Português



Fonte: https://www.livrosvikings.com.br/noticia/uma-introducao-as-fontes-da-mitologia-nordica. (adaptado)

Quanto às classificações de tempo e modo verbal, a sentença que apresenta verbo indicativo no pretérito-mais-que perfeito é:
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Q2448637 Português

O TRABALHO DE CUIDADO NÃO REMUNERADO E MAL PAGO E A CRISE GLOBAL DA DESIGUALDADE 






Disponível em: https://www.oxfam.org.br/. Acesso em: 13 fev. 2024

Transpondo o termo destacado na sentença “O trabalho de cuidado é essencial para nossas sociedades [...]” para o infinitivo pessoal, tem-se:
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Q2447998 Português
É tempo de pós-amor


       Cansei de amor! Quantos filmes, entrevistas, artigos, livros sobre amor cruzaram seu caminho ultimamente? Em uma semana, assisti a um vídeo, vi um filme, li meio livro e participei de um debate na televisão. Tudo sobre amor. E ouvi as pessoas – provavelmente também eu própria – dizerem coisas pertinentes e bem ditas que, de tão pertinentes e repetidas, já se tornaram chavões comportamentais, e parecem fichas de computador dissecadas de qualquer verdade emocional. E de repente está me dando uma urticária na alma, um desconforto interno que em tudo se assemelha à indigestão.
        Estamos fazendo com o amor o que já fizemos com o sexo. Na década passada parecia que tínhamos reinventado o sexo. Não se pensava, não se falava, não se praticava outro assunto. Toda a nossa energia pensante, todo o nosso esforço vital pareciam concentrados na imensa cama que erguíamos como única justificativa da existência humana. Transformamos o sexo em verdade. Adoramos um novo bezerro de ouro.
            Mas o ouro dos bezerros modernos é de liga baixa, que logo se consome na voracidade da mass media. O sexo não nos deu tudo o que dele esperávamos, porque dele esperávamos tudo. E logo a sociedade começou a olhar em volta, à procura de um outro objeto de adoração. Destronado o sexo, partiu-se para a grande festa de coroação do amor.
          Agora, aqui estamos nós, falando pelos cotovelos, analisando, procurando, destrinchando. E desgastando. Antes, quando eu pensava numa conversa séria, direita, com a pessoa que se ama, sabia a que me referia. Mas agora, quando ouço dizer que “o diálogo é fundamental para a manutenção dos espaços”, não sei o que isso quer dizer, ou melhor, sei que isso não quer dizer mais nada. Antes, quando eu pensava ou dizia que amor é fundamental, tinha a exata noção da diferença entre o fundamental e o absoluto. Mas agora, quando eu ouço repetido de norte a sul, como num gigantesco eco, que “a vida sem amor não tem sentido”, fico com a impressão de estar ouvindo um slogan publicitário e me retraio porque sei que estão querendo me impor um produto.
         A vida sem amor pode fazer sentido, e muito. É bom que a gente recomece a dizer isso. Mesmo porque há milhões de pessoas sem amor, que viveriam bem mais felizes se de repente a voz geral não lhes buzinasse nos ouvidos que isso é impossível. O mundo só andou geometricamente aos pares na Arca de Noé. Fora disso, anda emparelhado quem pode, quando pode. E o resto espera uma chance, sem nem por isso viver na escuridão.
       Antes que se frustrem as expectativas, como aconteceu com o sexo, seria prudente descarregar o amor, tirar-lhe dos ombros a responsabilidade. Ele não pode nos dar tudo. Nada pode nos dar tudo. Porque o tudo não existe. O que existe são parcelas, que, eternamente somadas e subtraídas, multiplicadas e divididas, nos aproximam e afastam do tudo. E a matemática dessas parcelas pode ser surpreendente: quando, como está acontecendo agora, tentamos agrupá-las todas em cima de uma única parcela – o amor –, elas não se somam, pelo contrário, se fracionam, causando o esfacelamento da parcela-suporte.
        Amor criativo é ótimo, dizem todos. E é verdade. Mas melhor ainda é pegar uma parte da criatividade que está concentrada no amor, e jogá-la na vida. Solta, ela terá possibilidades de contaminar o cotidiano, permear a vida toda e voltar a abastecer o amor, sem deixar-se absorver e esgotar por ele. Dedicar-se à relação é importante, dizem todos. E é verdade. Mas qualquer um de nós tem inúmeras relações, de amizade, vizinhança, sociais, e anda me parecendo que concentrar toda a dedicação na relação amorosa pode custar o empobrecimento das outras.
             Sim, o amor é ótimo. Porém acho que vai ficar muito melhor quando sair do foco dos refletores e passar a ser vivido com mais naturalidade. Quando readquirirmos a noção de que não é mais vital do que comer e banhar o corpo em água fria nem mais tranquilizador do que ter amigos e estar de bem com a própria cara. Quando aceitarmos que não é o sal da terra, simplesmente porque a terra é seu próprio sal, e é ela que dá sabor ao amor.


(COLASANTI, Marina. 1937- Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro: Rocco, 1996.)
Cansei de amor!” (1º§) A ação verbal grifada exprime ideia de fato terminado; totalmente concluído. Tal característica também pode ser observada em:
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Q2447671 Português
Nós



      Segredos escondidos. Planos de dominação mundial. Cumplicidade de edredom. Voz no silêncio. Suspiros. Raiva. Você pensa em mim no futuro?

           “Aonde você for eu vou ao lado.”

            Nós.

         Plural, duplinha, mãos dadas. O outro lado do fone de ouvido. Playlist secreta. Piadas internas. Apelidos que não fazem sentido algum para o resto do mundo.

          Nós contra o resto do mundo. Nosso pequeno universo, nossa caixa, nosso quarto, nosso bunker.

        Nós e a minha dúvida do quanto o amor dura. Essa minha ideia de que amor é algo comestível, suculento, a melhor refeição da sua vida, mas com o tempo embolora.

            Como faz pra continuar junto por muitos anos, ainda se amando, ainda cultuando essa seita secreta que eu chamo de “nós”?

           Não te contei, mas ando com uma obsessão de querer saber isso dos casais que também são “eles” há muito tempo. Quero aprender pra te ensinar.

         Nós e essa minha teimosia em insistir no amor mesmo com tantas cicatrizes de guerra espalhadas pelo meu corpo.

             Você nem questiona quem as fez. O que te importa é esse meu pequeno pedaço de carne que ainda não tem nenhuma marca. É pequeno. Mas é fértil.
 
              Você sussurra no meu ouvido que “dessa vez vai ser diferente” e eu seguro nas suas mãos com essa fé cega que na verdade é pura teimosia.

               Dessa vez vai ser diferente.



(GICOVATE, Paula. Este é um livro sobre amor, 2014.)
As palavras a seguir foram retiradas do texto e possuem a mesma classificação quanto ao tempo verbal. Assinale a alternativa que se difere das demais.
Alternativas
Respostas
11: D
12: B
13: A
14: D
15: C