Questões da Prova CESGRANRIO - 2006 - DECEA - Técnico de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo - Análise de Sistemas

Foram encontradas 5 questões

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Q9495 Português
Texto II
A nuvem como guia

          Quando eu era criança, morava na Penha. Em
     minha casa, havia quintal. Deitado na grama, eu via
     estrelas, cometas, asteróides: via até a ponta das
     barbas brancas de Deus. Em dia de lua cheia, via até
5     seu sorriso, encimando o bigode branco. As estrelas
     eram tantas que pareciam confetes e lantejoulas, em noite
     de terça-feira gorda. Brilhavam forte, com brilho que hoje
     já não se vê: a luz foi soterrada no céu sombrio pela
     poluição galopante, estufa onde nos esturricaremos todos
10     como torresmos, sem remissão, se os países poluentes
     continuarem sua obra sufocante.
          Na Praia das Morenas, no fim da minha rua,
     tropeçando em siris e caranguejos - naquele tempo
     havia até água-viva na Baía de Guanabara; hoje, nem
15     morta! - eu via barcos de pescadores e peixes
     contorcionistas, mordendo as redes, como borboletas em
     teias de aranha - que ainda existiam naqueles tempos,
     aranhas e borboletas.
          Criança, eu pensava: como seria possível aos
20     pescadores velejar tão longe da areia, perder-se da
     nossa vista, perder-se no mar onde só havia vento em
     ritmos tonitruantes, onde as ondas eram todas iguais,
     sem traços distintivos, feitas da mesma água e mesma
     espuma e, encharcados de tempestades, encontrar o
25     caminho de volta?
          Meu pai explicava: os pescadores olhavam as
     estrelas, guias seguras, honestas, que indicavam o
     caminho de suas choupanas, na praia. Eu olhava o céu
     e via que as estrelas se moviam, e me afligia: talvez
30     enganassem os pescadores. Meu pai esclarecia: os
     pescadores haviam aprendido os movimentos estelares,
     e as estrelas tinham hábitos inabaláveis, confiáveis, eram
     sérias, seguiam sempre os mesmos caminhos seguros.
    
BOAL, Augusto. (adaptado).
Assinale a opção cujo comentário sobre a idéia contida no terceiro parágrafo é IMPROCEDENTE.
Alternativas
Q9494 Português
Texto I
E SE...não tivéssemos medo?

          Quem diria: aquele frio na espinha na hora de pular
     do trampolim é essencial para a nossa vida. O medo
     acaba com a gente quando estamos vendo um filme de
     terror ou tentando pular na piscina, mas, sem ele, não
5   seríamos nada, coisa nenhuma. Na ausência do medo,
     não teríamos nenhuma reação em situações de perigo,
     como a aproximação de mastodonte na idade do gelo ou
     quando o carro vai dar de cara no poste. Essa proteção
     acontece involuntariamente: a sensação de temor chega
10 antes às partes do cérebro que regem nossas ações
     involuntárias que ao córtex, a casca cerebral onde está o
     raciocínio.
          Além desse medo primordial, existe o medo
     criado pela mente. Afinal, não corremos risco iminente
15 de não perpetuar a espécie quando gaguejamos diante
     de uma possível paquera, ao tentar pedir aumento para o
     chefe ou quando construímos muralhas e bombas atômicas.
     Pelo contrário. "O medo de ser ridicularizado ou
     menos amado pelo outro é a fonte de neuroses e fobias
20 sociais, mas está presente em todas as pessoas", diz a
     psicóloga Maria Tereza Giordan Góes, autora do livro
     Vivendo Sem medo de Ter Medo. E o que aconteceria se
     seguíssemos com o medo involuntário mas deixássemos
     de ter o medo imaginário? Pois é, também não seríamos
25 muita coisa.
          O medo é um conceito fundamental para Freud, o
     pai da psicanálise. Segundo ele, é o medo da castração,
     de ser ridicularizado ou menos amado, que faz os
     homens lutarem por objetivos e se submeterem a provas
30 sexuais e sociais. Sem medo, poderíamos ficar sem
     motivação de competir, inovar, ser melhor que o vizinho.
     Pior: viveríamos num caos danado, já que o medo de ser
     culpado e castigado é raiz para instituições e religiões.
     "Nunca uma civilização concedeu tanto peso à culpa e
35 ao arrependimento quanto o cristianismo", afirma o historiador
     francês Jean Delumeau, autor do livro História do
     Medo no Ocidente.
          "O medo se reproduz na forma da autoridade física
     e espiritual", afirma a psicanalista Cleide Monteiro. "Ele
40 está na base de instituições que podem ser opressoras,
     mas fazem a sociedade andar para a frente longe de
     barbáries." Para a psicanálise, funciona assim: quando
     eu reconheço em mim a possibilidade de fazer mal a
     alguém, a enxergo também em você, então passo a temê-lo.
45 Para podermos conviver numa boa, criamos coisas
     superiores para temer, como a polícia e a religião. Sem o
     medo, não teríamos nada disso. Sairíamos direto na faca.
    
NARLOCK, Leandro. Revista Superinteressante. (adaptado).
A expressão "Além de" (l. 13), introduz, em relação às idéias do parágrafo anterior, uma idéia de:
Alternativas
Q9492 Português
Texto I
E SE...não tivéssemos medo?

          Quem diria: aquele frio na espinha na hora de pular
     do trampolim é essencial para a nossa vida. O medo
     acaba com a gente quando estamos vendo um filme de
     terror ou tentando pular na piscina, mas, sem ele, não
5   seríamos nada, coisa nenhuma. Na ausência do medo,
     não teríamos nenhuma reação em situações de perigo,
     como a aproximação de mastodonte na idade do gelo ou
     quando o carro vai dar de cara no poste. Essa proteção
     acontece involuntariamente: a sensação de temor chega
10 antes às partes do cérebro que regem nossas ações
     involuntárias que ao córtex, a casca cerebral onde está o
     raciocínio.
          Além desse medo primordial, existe o medo
     criado pela mente. Afinal, não corremos risco iminente
15 de não perpetuar a espécie quando gaguejamos diante
     de uma possível paquera, ao tentar pedir aumento para o
     chefe ou quando construímos muralhas e bombas atômicas.
     Pelo contrário. "O medo de ser ridicularizado ou
     menos amado pelo outro é a fonte de neuroses e fobias
20 sociais, mas está presente em todas as pessoas", diz a
     psicóloga Maria Tereza Giordan Góes, autora do livro
     Vivendo Sem medo de Ter Medo. E o que aconteceria se
     seguíssemos com o medo involuntário mas deixássemos
     de ter o medo imaginário? Pois é, também não seríamos
25 muita coisa.
          O medo é um conceito fundamental para Freud, o
     pai da psicanálise. Segundo ele, é o medo da castração,
     de ser ridicularizado ou menos amado, que faz os
     homens lutarem por objetivos e se submeterem a provas
30 sexuais e sociais. Sem medo, poderíamos ficar sem
     motivação de competir, inovar, ser melhor que o vizinho.
     Pior: viveríamos num caos danado, já que o medo de ser
     culpado e castigado é raiz para instituições e religiões.
     "Nunca uma civilização concedeu tanto peso à culpa e
35 ao arrependimento quanto o cristianismo", afirma o historiador
     francês Jean Delumeau, autor do livro História do
     Medo no Ocidente.
          "O medo se reproduz na forma da autoridade física
     e espiritual", afirma a psicanalista Cleide Monteiro. "Ele
40 está na base de instituições que podem ser opressoras,
     mas fazem a sociedade andar para a frente longe de
     barbáries." Para a psicanálise, funciona assim: quando
     eu reconheço em mim a possibilidade de fazer mal a
     alguém, a enxergo também em você, então passo a temê-lo.
45 Para podermos conviver numa boa, criamos coisas
     superiores para temer, como a polícia e a religião. Sem o
     medo, não teríamos nada disso. Sairíamos direto na faca.
    
NARLOCK, Leandro. Revista Superinteressante. (adaptado).
O caos dominaria o mundo se o medo não existisse. A passagem do texto que NÃO justifica, semanticamente, a afirmação acima é:
Alternativas
Q9491 Português
Texto I
E SE...não tivéssemos medo?

          Quem diria: aquele frio na espinha na hora de pular
     do trampolim é essencial para a nossa vida. O medo
     acaba com a gente quando estamos vendo um filme de
     terror ou tentando pular na piscina, mas, sem ele, não
5   seríamos nada, coisa nenhuma. Na ausência do medo,
     não teríamos nenhuma reação em situações de perigo,
     como a aproximação de mastodonte na idade do gelo ou
     quando o carro vai dar de cara no poste. Essa proteção
     acontece involuntariamente: a sensação de temor chega
10 antes às partes do cérebro que regem nossas ações
     involuntárias que ao córtex, a casca cerebral onde está o
     raciocínio.
          Além desse medo primordial, existe o medo
     criado pela mente. Afinal, não corremos risco iminente
15 de não perpetuar a espécie quando gaguejamos diante
     de uma possível paquera, ao tentar pedir aumento para o
     chefe ou quando construímos muralhas e bombas atômicas.
     Pelo contrário. "O medo de ser ridicularizado ou
     menos amado pelo outro é a fonte de neuroses e fobias
20 sociais, mas está presente em todas as pessoas", diz a
     psicóloga Maria Tereza Giordan Góes, autora do livro
     Vivendo Sem medo de Ter Medo. E o que aconteceria se
     seguíssemos com o medo involuntário mas deixássemos
     de ter o medo imaginário? Pois é, também não seríamos
25 muita coisa.
          O medo é um conceito fundamental para Freud, o
     pai da psicanálise. Segundo ele, é o medo da castração,
     de ser ridicularizado ou menos amado, que faz os
     homens lutarem por objetivos e se submeterem a provas
30 sexuais e sociais. Sem medo, poderíamos ficar sem
     motivação de competir, inovar, ser melhor que o vizinho.
     Pior: viveríamos num caos danado, já que o medo de ser
     culpado e castigado é raiz para instituições e religiões.
     "Nunca uma civilização concedeu tanto peso à culpa e
35 ao arrependimento quanto o cristianismo", afirma o historiador
     francês Jean Delumeau, autor do livro História do
     Medo no Ocidente.
          "O medo se reproduz na forma da autoridade física
     e espiritual", afirma a psicanalista Cleide Monteiro. "Ele
40 está na base de instituições que podem ser opressoras,
     mas fazem a sociedade andar para a frente longe de
     barbáries." Para a psicanálise, funciona assim: quando
     eu reconheço em mim a possibilidade de fazer mal a
     alguém, a enxergo também em você, então passo a temê-lo.
45 Para podermos conviver numa boa, criamos coisas
     superiores para temer, como a polícia e a religião. Sem o
     medo, não teríamos nada disso. Sairíamos direto na faca.
    
NARLOCK, Leandro. Revista Superinteressante. (adaptado).
O texto NÃO apresenta a idéia de que o medo:
Alternativas
Q9490 Português
Texto I
E SE...não tivéssemos medo?

          Quem diria: aquele frio na espinha na hora de pular
     do trampolim é essencial para a nossa vida. O medo
     acaba com a gente quando estamos vendo um filme de
     terror ou tentando pular na piscina, mas, sem ele, não
5   seríamos nada, coisa nenhuma. Na ausência do medo,
     não teríamos nenhuma reação em situações de perigo,
     como a aproximação de mastodonte na idade do gelo ou
     quando o carro vai dar de cara no poste. Essa proteção
     acontece involuntariamente: a sensação de temor chega
10 antes às partes do cérebro que regem nossas ações
     involuntárias que ao córtex, a casca cerebral onde está o
     raciocínio.
          Além desse medo primordial, existe o medo
     criado pela mente. Afinal, não corremos risco iminente
15 de não perpetuar a espécie quando gaguejamos diante
     de uma possível paquera, ao tentar pedir aumento para o
     chefe ou quando construímos muralhas e bombas atômicas.
     Pelo contrário. "O medo de ser ridicularizado ou
     menos amado pelo outro é a fonte de neuroses e fobias
20 sociais, mas está presente em todas as pessoas", diz a
     psicóloga Maria Tereza Giordan Góes, autora do livro
     Vivendo Sem medo de Ter Medo. E o que aconteceria se
     seguíssemos com o medo involuntário mas deixássemos
     de ter o medo imaginário? Pois é, também não seríamos
25 muita coisa.
          O medo é um conceito fundamental para Freud, o
     pai da psicanálise. Segundo ele, é o medo da castração,
     de ser ridicularizado ou menos amado, que faz os
     homens lutarem por objetivos e se submeterem a provas
30 sexuais e sociais. Sem medo, poderíamos ficar sem
     motivação de competir, inovar, ser melhor que o vizinho.
     Pior: viveríamos num caos danado, já que o medo de ser
     culpado e castigado é raiz para instituições e religiões.
     "Nunca uma civilização concedeu tanto peso à culpa e
35 ao arrependimento quanto o cristianismo", afirma o historiador
     francês Jean Delumeau, autor do livro História do
     Medo no Ocidente.
          "O medo se reproduz na forma da autoridade física
     e espiritual", afirma a psicanalista Cleide Monteiro. "Ele
40 está na base de instituições que podem ser opressoras,
     mas fazem a sociedade andar para a frente longe de
     barbáries." Para a psicanálise, funciona assim: quando
     eu reconheço em mim a possibilidade de fazer mal a
     alguém, a enxergo também em você, então passo a temê-lo.
45 Para podermos conviver numa boa, criamos coisas
     superiores para temer, como a polícia e a religião. Sem o
     medo, não teríamos nada disso. Sairíamos direto na faca.
    
NARLOCK, Leandro. Revista Superinteressante. (adaptado).
No primeiro período do texto, o que está sendo focalizado especificamente é(são):
Alternativas
Respostas
1: D
2: A
3: A
4: E
5: B