Segundo o texto, a imperiosa necessidade de consumo da sociedade atual é gerada mais pelos próprios consumidores que pela indústria, como a do camping, por exemplo, que "não poderia obrigar as pessoas a comprar barracas e motor homes, além de inúmeros utensílios auxiliares, se algo nas pessoas não ansiasse por isso" (L.26-27).
O "sistema funcional" (L.23) que liga as necessidades pessoais à liberdade coercitiva refere-se à funcionalização, à institucionalização e à reprodução do desejo das pessoas pela indústria e pelo comércio.
O "tempo livre" torna-se "paródia" (L.16) de si mesmo porque 'as condições de não-liberdade' (L.13) das relações de produção no mundo do trabalho estão presentes nele.
No desenvolvimento da argumentação, o emprego de "Até" (L.5) enfatiza que o tempo para outras atividades, além das citadas, foi diminuindo, exceto o tempo para o trabalho.
A diferença existente entre "tempo livre" e "tempo não-livre" é a mesma que distingue as pessoas que estão "convictas de que agem por vontade própria" (L.12) daquelas "pessoas não-livres" (L.19-20) que desconhecem a "sua não-liberdade em si mesma" (L.20).