Questões da Prova FCC - 2010 - TRF - 4ª REGIÃO - Analista Judiciário - Taquigrafia

Foram encontradas 6 questões

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Q69323 Português
Atente para as seguintes afirmações:

I. Fui encarregado de redigir um relatório.

II. Esse relatório está sendo aguardado com grande expectativa.

III. Dependendo do que nele se relatar, o diretor será destituído.

Essas afirmações organizam-se com clareza e correção no seguinte período:
Alternativas
Q69316 Português
A mulher pobre que chega ao caixa de um banco e não
consegue fazer entender sua situação - ela deve pagar uma
fatura de cartão de crédito que lhe foi enviado sem que pedisse,
e que jamais utilizou - é um exemplo corriqueiro do poder das
palavras e da fragilidade de quem não as domina. A mulher
acabará sendo despachada, sem resolver seu problema, pela
impaciência do bancário e de todos os que estão na fila. Duas
carências na mesma pessoa: a de recursos econômicos e a de
linguagem. Nem o conforto de um status prestigiado, nem a
desenvoltura argumentativa de um discurso.
Graciliano Ramos, no romance Vidas secas, tratou a
fundo dessa questão: suas personagens, desamparados retirantes
nordestinos, lutam contra as privações básicas: a de água, a
de comida... e a de linguagem. O narrador desse romance é um
escritor ultraconsciente de seu ofício: sabe que muito da nossa
identidade profunda e da nossa identificação social guarda uma
relação direta com o domínio que temos ou deixamos de ter das
palavras. Não há, para Graciliano, neutralidade em qualquer
discurso: um falante carrega consigo o prestígio ou a humilhação
do que é ou não é capaz de articular.
Nas escolas, o ensino da língua não pode deixar de
considerar essa intersecção entre linguagem e poder. O professor,
bem armado com sua refinada metalinguagem, pode,
evidentemente, reconhecer que há uma específica suficiência
na comunicação que os alunos já trazem consigo; mas terá ele
o direito de não prepará-los para um máximo de competência,
que inclui não apenas uma plena exploração funcional da
língua, mas também o acesso à sua mais alta representação,
que está na literatura?
(Juvenal Mesquita, inédito)
(...) um falante carrega consigo o prestígio ou a humilhação do que é ou não é capaz de articular.

A clareza, a correção formal e o conteúdo básico da frase acima não sofrem prejuízo nesta outra construção:
Alternativas
Q69312 Português
A literatura é necessária à política quando ela dá voz
àquilo que não tem voz, quando dá um nome àquilo que ainda
não tem um nome, e especialmente àquilo que a linguagem política
exclui ou tenta excluir. Refiro-me, pois, aos aspectos, situações,
linguagens tanto do mundo exterior como do mundo
interior; às tendências reprimidas no indivíduo e na sociedade.
A literatura é como um ouvido que pode escutar além daquela
linguagem que a política entende; é como um olho que pode ver
além da escala cromática que a política percebe. Ao escritor,
precisamente por causa do individualismo solitário do seu trabalho,
pode acontecer explorar regiões que ninguém explorou
antes, dentro ou fora de si; fazer descobertas que cedo ou tarde
resultarão em campos essenciais para a consciência coletiva.
Essa ainda é uma utilidade muito indireta, não intencional,
casual. O escritor segue o seu caminho, e o acaso ou as
determinações sociais e psicológicas levam-no a descobrir alguma
coisa que pode se tornar importante também para a ação
política e social.
Mas há também, acredito eu, outro tipo de influência,
não sei se mais direta, mas decerto mais intencional por parte
da literatura, isto é, a capacidade de impor modelos de linguagem,
de visão, de imaginação, de trabalho mental, de correlação
dos fatos, em suma, a criação (e por criação entendo
organização e escolha) daquele gênero de valores modelares
que são a um tempo estéticos e éticos, essenciais em todo
projeto de ação, especialmente na vida política.
Se outrora a literatura era vista como espelho do mundo,
ou como uma expressão direta dos sentimentos, agora nós não
conseguimos mais esquecer que os livros são feitos de palavras,
de signos, de procedimentos de construção; não podemos
esquecer que o que os livros comunicam por vezes permanece
inconsciente para o próprio autor, que em todo livro há uma
parte que é do autor e uma parte que é obra anônima e coletiva.
(Adaptado de Ítalo Calvino, Assunto encerrado)
Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase:
Alternativas
Q69311 Português
A literatura é necessária à política quando ela dá voz
àquilo que não tem voz, quando dá um nome àquilo que ainda
não tem um nome, e especialmente àquilo que a linguagem política
exclui ou tenta excluir. Refiro-me, pois, aos aspectos, situações,
linguagens tanto do mundo exterior como do mundo
interior; às tendências reprimidas no indivíduo e na sociedade.
A literatura é como um ouvido que pode escutar além daquela
linguagem que a política entende; é como um olho que pode ver
além da escala cromática que a política percebe. Ao escritor,
precisamente por causa do individualismo solitário do seu trabalho,
pode acontecer explorar regiões que ninguém explorou
antes, dentro ou fora de si; fazer descobertas que cedo ou tarde
resultarão em campos essenciais para a consciência coletiva.
Essa ainda é uma utilidade muito indireta, não intencional,
casual. O escritor segue o seu caminho, e o acaso ou as
determinações sociais e psicológicas levam-no a descobrir alguma
coisa que pode se tornar importante também para a ação
política e social.
Mas há também, acredito eu, outro tipo de influência,
não sei se mais direta, mas decerto mais intencional por parte
da literatura, isto é, a capacidade de impor modelos de linguagem,
de visão, de imaginação, de trabalho mental, de correlação
dos fatos, em suma, a criação (e por criação entendo
organização e escolha) daquele gênero de valores modelares
que são a um tempo estéticos e éticos, essenciais em todo
projeto de ação, especialmente na vida política.
Se outrora a literatura era vista como espelho do mundo,
ou como uma expressão direta dos sentimentos, agora nós não
conseguimos mais esquecer que os livros são feitos de palavras,
de signos, de procedimentos de construção; não podemos
esquecer que o que os livros comunicam por vezes permanece
inconsciente para o próprio autor, que em todo livro há uma
parte que é do autor e uma parte que é obra anônima e coletiva.
(Adaptado de Ítalo Calvino, Assunto encerrado)
Está plenamente adequada a pontuação da frase:
Alternativas
Q69310 Português
A literatura é necessária à política quando ela dá voz
àquilo que não tem voz, quando dá um nome àquilo que ainda
não tem um nome, e especialmente àquilo que a linguagem política
exclui ou tenta excluir. Refiro-me, pois, aos aspectos, situações,
linguagens tanto do mundo exterior como do mundo
interior; às tendências reprimidas no indivíduo e na sociedade.
A literatura é como um ouvido que pode escutar além daquela
linguagem que a política entende; é como um olho que pode ver
além da escala cromática que a política percebe. Ao escritor,
precisamente por causa do individualismo solitário do seu trabalho,
pode acontecer explorar regiões que ninguém explorou
antes, dentro ou fora de si; fazer descobertas que cedo ou tarde
resultarão em campos essenciais para a consciência coletiva.
Essa ainda é uma utilidade muito indireta, não intencional,
casual. O escritor segue o seu caminho, e o acaso ou as
determinações sociais e psicológicas levam-no a descobrir alguma
coisa que pode se tornar importante também para a ação
política e social.
Mas há também, acredito eu, outro tipo de influência,
não sei se mais direta, mas decerto mais intencional por parte
da literatura, isto é, a capacidade de impor modelos de linguagem,
de visão, de imaginação, de trabalho mental, de correlação
dos fatos, em suma, a criação (e por criação entendo
organização e escolha) daquele gênero de valores modelares
que são a um tempo estéticos e éticos, essenciais em todo
projeto de ação, especialmente na vida política.
Se outrora a literatura era vista como espelho do mundo,
ou como uma expressão direta dos sentimentos, agora nós não
conseguimos mais esquecer que os livros são feitos de palavras,
de signos, de procedimentos de construção; não podemos
esquecer que o que os livros comunicam por vezes permanece
inconsciente para o próprio autor, que em todo livro há uma
parte que é do autor e uma parte que é obra anônima e coletiva.
(Adaptado de Ítalo Calvino, Assunto encerrado)
Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:
Alternativas
Respostas
1: E
2: D
3: C
4: B
5: D