Questões da Prova NC-UFPR - 2009 - UEGA - Advogado Júnior

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Ano: 2009 Banca: NC-UFPR Órgão: UEGA Prova: NC-UFPR - 2009 - UEGA - Advogado Júnior |
Q95214 Português
O texto a seguir é referência para as questões objetivas 36 a 40 e para a questão discursiva 01.


O desenvolvimento

Há um núcleo forte no processo de desenvolvimento econômico que transcende qualquer ideologia. É dominado mais pelos
princípios da termodinâmica do que da economia. Trata-se de um processo em que parte da população que pode e deseja
trabalhar (força de trabalho) aplica sua energia ao estoque de capital existente (fábricas e infraestrutura, resultados do trabalho
“cristalizado” do passado), para gerar bens e serviços (PIB). Uma vez produzido o PIB, este é reconduzido ao processo produtivo
como consumo (que volta para a população) ou como investimento (igual à poupança que, por definição, é o que não foi
consumido) para repor o estoque de capital utilizado no processo produtivo (depreciação) e aumentá-lo.
No gráfico, as bolinhas com números indicam cinco nós que determinam a qualidade, a velocidade e a natureza do
crescimento econômico. Ele sugere também o dinamismo do processo: o comportamento atual determina o resultado futuro. A
bolinha de número 1 indica o capital humano: a quantidade da população aplicada ao estoque de capital físico. A de número 2 é
crítica: revela a quantidade de PIB produzido por unidade do estoque de capital, sobre o qual se aplicou a energia da força de
trabalho, condicionada pela organização da sociedade (instituições) e pela tecnologia. Ela representa a produtividade do conjunto
desses fatores, sintetizados na chamada relação produto/capital.
A de número 3 é de natureza diferente: não tem caráter técnico e não está sujeita às leis da termodinâmica. Determina, por
meio do sufrágio universal, como se dividirá o PIB entre o consumo e o investimento. No passado, isso foi feito pelos “usos e
costumes”, pelo soba* ou pelo déspota esclarecido. Nos regimes de democracia liberal, a divisão é controlada por decisões da
própria população, que periodicamente escolhe nas urnas o governo que lhe parece atenderá às suas aspirações. É uma decisão
política com amplas consequências econômicas. A bolinha de número 4 mostra a recondução de parte do que não foi consumido
ao estoque de capital. É a chamada taxa de investimento em relação ao PIB. A de número 5 mostra a apropriação do PIB pela
sociedade para seu consumo, o que determina a qualidade de vida (saúde, moradia e educação).
O sistema é fechado sobre si mesmo. Algumas simplificações e a álgebra elementar mostram que a taxa de crescimento do
PIB é determinada pela multiplicação da relação produto/capital pela relação investimento/PIB. Não há, pois, escapatória: sem o
aumento da produtividade, o maior consumo presente implica menos investimento presente, menor aumento do estoque de capital
e, portanto, menor aumento do consumo no futuro. Sem o aumento da relação produto/capital há efetiva e real contradição entre o
desejo de crescer mais depressa (desenvolvimento econômico) e o desejo de consumir mais depressa (desenvolvimento social). É
este o dilema que a sociedade enfrenta politicamente nas urnas, quando escolhe o governo.


Imagem 012.jpg

Ao economista (e cidadão com um voto), cabe apenas alertar a sociedade para as consequências futuras da escolha que
faz no presente e não lhe impor a sua “ciência”. Estabelecido que todos queremos liberdade individual (perfeitamente compatível
com a maximização do crescimento, mas não inteiramente com a redução das desigualdades), cabe à sociedade decidir como
deseja acomodar as possíveis taxas de crescimento com as possíveis reduções da taxa de desigualdade. E cabe a ela, também, a
responsabilidade pelo custo, no futuro, de tais decisões.
A função de preferência do economista provavelmente daria peso de 0,99 ao crescimento e de 0,01 à redução da
desigualdade, o que informaria a política econômica ótima se ele fosse o déspota esclarecido. Se, entretanto, a sociedade por
meio da urna revela dar peso 0,5 ao crescimento e peso 0,5 à redução da desigualdade, a obrigação do economista é sugerir ao
governo a política ótima para realizar a preferência revelada e apontar suas possíveis consequências para o futuro, caso não seja
acompanhada por um aumento da produtividade.

(DELFIM NETTO, Antônio. “O desenvolvimento”. Carta Capital, 22 abr. 2009, p. 15.)

*Soba: Indivíduo que, em condição de superioridade econômica ou política, exerce domínio sobre a população.

As alternativas a seguir apresentam reformulações da frase:

“Não há, pois, escapatória: sem o aumento da produtividade, o maior consumo presente implica menos investimento presente, menor aumento do estoque de capital e, portanto, menor aumento do consumo no futuro.”

Assinale a alternativa que mantém as relações de sentido da frase original.

Alternativas
Ano: 2009 Banca: NC-UFPR Órgão: UEGA Prova: NC-UFPR - 2009 - UEGA - Advogado Júnior |
Q95213 Português
O texto a seguir é referência para as questões objetivas 36 a 40 e para a questão discursiva 01.


O desenvolvimento

Há um núcleo forte no processo de desenvolvimento econômico que transcende qualquer ideologia. É dominado mais pelos
princípios da termodinâmica do que da economia. Trata-se de um processo em que parte da população que pode e deseja
trabalhar (força de trabalho) aplica sua energia ao estoque de capital existente (fábricas e infraestrutura, resultados do trabalho
“cristalizado” do passado), para gerar bens e serviços (PIB). Uma vez produzido o PIB, este é reconduzido ao processo produtivo
como consumo (que volta para a população) ou como investimento (igual à poupança que, por definição, é o que não foi
consumido) para repor o estoque de capital utilizado no processo produtivo (depreciação) e aumentá-lo.
No gráfico, as bolinhas com números indicam cinco nós que determinam a qualidade, a velocidade e a natureza do
crescimento econômico. Ele sugere também o dinamismo do processo: o comportamento atual determina o resultado futuro. A
bolinha de número 1 indica o capital humano: a quantidade da população aplicada ao estoque de capital físico. A de número 2 é
crítica: revela a quantidade de PIB produzido por unidade do estoque de capital, sobre o qual se aplicou a energia da força de
trabalho, condicionada pela organização da sociedade (instituições) e pela tecnologia. Ela representa a produtividade do conjunto
desses fatores, sintetizados na chamada relação produto/capital.
A de número 3 é de natureza diferente: não tem caráter técnico e não está sujeita às leis da termodinâmica. Determina, por
meio do sufrágio universal, como se dividirá o PIB entre o consumo e o investimento. No passado, isso foi feito pelos “usos e
costumes”, pelo soba* ou pelo déspota esclarecido. Nos regimes de democracia liberal, a divisão é controlada por decisões da
própria população, que periodicamente escolhe nas urnas o governo que lhe parece atenderá às suas aspirações. É uma decisão
política com amplas consequências econômicas. A bolinha de número 4 mostra a recondução de parte do que não foi consumido
ao estoque de capital. É a chamada taxa de investimento em relação ao PIB. A de número 5 mostra a apropriação do PIB pela
sociedade para seu consumo, o que determina a qualidade de vida (saúde, moradia e educação).
O sistema é fechado sobre si mesmo. Algumas simplificações e a álgebra elementar mostram que a taxa de crescimento do
PIB é determinada pela multiplicação da relação produto/capital pela relação investimento/PIB. Não há, pois, escapatória: sem o
aumento da produtividade, o maior consumo presente implica menos investimento presente, menor aumento do estoque de capital
e, portanto, menor aumento do consumo no futuro. Sem o aumento da relação produto/capital há efetiva e real contradição entre o
desejo de crescer mais depressa (desenvolvimento econômico) e o desejo de consumir mais depressa (desenvolvimento social). É
este o dilema que a sociedade enfrenta politicamente nas urnas, quando escolhe o governo.


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Ao economista (e cidadão com um voto), cabe apenas alertar a sociedade para as consequências futuras da escolha que
faz no presente e não lhe impor a sua “ciência”. Estabelecido que todos queremos liberdade individual (perfeitamente compatível
com a maximização do crescimento, mas não inteiramente com a redução das desigualdades), cabe à sociedade decidir como
deseja acomodar as possíveis taxas de crescimento com as possíveis reduções da taxa de desigualdade. E cabe a ela, também, a
responsabilidade pelo custo, no futuro, de tais decisões.
A função de preferência do economista provavelmente daria peso de 0,99 ao crescimento e de 0,01 à redução da
desigualdade, o que informaria a política econômica ótima se ele fosse o déspota esclarecido. Se, entretanto, a sociedade por
meio da urna revela dar peso 0,5 ao crescimento e peso 0,5 à redução da desigualdade, a obrigação do economista é sugerir ao
governo a política ótima para realizar a preferência revelada e apontar suas possíveis consequências para o futuro, caso não seja
acompanhada por um aumento da produtividade.

(DELFIM NETTO, Antônio. “O desenvolvimento”. Carta Capital, 22 abr. 2009, p. 15.)

*Soba: Indivíduo que, em condição de superioridade econômica ou política, exerce domínio sobre a população.

Segundo o texto, as orientações dos economistas aos governantes têm como prioridades:
Alternativas
Ano: 2009 Banca: NC-UFPR Órgão: UEGA Prova: NC-UFPR - 2009 - UEGA - Advogado Júnior |
Q95212 Português
O texto a seguir é referência para as questões objetivas 36 a 40 e para a questão discursiva 01.


O desenvolvimento

Há um núcleo forte no processo de desenvolvimento econômico que transcende qualquer ideologia. É dominado mais pelos
princípios da termodinâmica do que da economia. Trata-se de um processo em que parte da população que pode e deseja
trabalhar (força de trabalho) aplica sua energia ao estoque de capital existente (fábricas e infraestrutura, resultados do trabalho
“cristalizado” do passado), para gerar bens e serviços (PIB). Uma vez produzido o PIB, este é reconduzido ao processo produtivo
como consumo (que volta para a população) ou como investimento (igual à poupança que, por definição, é o que não foi
consumido) para repor o estoque de capital utilizado no processo produtivo (depreciação) e aumentá-lo.
No gráfico, as bolinhas com números indicam cinco nós que determinam a qualidade, a velocidade e a natureza do
crescimento econômico. Ele sugere também o dinamismo do processo: o comportamento atual determina o resultado futuro. A
bolinha de número 1 indica o capital humano: a quantidade da população aplicada ao estoque de capital físico. A de número 2 é
crítica: revela a quantidade de PIB produzido por unidade do estoque de capital, sobre o qual se aplicou a energia da força de
trabalho, condicionada pela organização da sociedade (instituições) e pela tecnologia. Ela representa a produtividade do conjunto
desses fatores, sintetizados na chamada relação produto/capital.
A de número 3 é de natureza diferente: não tem caráter técnico e não está sujeita às leis da termodinâmica. Determina, por
meio do sufrágio universal, como se dividirá o PIB entre o consumo e o investimento. No passado, isso foi feito pelos “usos e
costumes”, pelo soba* ou pelo déspota esclarecido. Nos regimes de democracia liberal, a divisão é controlada por decisões da
própria população, que periodicamente escolhe nas urnas o governo que lhe parece atenderá às suas aspirações. É uma decisão
política com amplas consequências econômicas. A bolinha de número 4 mostra a recondução de parte do que não foi consumido
ao estoque de capital. É a chamada taxa de investimento em relação ao PIB. A de número 5 mostra a apropriação do PIB pela
sociedade para seu consumo, o que determina a qualidade de vida (saúde, moradia e educação).
O sistema é fechado sobre si mesmo. Algumas simplificações e a álgebra elementar mostram que a taxa de crescimento do
PIB é determinada pela multiplicação da relação produto/capital pela relação investimento/PIB. Não há, pois, escapatória: sem o
aumento da produtividade, o maior consumo presente implica menos investimento presente, menor aumento do estoque de capital
e, portanto, menor aumento do consumo no futuro. Sem o aumento da relação produto/capital há efetiva e real contradição entre o
desejo de crescer mais depressa (desenvolvimento econômico) e o desejo de consumir mais depressa (desenvolvimento social). É
este o dilema que a sociedade enfrenta politicamente nas urnas, quando escolhe o governo.


Imagem 012.jpg

Ao economista (e cidadão com um voto), cabe apenas alertar a sociedade para as consequências futuras da escolha que
faz no presente e não lhe impor a sua “ciência”. Estabelecido que todos queremos liberdade individual (perfeitamente compatível
com a maximização do crescimento, mas não inteiramente com a redução das desigualdades), cabe à sociedade decidir como
deseja acomodar as possíveis taxas de crescimento com as possíveis reduções da taxa de desigualdade. E cabe a ela, também, a
responsabilidade pelo custo, no futuro, de tais decisões.
A função de preferência do economista provavelmente daria peso de 0,99 ao crescimento e de 0,01 à redução da
desigualdade, o que informaria a política econômica ótima se ele fosse o déspota esclarecido. Se, entretanto, a sociedade por
meio da urna revela dar peso 0,5 ao crescimento e peso 0,5 à redução da desigualdade, a obrigação do economista é sugerir ao
governo a política ótima para realizar a preferência revelada e apontar suas possíveis consequências para o futuro, caso não seja
acompanhada por um aumento da produtividade.

(DELFIM NETTO, Antônio. “O desenvolvimento”. Carta Capital, 22 abr. 2009, p. 15.)

*Soba: Indivíduo que, em condição de superioridade econômica ou política, exerce domínio sobre a população.

A partir da análise feita pelo autor, relacione cada fator ao seu papel no desenvolvimento e numere a coluna da direita com base na informação da coluna da esquerda.

Imagem 013.jpg

Assinale a alternativa que apresenta a numeração correta da coluna da direita, de cima para baixo.
Alternativas
Ano: 2009 Banca: NC-UFPR Órgão: UEGA Prova: NC-UFPR - 2009 - UEGA - Advogado Júnior |
Q95211 Português
O texto a seguir é referência para as questões objetivas 36 a 40 e para a questão discursiva 01.


O desenvolvimento

Há um núcleo forte no processo de desenvolvimento econômico que transcende qualquer ideologia. É dominado mais pelos
princípios da termodinâmica do que da economia. Trata-se de um processo em que parte da população que pode e deseja
trabalhar (força de trabalho) aplica sua energia ao estoque de capital existente (fábricas e infraestrutura, resultados do trabalho
“cristalizado” do passado), para gerar bens e serviços (PIB). Uma vez produzido o PIB, este é reconduzido ao processo produtivo
como consumo (que volta para a população) ou como investimento (igual à poupança que, por definição, é o que não foi
consumido) para repor o estoque de capital utilizado no processo produtivo (depreciação) e aumentá-lo.
No gráfico, as bolinhas com números indicam cinco nós que determinam a qualidade, a velocidade e a natureza do
crescimento econômico. Ele sugere também o dinamismo do processo: o comportamento atual determina o resultado futuro. A
bolinha de número 1 indica o capital humano: a quantidade da população aplicada ao estoque de capital físico. A de número 2 é
crítica: revela a quantidade de PIB produzido por unidade do estoque de capital, sobre o qual se aplicou a energia da força de
trabalho, condicionada pela organização da sociedade (instituições) e pela tecnologia. Ela representa a produtividade do conjunto
desses fatores, sintetizados na chamada relação produto/capital.
A de número 3 é de natureza diferente: não tem caráter técnico e não está sujeita às leis da termodinâmica. Determina, por
meio do sufrágio universal, como se dividirá o PIB entre o consumo e o investimento. No passado, isso foi feito pelos “usos e
costumes”, pelo soba* ou pelo déspota esclarecido. Nos regimes de democracia liberal, a divisão é controlada por decisões da
própria população, que periodicamente escolhe nas urnas o governo que lhe parece atenderá às suas aspirações. É uma decisão
política com amplas consequências econômicas. A bolinha de número 4 mostra a recondução de parte do que não foi consumido
ao estoque de capital. É a chamada taxa de investimento em relação ao PIB. A de número 5 mostra a apropriação do PIB pela
sociedade para seu consumo, o que determina a qualidade de vida (saúde, moradia e educação).
O sistema é fechado sobre si mesmo. Algumas simplificações e a álgebra elementar mostram que a taxa de crescimento do
PIB é determinada pela multiplicação da relação produto/capital pela relação investimento/PIB. Não há, pois, escapatória: sem o
aumento da produtividade, o maior consumo presente implica menos investimento presente, menor aumento do estoque de capital
e, portanto, menor aumento do consumo no futuro. Sem o aumento da relação produto/capital há efetiva e real contradição entre o
desejo de crescer mais depressa (desenvolvimento econômico) e o desejo de consumir mais depressa (desenvolvimento social). É
este o dilema que a sociedade enfrenta politicamente nas urnas, quando escolhe o governo.


Imagem 012.jpg

Ao economista (e cidadão com um voto), cabe apenas alertar a sociedade para as consequências futuras da escolha que
faz no presente e não lhe impor a sua “ciência”. Estabelecido que todos queremos liberdade individual (perfeitamente compatível
com a maximização do crescimento, mas não inteiramente com a redução das desigualdades), cabe à sociedade decidir como
deseja acomodar as possíveis taxas de crescimento com as possíveis reduções da taxa de desigualdade. E cabe a ela, também, a
responsabilidade pelo custo, no futuro, de tais decisões.
A função de preferência do economista provavelmente daria peso de 0,99 ao crescimento e de 0,01 à redução da
desigualdade, o que informaria a política econômica ótima se ele fosse o déspota esclarecido. Se, entretanto, a sociedade por
meio da urna revela dar peso 0,5 ao crescimento e peso 0,5 à redução da desigualdade, a obrigação do economista é sugerir ao
governo a política ótima para realizar a preferência revelada e apontar suas possíveis consequências para o futuro, caso não seja
acompanhada por um aumento da produtividade.

(DELFIM NETTO, Antônio. “O desenvolvimento”. Carta Capital, 22 abr. 2009, p. 15.)

*Soba: Indivíduo que, em condição de superioridade econômica ou política, exerce domínio sobre a população.

Indique a alternativa que expressa o ponto de vista de Delfim Netto sobre a relação entre consumo e crescimento.
Alternativas
Ano: 2009 Banca: NC-UFPR Órgão: UEGA Prova: NC-UFPR - 2009 - UEGA - Advogado Júnior |
Q95210 Português
O texto a seguir é referência para as questões objetivas 36 a 40 e para a questão discursiva 01.


O desenvolvimento

Há um núcleo forte no processo de desenvolvimento econômico que transcende qualquer ideologia. É dominado mais pelos
princípios da termodinâmica do que da economia. Trata-se de um processo em que parte da população que pode e deseja
trabalhar (força de trabalho) aplica sua energia ao estoque de capital existente (fábricas e infraestrutura, resultados do trabalho
“cristalizado” do passado), para gerar bens e serviços (PIB). Uma vez produzido o PIB, este é reconduzido ao processo produtivo
como consumo (que volta para a população) ou como investimento (igual à poupança que, por definição, é o que não foi
consumido) para repor o estoque de capital utilizado no processo produtivo (depreciação) e aumentá-lo.
No gráfico, as bolinhas com números indicam cinco nós que determinam a qualidade, a velocidade e a natureza do
crescimento econômico. Ele sugere também o dinamismo do processo: o comportamento atual determina o resultado futuro. A
bolinha de número 1 indica o capital humano: a quantidade da população aplicada ao estoque de capital físico. A de número 2 é
crítica: revela a quantidade de PIB produzido por unidade do estoque de capital, sobre o qual se aplicou a energia da força de
trabalho, condicionada pela organização da sociedade (instituições) e pela tecnologia. Ela representa a produtividade do conjunto
desses fatores, sintetizados na chamada relação produto/capital.
A de número 3 é de natureza diferente: não tem caráter técnico e não está sujeita às leis da termodinâmica. Determina, por
meio do sufrágio universal, como se dividirá o PIB entre o consumo e o investimento. No passado, isso foi feito pelos “usos e
costumes”, pelo soba* ou pelo déspota esclarecido. Nos regimes de democracia liberal, a divisão é controlada por decisões da
própria população, que periodicamente escolhe nas urnas o governo que lhe parece atenderá às suas aspirações. É uma decisão
política com amplas consequências econômicas. A bolinha de número 4 mostra a recondução de parte do que não foi consumido
ao estoque de capital. É a chamada taxa de investimento em relação ao PIB. A de número 5 mostra a apropriação do PIB pela
sociedade para seu consumo, o que determina a qualidade de vida (saúde, moradia e educação).
O sistema é fechado sobre si mesmo. Algumas simplificações e a álgebra elementar mostram que a taxa de crescimento do
PIB é determinada pela multiplicação da relação produto/capital pela relação investimento/PIB. Não há, pois, escapatória: sem o
aumento da produtividade, o maior consumo presente implica menos investimento presente, menor aumento do estoque de capital
e, portanto, menor aumento do consumo no futuro. Sem o aumento da relação produto/capital há efetiva e real contradição entre o
desejo de crescer mais depressa (desenvolvimento econômico) e o desejo de consumir mais depressa (desenvolvimento social). É
este o dilema que a sociedade enfrenta politicamente nas urnas, quando escolhe o governo.


Imagem 012.jpg

Ao economista (e cidadão com um voto), cabe apenas alertar a sociedade para as consequências futuras da escolha que
faz no presente e não lhe impor a sua “ciência”. Estabelecido que todos queremos liberdade individual (perfeitamente compatível
com a maximização do crescimento, mas não inteiramente com a redução das desigualdades), cabe à sociedade decidir como
deseja acomodar as possíveis taxas de crescimento com as possíveis reduções da taxa de desigualdade. E cabe a ela, também, a
responsabilidade pelo custo, no futuro, de tais decisões.
A função de preferência do economista provavelmente daria peso de 0,99 ao crescimento e de 0,01 à redução da
desigualdade, o que informaria a política econômica ótima se ele fosse o déspota esclarecido. Se, entretanto, a sociedade por
meio da urna revela dar peso 0,5 ao crescimento e peso 0,5 à redução da desigualdade, a obrigação do economista é sugerir ao
governo a política ótima para realizar a preferência revelada e apontar suas possíveis consequências para o futuro, caso não seja
acompanhada por um aumento da produtividade.

(DELFIM NETTO, Antônio. “O desenvolvimento”. Carta Capital, 22 abr. 2009, p. 15.)

*Soba: Indivíduo que, em condição de superioridade econômica ou política, exerce domínio sobre a população.

Segundo o texto, o fator mais relevante para impulsionar o desenvolvimento de um país é:
Alternativas
Respostas
1: A
2: C
3: E
4: D
5: B