Questões de Concurso Público PC-SP 2022 para Investigador de Polícia
Foram encontradas 4 questões
Q1946464
Português
Texto associado
Leia o texto, para responder à questão.
Ir ao mesmo lugar
Como sempre dizemos, estamos vivendo amplamente
realidades virtuais. Conhecemos o mundo através da televisão, que muitas vezes não o retrata tal como é, mas trata
de reconstruí-lo ou até de construí-lo novamente. Cada vez
mais, vemos apenas simulacros da realidade.
Contudo, hoje as pessoas começaram a viajar como nunca antes. Cada vez mais gente, cujos pais foram no máximo a
uma cidade vizinha, declara que visitou lugares com os quais
eu, viajante compulsivo, ou melhor, profissional, ainda me limito a sonhar. Não deveríamos, portanto, ver esta paixão turística como uma forma de fugir da realidade virtual para ver
“a própria coisa”? O turismo representa para muitos um modo
de se reapropriar do mundo. Só que antes a experiência da
viagem era decisiva, voltávamos diferentes do que éramos
ao partir, enquanto agora só se encontra gente que volta sem
ter sido tocada minimamente pela fascinação do Outro Lugar.
Talvez isso aconteça porque hoje os locais de peregrinação real fazem o possível para ficarem parecidos com os locais de peregrinação virtual. Tudo que o local turístico deseja
é ficar igual à sua própria imagem glamorizada pela mídia.
Ocorre também que todos os lugares tendem a se parecer e dessa vez a globalização tem tudo a ver com a história.
Penso em alguns lugares mágicos de Paris, onde pouco a
pouco estão desaparecendo os velhos restaurantes, as livrarias à meia-luz, as lojinhas dos velhos artesãos, substituídos
por lojas de estilistas internacionais, que por sua vez são as
mesmas que podemos encontrar na em Nova York, em Londres, em Milão. As principais ruas das grandes cidades se parecem cada vez mais umas com as outras, além de exibirem
as mesmas lojas.
Quando tudo for igual a tudo, ninguém mais fará turismo para descobrir o mundo verdadeiro, mas para encontrar
sempre, onde quer que esteja, aquilo que já conhece e que
poderia ver perfeitamente ficando em casa diante da TV.
(Umberto Eco. Pape satàn aleppe: Crônicas de uma sociedade líquida.
Editora Record, Rio de Janeiro: 2017. Adaptado)
Considere a passagem do segundo parágrafo:
O turismo representa para muitos um modo de se reapropriar do mundo. Só que antes a experiência da viagem era decisiva, voltávamos diferentes do que éramos ao partir...
No contexto, a expressão destacada introduz uma oração que estabelece com a anterior relação cujo sentido é de
O turismo representa para muitos um modo de se reapropriar do mundo. Só que antes a experiência da viagem era decisiva, voltávamos diferentes do que éramos ao partir...
No contexto, a expressão destacada introduz uma oração que estabelece com a anterior relação cujo sentido é de
Q1946465
Português
Texto associado
Leia o texto, para responder à questão.
Ir ao mesmo lugar
Como sempre dizemos, estamos vivendo amplamente
realidades virtuais. Conhecemos o mundo através da televisão, que muitas vezes não o retrata tal como é, mas trata
de reconstruí-lo ou até de construí-lo novamente. Cada vez
mais, vemos apenas simulacros da realidade.
Contudo, hoje as pessoas começaram a viajar como nunca antes. Cada vez mais gente, cujos pais foram no máximo a
uma cidade vizinha, declara que visitou lugares com os quais
eu, viajante compulsivo, ou melhor, profissional, ainda me limito a sonhar. Não deveríamos, portanto, ver esta paixão turística como uma forma de fugir da realidade virtual para ver
“a própria coisa”? O turismo representa para muitos um modo
de se reapropriar do mundo. Só que antes a experiência da
viagem era decisiva, voltávamos diferentes do que éramos
ao partir, enquanto agora só se encontra gente que volta sem
ter sido tocada minimamente pela fascinação do Outro Lugar.
Talvez isso aconteça porque hoje os locais de peregrinação real fazem o possível para ficarem parecidos com os locais de peregrinação virtual. Tudo que o local turístico deseja
é ficar igual à sua própria imagem glamorizada pela mídia.
Ocorre também que todos os lugares tendem a se parecer e dessa vez a globalização tem tudo a ver com a história.
Penso em alguns lugares mágicos de Paris, onde pouco a
pouco estão desaparecendo os velhos restaurantes, as livrarias à meia-luz, as lojinhas dos velhos artesãos, substituídos
por lojas de estilistas internacionais, que por sua vez são as
mesmas que podemos encontrar na em Nova York, em Londres, em Milão. As principais ruas das grandes cidades se parecem cada vez mais umas com as outras, além de exibirem
as mesmas lojas.
Quando tudo for igual a tudo, ninguém mais fará turismo para descobrir o mundo verdadeiro, mas para encontrar
sempre, onde quer que esteja, aquilo que já conhece e que
poderia ver perfeitamente ficando em casa diante da TV.
(Umberto Eco. Pape satàn aleppe: Crônicas de uma sociedade líquida.
Editora Record, Rio de Janeiro: 2017. Adaptado)
A frase do segundo parágrafo – ... visitou lugares com os
quais eu (...) ainda me limito a sonhar. – permanece em
conformidade com a norma-padrão de regência verbal e
com sentido compatível ao do texto original com o verbo
destacado substituído por:
Q1946473
Português
Texto associado
Leia o texto, para responder à questão.
Um dia na vida de Adão e Eva
Para entender nossa natureza, nossa história e nossa
psicologia, devemos entrar na cabeça dos nossos ancestrais
caçadores-coletores.
O campo próspero da psicologia evolutiva afirma que
muitas de nossas características psicológicas e sociais do
presente foram moldadas durante essa longa era pré-agrícola. Ainda hoje, afirmam especialistas da área, nosso cérebro
e nossa mente são adaptados para uma vida de caça e coleta. Nossos hábitos alimentares e nossos conflitos são todos
consequência do modo como nossa mente de caçadores-
-coletores interage com o ambiente pós-industrial de nossos
dias, com megacidades, aviões, telefones e computadores.
Esse ambiente nos dá mais recursos materiais e vida mais
longa do que a desfrutada por qualquer geração anterior, mas
também nos faz sentir alienados, deprimidos e pressionados.
Para entender por quê, apontam os psicólogos evolutivos, precisamos nos aprofundar no mundo de caçadores-coletores que nos moldou, o mundo que, subconscientemente,
ainda habitamos.
Por que, por exemplo, as pessoas se regalam com alimentos altamente calóricos que tão pouco bem fazem a seus
corpos? Nas savanas e florestas que caçadores-coletores
habitavam, alimentos doces e calóricos eram extremamente
raros, e a comida em geral era escassa. Se uma mulher da
Idade da Pedra se deparasse com uma árvore repleta de figos, a coisa mais razoável a fazer era ingerir o máximo que
pudesse imediatamente, antes que um bando de babuínos
comesse tudo. Hoje, podemos morar em apartamentos com
geladeiras abarrotadas, mas nosso DNA ainda pensa que estamos em uma savana. É o que nos motiva a comer um pote
inteiro de sorvete.
(Yuval Noah Harari. Sapiens: uma breve história da humanidade.
34ª ed. – Porto Alegre, RS: L&PM, 2018. Excerto adaptado)
No trecho – Esse ambiente nos dá mais recursos materiais e vida mais longa do que a desfrutada por qualquer
geração anterior... –, estabelece-se uma relação por
Q1946475
Português
Texto associado
Leia o texto, para responder à questão.
Um dia na vida de Adão e Eva
Para entender nossa natureza, nossa história e nossa
psicologia, devemos entrar na cabeça dos nossos ancestrais
caçadores-coletores.
O campo próspero da psicologia evolutiva afirma que
muitas de nossas características psicológicas e sociais do
presente foram moldadas durante essa longa era pré-agrícola. Ainda hoje, afirmam especialistas da área, nosso cérebro
e nossa mente são adaptados para uma vida de caça e coleta. Nossos hábitos alimentares e nossos conflitos são todos
consequência do modo como nossa mente de caçadores-
-coletores interage com o ambiente pós-industrial de nossos
dias, com megacidades, aviões, telefones e computadores.
Esse ambiente nos dá mais recursos materiais e vida mais
longa do que a desfrutada por qualquer geração anterior, mas
também nos faz sentir alienados, deprimidos e pressionados.
Para entender por quê, apontam os psicólogos evolutivos, precisamos nos aprofundar no mundo de caçadores-coletores que nos moldou, o mundo que, subconscientemente,
ainda habitamos.
Por que, por exemplo, as pessoas se regalam com alimentos altamente calóricos que tão pouco bem fazem a seus
corpos? Nas savanas e florestas que caçadores-coletores
habitavam, alimentos doces e calóricos eram extremamente
raros, e a comida em geral era escassa. Se uma mulher da
Idade da Pedra se deparasse com uma árvore repleta de figos, a coisa mais razoável a fazer era ingerir o máximo que
pudesse imediatamente, antes que um bando de babuínos
comesse tudo. Hoje, podemos morar em apartamentos com
geladeiras abarrotadas, mas nosso DNA ainda pensa que estamos em uma savana. É o que nos motiva a comer um pote
inteiro de sorvete.
(Yuval Noah Harari. Sapiens: uma breve história da humanidade.
34ª ed. – Porto Alegre, RS: L&PM, 2018. Excerto adaptado)
Considere o seguinte trecho redigido a partir do texto:
Como os caçadores-coletores viviam em um ambiente em que ________ escassos os alimentos calóricos, ao encontrar algum fruto doce, ________ a ele com a avidez de quem tem a certeza de ser ________, além da pressa em ingerir rapidamente o alimento devido ao receio de surgirem concorrentes ________ a entrar em conflito pela iguaria.
Em conformidade com a norma-padrão de concordância verbal e nominal, as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente, com:
Como os caçadores-coletores viviam em um ambiente em que ________ escassos os alimentos calóricos, ao encontrar algum fruto doce, ________ a ele com a avidez de quem tem a certeza de ser ________, além da pressa em ingerir rapidamente o alimento devido ao receio de surgirem concorrentes ________ a entrar em conflito pela iguaria.
Em conformidade com a norma-padrão de concordância verbal e nominal, as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente, com: