Questões de Concurso Público SEAP-PR 2021 para Agente Profissional - Enfermeiro

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Q1785674 Português
    Antigamente a vida era outra aqui neste lugar onde o rio, dando areia, cobra-d’água inocente, e indo ao mar, dividia o campo em que os filhos de portugueses e da escravatura pisaram.
    Couro de pé roçando pele de flor. Mangas engordando, bambuzais rebentando vento, uma lagoa, um lago, um laguinho, amendoeiras, pés de jamelão e o bosque de Eucaliptos. Tudo isso do lado de lá. Do lado de cá, os morrinhos, casarões mal-assombrados, as hortas de Portugal Pequeno e boiada pra lá e pra cá na paz de quem não sabe da morte.
    Em diagonal, os braços do rio, desprendidos lá pela Taquara, cortavam o campo: o direito ao meio; o esquerdo, que hoje separa os Apês das casas e sobre o qual está a ponte por onde escoa o tráfego da principal rua do bairro, na parte de baixo. E, como o bom braço ao rio volta, o rio totalmente abraçado, ia ziguezagueando água, esse forasteiro que viaja parado, levando íris soltas em seu leito, deixando o coração bater em pedras, doando mililitros para os corpos que o ousaram, para as bocas que morderam seu dorso. Ria o rio, mas Busca-Pé bem sabia que todo rio nasce para morrer um dia. 
    Um dia essas terras foram cobertas de verde com carro de boi desafiando estradas de terra, gargantas de negros cantando samba duro, escavação de poços de água salobra, legumes e verduras enchendo caminhões, cobra alisando o mato, redes armadas nas águas. Aos domingos, jogo de futebol no campo do Paúra e bebedeira de vinho sob a luz das noites cheias.
    [...]
    Os dois filhos de portugueses tratavam das hortas de Portugal Pequeno nas terras herdadas. Sabiam que aquela região seria destinada à construção de um conjunto habitacional, mas não que as obras estavam para começar em tão pouco tempo.

(LINS, Paulo. Cidade de Deus. São Paulo.
Companhia das Letras, 2002. p.15)
O texto assume um caráter, predominantemente, descritivo e é marcado pelas impressões de um enunciador que:
Alternativas
Q1785675 Português
    Antigamente a vida era outra aqui neste lugar onde o rio, dando areia, cobra-d’água inocente, e indo ao mar, dividia o campo em que os filhos de portugueses e da escravatura pisaram.
    Couro de pé roçando pele de flor. Mangas engordando, bambuzais rebentando vento, uma lagoa, um lago, um laguinho, amendoeiras, pés de jamelão e o bosque de Eucaliptos. Tudo isso do lado de lá. Do lado de cá, os morrinhos, casarões mal-assombrados, as hortas de Portugal Pequeno e boiada pra lá e pra cá na paz de quem não sabe da morte.
    Em diagonal, os braços do rio, desprendidos lá pela Taquara, cortavam o campo: o direito ao meio; o esquerdo, que hoje separa os Apês das casas e sobre o qual está a ponte por onde escoa o tráfego da principal rua do bairro, na parte de baixo. E, como o bom braço ao rio volta, o rio totalmente abraçado, ia ziguezagueando água, esse forasteiro que viaja parado, levando íris soltas em seu leito, deixando o coração bater em pedras, doando mililitros para os corpos que o ousaram, para as bocas que morderam seu dorso. Ria o rio, mas Busca-Pé bem sabia que todo rio nasce para morrer um dia. 
    Um dia essas terras foram cobertas de verde com carro de boi desafiando estradas de terra, gargantas de negros cantando samba duro, escavação de poços de água salobra, legumes e verduras enchendo caminhões, cobra alisando o mato, redes armadas nas águas. Aos domingos, jogo de futebol no campo do Paúra e bebedeira de vinho sob a luz das noites cheias.
    [...]
    Os dois filhos de portugueses tratavam das hortas de Portugal Pequeno nas terras herdadas. Sabiam que aquela região seria destinada à construção de um conjunto habitacional, mas não que as obras estavam para começar em tão pouco tempo.

(LINS, Paulo. Cidade de Deus. São Paulo.
Companhia das Letras, 2002. p.15)
Em “Couro de pé roçando pele de flor. Mangas engordando, bambuzais rebentando vento” (2º§), foi empregado um recurso linguístico que confere certo DINAMISMO ao texto. Trata-se:
Alternativas
Q1785676 Português
    Antigamente a vida era outra aqui neste lugar onde o rio, dando areia, cobra-d’água inocente, e indo ao mar, dividia o campo em que os filhos de portugueses e da escravatura pisaram.
    Couro de pé roçando pele de flor. Mangas engordando, bambuzais rebentando vento, uma lagoa, um lago, um laguinho, amendoeiras, pés de jamelão e o bosque de Eucaliptos. Tudo isso do lado de lá. Do lado de cá, os morrinhos, casarões mal-assombrados, as hortas de Portugal Pequeno e boiada pra lá e pra cá na paz de quem não sabe da morte.
    Em diagonal, os braços do rio, desprendidos lá pela Taquara, cortavam o campo: o direito ao meio; o esquerdo, que hoje separa os Apês das casas e sobre o qual está a ponte por onde escoa o tráfego da principal rua do bairro, na parte de baixo. E, como o bom braço ao rio volta, o rio totalmente abraçado, ia ziguezagueando água, esse forasteiro que viaja parado, levando íris soltas em seu leito, deixando o coração bater em pedras, doando mililitros para os corpos que o ousaram, para as bocas que morderam seu dorso. Ria o rio, mas Busca-Pé bem sabia que todo rio nasce para morrer um dia. 
    Um dia essas terras foram cobertas de verde com carro de boi desafiando estradas de terra, gargantas de negros cantando samba duro, escavação de poços de água salobra, legumes e verduras enchendo caminhões, cobra alisando o mato, redes armadas nas águas. Aos domingos, jogo de futebol no campo do Paúra e bebedeira de vinho sob a luz das noites cheias.
    [...]
    Os dois filhos de portugueses tratavam das hortas de Portugal Pequeno nas terras herdadas. Sabiam que aquela região seria destinada à construção de um conjunto habitacional, mas não que as obras estavam para começar em tão pouco tempo.

(LINS, Paulo. Cidade de Deus. São Paulo.
Companhia das Letras, 2002. p.15)
O modo pelo qual o rio é caracterizado, no terceiro parágrafo, revela uma escolha no uso da linguagem que é, nessa passagem, marcadamente:
Alternativas
Q1785678 Português
    Antigamente a vida era outra aqui neste lugar onde o rio, dando areia, cobra-d’água inocente, e indo ao mar, dividia o campo em que os filhos de portugueses e da escravatura pisaram.
    Couro de pé roçando pele de flor. Mangas engordando, bambuzais rebentando vento, uma lagoa, um lago, um laguinho, amendoeiras, pés de jamelão e o bosque de Eucaliptos. Tudo isso do lado de lá. Do lado de cá, os morrinhos, casarões mal-assombrados, as hortas de Portugal Pequeno e boiada pra lá e pra cá na paz de quem não sabe da morte.
    Em diagonal, os braços do rio, desprendidos lá pela Taquara, cortavam o campo: o direito ao meio; o esquerdo, que hoje separa os Apês das casas e sobre o qual está a ponte por onde escoa o tráfego da principal rua do bairro, na parte de baixo. E, como o bom braço ao rio volta, o rio totalmente abraçado, ia ziguezagueando água, esse forasteiro que viaja parado, levando íris soltas em seu leito, deixando o coração bater em pedras, doando mililitros para os corpos que o ousaram, para as bocas que morderam seu dorso. Ria o rio, mas Busca-Pé bem sabia que todo rio nasce para morrer um dia. 
    Um dia essas terras foram cobertas de verde com carro de boi desafiando estradas de terra, gargantas de negros cantando samba duro, escavação de poços de água salobra, legumes e verduras enchendo caminhões, cobra alisando o mato, redes armadas nas águas. Aos domingos, jogo de futebol no campo do Paúra e bebedeira de vinho sob a luz das noites cheias.
    [...]
    Os dois filhos de portugueses tratavam das hortas de Portugal Pequeno nas terras herdadas. Sabiam que aquela região seria destinada à construção de um conjunto habitacional, mas não que as obras estavam para começar em tão pouco tempo.

(LINS, Paulo. Cidade de Deus. São Paulo.
Companhia das Letras, 2002. p.15)

Considere a seguinte passagem do texto para responder à questão.


“Aos domingos, jogo de futebol no campo do Paúra e bebedeira de vinho sob a luz das noites cheias. (4º§)


Embora não apresente verbos explícitos, pode-se compreender o significado do trecho. Considerando o contexto, assinale a opção que apresenta um verbo que, ao ser inserido, devidamente flexionado após a vírgula, prejudicaria o sentido original da frase.
Alternativas
Respostas
1: E
2: A
3: B
4: D