Questões de Concurso Público TJ-MG 2017 para Oficial Judiciário

Foram encontradas 4 questões

Q841865 Português

Texto II 


Mulheres e poder contra o culto da ignorância machista  


      A representação das mulheres no parlamento brasileiro é uma questão fundamental em nossa cultura política. A desproporção é espantosa tendo cerca de 90% dos cargos ocupados por homens e apenas cerca de 10% por mulheres.

      Muitas pessoas se perguntam por que há tão poucas mulheres ocupando cargos nos espaços de poder em geral. No mundo da iniciativa privada os números não são diferentes. Mulheres trabalham demais, são maioria em algumas profissões, mas ocupam pouquíssimos cargos de poder. Como se fosse um direito natural, o poder é reservado aos homens em todos os níveis enquanto as mulheres sofrem sob estereótipos e idealizações também naturalizados.

      O ato de naturalizar corresponde a um procedimento moral e cognitivo que se torna hábito. Por meio dele, passamos a acreditar que as coisas são como são e não poderiam ser de outro modo. Nem poderiam ser questionadas.

      Mesmo assim, há questões básicas relativas ao que chamamos de sociedade patriarcal às quais ninguém pode se furtar. Nessa mesma sociedade em que o poder concerne aos homens, não podemos dizer que às mulheres foi reservada a violência? Alguém terá coragem de dizer que isso é natural sem ferir princípios morais que sustentam a sociedade como um todo? Sabemos que a violência contra as mulheres é uma constante cultural. Ela é física e simbólica, psíquica e econômica e se aproveita da naturalização da suposta fragilidade das mulheres construída por séculos de discursos e práticas misóginas. Misoginia é o ódio contra as mulheres apenas porque são mulheres. [...]

      Na ausência de questionamento, o machismo aparece como culto da ignorância útil na manutenção da dominação que depende do confinamento das mulheres na esfera da vida doméstica para que se mantenham longe do poder. O machismo se mostra como o que há de mais arcaico em termos de ética e política. O machismo é uma forma de autoritarismo que volta à cena em nossa época. Enquanto isso, a violência doméstica simplesmente cresce e as mulheres continuam afastadas do poder. Mas por quanto tempo?

      Ao longo da história, a consciência da condição das mulheres entre a violência e o poder teve um de seus momentos mais importantes na conquista do voto pelas sufragistas. Hoje, o direito à candidatura e à eleição, o direito a ser votada, nos mostra um outro mundo possível. [...]

Marcia Tiburi, 5 de abril de 2017 Disponível em: <https://revistacult.uol.com.br/home/mulheres-e-poder-contra-o-culto-da-ignorancia-machista>  (adaptado) 

Acerca da estrutura argumentativa utilizada pela autora no início do texto, assinale a afirmativa que NÃO pode ser considerada correta.
Alternativas
Q841869 Português

Texto II 


Mulheres e poder contra o culto da ignorância machista  


      A representação das mulheres no parlamento brasileiro é uma questão fundamental em nossa cultura política. A desproporção é espantosa tendo cerca de 90% dos cargos ocupados por homens e apenas cerca de 10% por mulheres.

      Muitas pessoas se perguntam por que há tão poucas mulheres ocupando cargos nos espaços de poder em geral. No mundo da iniciativa privada os números não são diferentes. Mulheres trabalham demais, são maioria em algumas profissões, mas ocupam pouquíssimos cargos de poder. Como se fosse um direito natural, o poder é reservado aos homens em todos os níveis enquanto as mulheres sofrem sob estereótipos e idealizações também naturalizados.

      O ato de naturalizar corresponde a um procedimento moral e cognitivo que se torna hábito. Por meio dele, passamos a acreditar que as coisas são como são e não poderiam ser de outro modo. Nem poderiam ser questionadas.

      Mesmo assim, há questões básicas relativas ao que chamamos de sociedade patriarcal às quais ninguém pode se furtar. Nessa mesma sociedade em que o poder concerne aos homens, não podemos dizer que às mulheres foi reservada a violência? Alguém terá coragem de dizer que isso é natural sem ferir princípios morais que sustentam a sociedade como um todo? Sabemos que a violência contra as mulheres é uma constante cultural. Ela é física e simbólica, psíquica e econômica e se aproveita da naturalização da suposta fragilidade das mulheres construída por séculos de discursos e práticas misóginas. Misoginia é o ódio contra as mulheres apenas porque são mulheres. [...]

      Na ausência de questionamento, o machismo aparece como culto da ignorância útil na manutenção da dominação que depende do confinamento das mulheres na esfera da vida doméstica para que se mantenham longe do poder. O machismo se mostra como o que há de mais arcaico em termos de ética e política. O machismo é uma forma de autoritarismo que volta à cena em nossa época. Enquanto isso, a violência doméstica simplesmente cresce e as mulheres continuam afastadas do poder. Mas por quanto tempo?

      Ao longo da história, a consciência da condição das mulheres entre a violência e o poder teve um de seus momentos mais importantes na conquista do voto pelas sufragistas. Hoje, o direito à candidatura e à eleição, o direito a ser votada, nos mostra um outro mundo possível. [...]

Marcia Tiburi, 5 de abril de 2017 Disponível em: <https://revistacult.uol.com.br/home/mulheres-e-poder-contra-o-culto-da-ignorancia-machista>  (adaptado) 

A sequência semântica argumentativa é iniciada no 4º parágrafo por “Mesmo assim” cuja significação no contexto permite afirmar que
Alternativas
Q841875 Português

Texto III


      BOSTON — Milhares de pessoas participaram de um evento intitulado "Rali da Liberdade de Expressão", em Boston, organizado pela extrema-direita dos EUA, neste sábado à tarde, que levantou preocupação de que o evento se tornasse violento. Ao mesmo tempo, também em Boston, grupos de ativistas realizam um enorme contraprotesto, com dezenas de cartazes em repúdio a ideias nazistas, de supremacia branca e xenófobas.

      A manifestação de extrema-direita terminou pouco depois das 15h, mas muitos dos que protestavam contra ela continuaram reunidos na cidade. Às 16h, as ruas próximas ao local da marcha começaram a ser liberadas, mas agentes de segurança continuaram patrulhando a região. Mais de 500 policiais foram deslocados para os locais de protestos, com o objetivo de evitar que a ação da extrema-direita marcada para hoje repita os acontecimentos de Charlottesville, quando dezenas ficaram feridas e uma mulher morreu.

      O comissionário da polícia de Boston, William Evans, afirmou que 27 pessoas foram detidas. O número de feridos e propriedades danificadas foi mínimo, segundo o comissário. Houve confronto entre a polícia e os manifestantes que participavam do contraprotesto quando os agentes escoltaram a marcha de extremadireita na principal praça da cidade. Evans estimou em 40 mil o número de manifestantes neste sábado.  

      A polícia criou uma zona neutra entre as manifestações dos dois grupos e evitou maiores confrontos. Ao menos oito pessoas, aparentemente do grupo contraprotesto, foram detidas, de acordo com a CNN. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tuitou sobre as marchas deste sábado agradecendo às forças de segurança pelo seu trabalho.

      Os membros da extrema-direita conseguiram uma autorização da prefeitura de Boston para realizar o encontro, que ocorreu apenas uma semana depois da caótica e assustadora manifestação da extrema-direita no campus da Universidade da Virginia em Charlottesville, que reuniu até mesmo neonazistas, supremacistas brancos e simpatizantes do grupo racista Ku Klux Klan.

      — Houve dúvidas sobre por que concedemos uma autorização para o evento — comentou o prefeito de Boston, Marty Walsh, na sexta-feira. — Os tribunais tornaram bem claro. Eles têm o direito de se reunir, não importa quão repugnantes sejam suas opiniões. Mas eles não têm o direito de criar ambientes inseguros. Eles têm direito à liberdade de expressão. Em troca, eles têm que respeitar nossa cidade.

      Os organizadores do evento da extrema-direita em Boston disseram que o encontro deste sábado não é solidário com os supremacistas brancos, mas a polícia instalou novas câmeras de vigilância na região e colocou restrições ao evento — como a proibição de mochilas, varas e outras armas em potencial — na esperança de evitar a violência.

      — Não queremos que se repita o que aconteceu em Charlottesville — disse o comissário de polícia de Boston, William Evans, em uma coletiva de imprensa na sexta-feira. — Boston está muito unida. Temos uma cidade que não tolera o ódio e a intolerância.

Disponível em: < https://oglobo.globo.com/mundo/dois-protestos-contra-a-favor-de-supremacia-branca-tomam-boston-21724865#ixzz4qO9eFJMS > Acesso em 19/08/2017 

Acerca da estrutura e características linguísticas que compõem o texto, assinale a alternativa correta:
Alternativas
Q841876 Português

Texto III


      BOSTON — Milhares de pessoas participaram de um evento intitulado "Rali da Liberdade de Expressão", em Boston, organizado pela extrema-direita dos EUA, neste sábado à tarde, que levantou preocupação de que o evento se tornasse violento. Ao mesmo tempo, também em Boston, grupos de ativistas realizam um enorme contraprotesto, com dezenas de cartazes em repúdio a ideias nazistas, de supremacia branca e xenófobas.

      A manifestação de extrema-direita terminou pouco depois das 15h, mas muitos dos que protestavam contra ela continuaram reunidos na cidade. Às 16h, as ruas próximas ao local da marcha começaram a ser liberadas, mas agentes de segurança continuaram patrulhando a região. Mais de 500 policiais foram deslocados para os locais de protestos, com o objetivo de evitar que a ação da extrema-direita marcada para hoje repita os acontecimentos de Charlottesville, quando dezenas ficaram feridas e uma mulher morreu.

      O comissionário da polícia de Boston, William Evans, afirmou que 27 pessoas foram detidas. O número de feridos e propriedades danificadas foi mínimo, segundo o comissário. Houve confronto entre a polícia e os manifestantes que participavam do contraprotesto quando os agentes escoltaram a marcha de extremadireita na principal praça da cidade. Evans estimou em 40 mil o número de manifestantes neste sábado.  

      A polícia criou uma zona neutra entre as manifestações dos dois grupos e evitou maiores confrontos. Ao menos oito pessoas, aparentemente do grupo contraprotesto, foram detidas, de acordo com a CNN. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tuitou sobre as marchas deste sábado agradecendo às forças de segurança pelo seu trabalho.

      Os membros da extrema-direita conseguiram uma autorização da prefeitura de Boston para realizar o encontro, que ocorreu apenas uma semana depois da caótica e assustadora manifestação da extrema-direita no campus da Universidade da Virginia em Charlottesville, que reuniu até mesmo neonazistas, supremacistas brancos e simpatizantes do grupo racista Ku Klux Klan.

      — Houve dúvidas sobre por que concedemos uma autorização para o evento — comentou o prefeito de Boston, Marty Walsh, na sexta-feira. — Os tribunais tornaram bem claro. Eles têm o direito de se reunir, não importa quão repugnantes sejam suas opiniões. Mas eles não têm o direito de criar ambientes inseguros. Eles têm direito à liberdade de expressão. Em troca, eles têm que respeitar nossa cidade.

      Os organizadores do evento da extrema-direita em Boston disseram que o encontro deste sábado não é solidário com os supremacistas brancos, mas a polícia instalou novas câmeras de vigilância na região e colocou restrições ao evento — como a proibição de mochilas, varas e outras armas em potencial — na esperança de evitar a violência.

      — Não queremos que se repita o que aconteceu em Charlottesville — disse o comissário de polícia de Boston, William Evans, em uma coletiva de imprensa na sexta-feira. — Boston está muito unida. Temos uma cidade que não tolera o ódio e a intolerância.

Disponível em: < https://oglobo.globo.com/mundo/dois-protestos-contra-a-favor-de-supremacia-branca-tomam-boston-21724865#ixzz4qO9eFJMS > Acesso em 19/08/2017 

A apresentação de fatos relevantes acerca da atualidade ocorre de modo que marcas explícitas de um posicionamento subjetivo sejam atenuadas; há, porém, um exemplo de rompimento com a total imparcialidade no segmento destacado em:
Alternativas
Respostas
1: C
2: C
3: D
4: C