Questões de Concurso Público IBGE 2021 para Supervisor de Coleta e Qualidade
Foram encontradas 5 questões
Ano: 2021
Banca:
CESPE / CEBRASPE
Órgão:
IBGE
Prova:
CESPE / CEBRASPE - 2021 - IBGE - Supervisor de Coleta e Qualidade |
Q1736184
Português
Texto associado
O termo “dado de pesquisa” tem uma amplitude de significados que vão se transformando de acordo com domínios científicos específicos, objetos de pesquisas, metodologias de geração e coleta de dados e muitas outras variáveis. Pode ser o resultado de um experimento realizado em um ambiente controlado de laboratório, um estudo empírico na área de ciências sociais ou a observação de um fenômeno cultural ou da erupção de um vulcão em um determinado momento e lugar. Dados digitais de pesquisa ocorrem na forma de diferentes tipos de dados, como números, figuras, vídeos, softwares; com diferentes níveis de agregação e de processamento, como dados crus ou primários, dados intermediários e dados processados e integrados; e em diferentes formatos de arquivos e mídias. Essa diversidade, que vai sendo delineada pelas especificidades de cada disciplina, suas condicionantes metodológicas, protocolos, workflows e seus objetivos, se torna um desafio — pelo alto grau de contextualização necessário — para o pesquisador na sua tarefa de definir precisamente o que é dado de pesquisa de uma forma transversal aos diversos domínios disciplinares.
As definições encontradas nos dicionários e enciclopédias falham em capturar a riqueza e a variedade dos dados no mundo da ciência ou falham em revelar as premissas epistemológicas e ontológicas sobre as quais eles são baseados. Na esfera acadêmica, grande parte das definições são uma enumeração de exemplos: dados são fatos, números, letras e símbolos. Listas de exemplos não são verdadeiramente definições, visto que não estabelecem uma clara fronteira entre o que inclui e o que não inclui o conceito.
Luis Fernando Sayão; Luana Farias Sales. Afinal, o que é dado de pesquisa? In: Biblos: Revista do Instituto de Ciências Humanas e da Informação, Rio Grande. v. 34, n. 02, jul.-dez./2020, p.32-33. Internet: . (com adaptações).
De acordo com o texto 1A1-I,
Ano: 2021
Banca:
CESPE / CEBRASPE
Órgão:
IBGE
Prova:
CESPE / CEBRASPE - 2021 - IBGE - Supervisor de Coleta e Qualidade |
Q1736188
Português
Texto associado
Texto 1A1-II
O conhecimento científico é muito frequentemente
associado à formação escolar. Por conta disso, existe uma
tendência a restringir o conhecimento oferecido pela ciência a
determinadas esferas da vida. Nada mais limitante. A ciência
versa sobre a maioria dos assuntos relacionados à nossa
existência, inclusive aqueles raramente associados ao tema.
A má compreensão da abrangência da ciência leva a
outras questões, como o argumento de que o conhecimento
científico deixa a beleza do universo diminuída, fria, distante,
pois a fragmenta e a torna asséptica. Isso pode ajudar a explicar
por que as pessoas raramente associam o estudo de um assunto
como o amor à ciência. Uma eventual concepção de
incompatibilidade entre o conhecimento científico e os mais
diferentes temas que dizem respeito à vida cotidiana não faz
sentido.
A maioria das pessoas subestima o alcance e as
possibilidades que uma visão científico-racional de mundo
possui. Um olhar cético para o mundo pode permitir a redução
dos preconceitos, mais tolerância a visões políticas e ideológicas
divergentes, maior diálogo e consideração constante de que sua
compreensão pode ser equivocada ou incompleta. Mas, ao
mesmo tempo, esse exercício permite reconhecer que, ainda que
falha, a compreensão válida naquele momento é a melhor
possível à disposição.
Ronaldo Pilati. Ciência e pseudociência: por que acreditamos naquilo em que
queremos acreditar. São Paulo: Editora Contexto, 2018, p. 26-8 (com adaptações).
Conforme o texto 1A1-II, o conhecimento científico
Ano: 2021
Banca:
CESPE / CEBRASPE
Órgão:
IBGE
Prova:
CESPE / CEBRASPE - 2021 - IBGE - Supervisor de Coleta e Qualidade |
Q1736191
Português
Texto associado
Texto 1A2-I
Este artigo questiona a informação histórica de que o
Brasil se insere na modernidade-mundo, o chamado “mundo
moderno”, através da realização da Semana de Arte Moderna de
1922. Tal inserção se daria, na verdade, pela construção do
samba moderno a partir da ótica artística de Pixinguinha
(1897-1973), em especial pela sua excursão com os Oito Batutas
pela França, em 1921, patrocinada pelo multimilionário Arnaldo
Guinle (1884-1963), apesar das críticas negativas de cunho
racista dos cadernos culturais da época.
O samba de Pixinguinha é resultante do amálgama das
expressões culturais e religiosas afro-brasileiras e das trocas de
experiências culturais entre diferentes expressões culturais que
começavam a circular pelo mundo, de maneira mais ampla e
rápida, graças às ondas sonoras de rádio, às gravações de discos e
às partituras que chegavam ao Rio de Janeiro. Existia toda uma
vida cultural que se desenvolvia em torno da vida portuária
carioca, que funcionava como acesso das populações pobres e
marginalizadas da cidade ao que de mais moderno ocorria no
mundo, de maneiras inimaginadas pelas elites da época, com
impactos ainda não devidamente situados e valorizados em suas
importâncias e significados para a cultura brasileira. Há ainda a
influência da música europeia como a polca ou a música de
Bach, retrabalhadas e contextualizadas pelos músicos negros e
mestiços que deram origem ao choro e ao maxixe, os quais
seriam presenças seminais no artesanato musical de Pixinguinha.
Pixinguinha e seus oito Batutas subvertem a ordem racista
da elite brasileira da época conquistando –– literalmente –– a
cidade luz, estabelecendo novos parâmetros culturais e de
modernidade para os próprios europeus. No entanto, mesmo que
seu impacto no exterior tenha se dado de maneira espaçada e
pontual, a Semana de Arte Moderna de 1922 ficou conhecida
como símbolo de nossa inserção na modernidade-mundo vigente,
em detrimento do impacto imediato causado pela arte
revolucionária de Pixinguinha e sua trupe musical entre os
círculos culturais europeus. Cada apresentação era uma
demonstração ao mundo de uma nova forma de música urbana,
articulada e desenvolvida, com estrutura rítmica e harmoniosa de
alta sofisticação. Não é por acaso que as gravações e partituras
desse período em Paris tornaram-se referenciais para o cenário
musical francês e para o mundo do jazz norte-americano, como
ficaria comprovado pela admiração confessa de Louis Armstrong
(1901-1971) por Pixinguinha ou pela regravação de Tico-Tico
no fubá por Charlie Parker (1920-1955), no álbum La Paloma,
em 1954.
Christian Ribeiro. Pixinguinha, o samba e a construção do Brasil
moderno. Internet: (com adaptações).
Conforme o texto 1A2-I,
Ano: 2021
Banca:
CESPE / CEBRASPE
Órgão:
IBGE
Prova:
CESPE / CEBRASPE - 2021 - IBGE - Supervisor de Coleta e Qualidade |
Q1736194
Português
Texto associado
Texto 1A2-I
Este artigo questiona a informação histórica de que o
Brasil se insere na modernidade-mundo, o chamado “mundo
moderno”, através da realização da Semana de Arte Moderna de
1922. Tal inserção se daria, na verdade, pela construção do
samba moderno a partir da ótica artística de Pixinguinha
(1897-1973), em especial pela sua excursão com os Oito Batutas
pela França, em 1921, patrocinada pelo multimilionário Arnaldo
Guinle (1884-1963), apesar das críticas negativas de cunho
racista dos cadernos culturais da época.
O samba de Pixinguinha é resultante do amálgama das
expressões culturais e religiosas afro-brasileiras e das trocas de
experiências culturais entre diferentes expressões culturais que
começavam a circular pelo mundo, de maneira mais ampla e
rápida, graças às ondas sonoras de rádio, às gravações de discos e
às partituras que chegavam ao Rio de Janeiro. Existia toda uma
vida cultural que se desenvolvia em torno da vida portuária
carioca, que funcionava como acesso das populações pobres e
marginalizadas da cidade ao que de mais moderno ocorria no
mundo, de maneiras inimaginadas pelas elites da época, com
impactos ainda não devidamente situados e valorizados em suas
importâncias e significados para a cultura brasileira. Há ainda a
influência da música europeia como a polca ou a música de
Bach, retrabalhadas e contextualizadas pelos músicos negros e
mestiços que deram origem ao choro e ao maxixe, os quais
seriam presenças seminais no artesanato musical de Pixinguinha.
Pixinguinha e seus oito Batutas subvertem a ordem racista
da elite brasileira da época conquistando –– literalmente –– a
cidade luz, estabelecendo novos parâmetros culturais e de
modernidade para os próprios europeus. No entanto, mesmo que
seu impacto no exterior tenha se dado de maneira espaçada e
pontual, a Semana de Arte Moderna de 1922 ficou conhecida
como símbolo de nossa inserção na modernidade-mundo vigente,
em detrimento do impacto imediato causado pela arte
revolucionária de Pixinguinha e sua trupe musical entre os
círculos culturais europeus. Cada apresentação era uma
demonstração ao mundo de uma nova forma de música urbana,
articulada e desenvolvida, com estrutura rítmica e harmoniosa de
alta sofisticação. Não é por acaso que as gravações e partituras
desse período em Paris tornaram-se referenciais para o cenário
musical francês e para o mundo do jazz norte-americano, como
ficaria comprovado pela admiração confessa de Louis Armstrong
(1901-1971) por Pixinguinha ou pela regravação de Tico-Tico
no fubá por Charlie Parker (1920-1955), no álbum La Paloma,
em 1954.
Christian Ribeiro. Pixinguinha, o samba e a construção do Brasil
moderno. Internet: (com adaptações).
No trecho “mesmo que seu impacto no exterior tenha se dado de
maneira espaçada e pontual, a Semana de Arte Moderna de 1922
ficou conhecida como símbolo de nossa inserção na
modernidade-mundo vigente, em detrimento do impacto
imediato causado pela arte revolucionária de Pixinguinha e sua
trupe musical entre os círculos culturais europeus”, do
texto 1A2-I, a expressão em detrimento de tem o mesmo
sentido que
Ano: 2021
Banca:
CESPE / CEBRASPE
Órgão:
IBGE
Prova:
CESPE / CEBRASPE - 2021 - IBGE - Supervisor de Coleta e Qualidade |
Q1736195
Português
Texto associado
Texto 1A2-I
Este artigo questiona a informação histórica de que o
Brasil se insere na modernidade-mundo, o chamado “mundo
moderno”, através da realização da Semana de Arte Moderna de
1922. Tal inserção se daria, na verdade, pela construção do
samba moderno a partir da ótica artística de Pixinguinha
(1897-1973), em especial pela sua excursão com os Oito Batutas
pela França, em 1921, patrocinada pelo multimilionário Arnaldo
Guinle (1884-1963), apesar das críticas negativas de cunho
racista dos cadernos culturais da época.
O samba de Pixinguinha é resultante do amálgama das
expressões culturais e religiosas afro-brasileiras e das trocas de
experiências culturais entre diferentes expressões culturais que
começavam a circular pelo mundo, de maneira mais ampla e
rápida, graças às ondas sonoras de rádio, às gravações de discos e
às partituras que chegavam ao Rio de Janeiro. Existia toda uma
vida cultural que se desenvolvia em torno da vida portuária
carioca, que funcionava como acesso das populações pobres e
marginalizadas da cidade ao que de mais moderno ocorria no
mundo, de maneiras inimaginadas pelas elites da época, com
impactos ainda não devidamente situados e valorizados em suas
importâncias e significados para a cultura brasileira. Há ainda a
influência da música europeia como a polca ou a música de
Bach, retrabalhadas e contextualizadas pelos músicos negros e
mestiços que deram origem ao choro e ao maxixe, os quais
seriam presenças seminais no artesanato musical de Pixinguinha.
Pixinguinha e seus oito Batutas subvertem a ordem racista
da elite brasileira da época conquistando –– literalmente –– a
cidade luz, estabelecendo novos parâmetros culturais e de
modernidade para os próprios europeus. No entanto, mesmo que
seu impacto no exterior tenha se dado de maneira espaçada e
pontual, a Semana de Arte Moderna de 1922 ficou conhecida
como símbolo de nossa inserção na modernidade-mundo vigente,
em detrimento do impacto imediato causado pela arte
revolucionária de Pixinguinha e sua trupe musical entre os
círculos culturais europeus. Cada apresentação era uma
demonstração ao mundo de uma nova forma de música urbana,
articulada e desenvolvida, com estrutura rítmica e harmoniosa de
alta sofisticação. Não é por acaso que as gravações e partituras
desse período em Paris tornaram-se referenciais para o cenário
musical francês e para o mundo do jazz norte-americano, como
ficaria comprovado pela admiração confessa de Louis Armstrong
(1901-1971) por Pixinguinha ou pela regravação de Tico-Tico
no fubá por Charlie Parker (1920-1955), no álbum La Paloma,
em 1954.
Christian Ribeiro. Pixinguinha, o samba e a construção do Brasil
moderno. Internet: (com adaptações).
Conforme o texto 1A2-I, a música de Pixinguinha