Questões de Concurso Público IBGE 2010 para Analista de Planejamento - Historia

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Q543536 História
Boa parte do famoso manual Introdução aos estudos históricos (1a edição francesa de 1897), escrito por Langlois e Seignobos, é dedicada a explicar as regras que devem ser seguidas a fim de se estabelecerem os fatos históricos. Na perspectiva da Escola Metódica formalizada por eles, os fatos históricos.
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Q543539 História
A história faz-se, sem dúvida, com documentos escritos, quando eles existem e, até mesmo, na sua falta, ela pode e deve fazer-se. A partir de tudo aquilo de que a engenhosidade do historiador pode lançar mão para fabricar o seu mel, na falta de flores usuais. Portanto, a partir de palavras e sinais; de paisagens e pedaços de argila; das formas de campos e de ervas daninhas; dos eclipses de lua e das coleiras de parelha; da perícia de pedras feita por geólogos e da análise de espadas metálicas por químicos. Em suma, a partir de tudo o que, pertencente ao homem, depende e está a serviço do homem, exprime o homem, significa a presença, a atividade, as preferências e as maneiras de ser do homem.
Uma grande parte – e, sem dúvida, a mais apaixonante – de nosso trabalho de historiador não consistirá no esforço constante para que as coisas silenciosas se tornem expressivas, levá-las a exprimir o que elas são incapazes de dizer por si mesmas a respeito dos homens e das sociedades que as produziram, e, finalmente, para constituir entre elas essa ampla rede de solidariedade e ajuda mútua que supre a falta do documento escrito?

Lucien Febvre [1953] Apud PROST, Antoine. Doze lições sobre a história
Belo Horizonte: Autêntica, 2008, p.77.
Para Lucien Febvre, a parte mais apaixonante do ofício de historiador é fazer com que coisas silenciosas se tornem expressivas. Para que isso seja possível, de acordo com o texto citado, é preciso:
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Q543540 História
Macduff – (...) Ó nação miserável, governada por um tirano sem direito ao trono, tirano que carrega na mão um cetro coberto de sangue, quando tu verás tuas áureas épocas novamente? Quando o herdeiro legítimo de teu trono por interdição por ele mesmo decretada, apresenta-se como um condenado e atira blasfêmias contra sua própria estirpe? – Seu Augusto Pai, senhor, foi um santo Rei. A Rainha que o trouxe a este mundo, mulher que vivia mais de joelhos que de pé, para livrar-se das tentações, rezava todos os dias de sua vida. Adeus! (...)
Malcolm – Macduff, essa sua nobre emoção, filha da integridade, lavou de minha alma os sombrios escrúpulos, reconciliou
os meus pensamentos com a sua saudável lealdade e sua honra. O diabólico Macbeth, por muitos desses ardis, tem buscado colocar-me sob seu jugo. É um raciocínio cauteloso, o que me impede de confiar nos outros cedo demais. Mas Deus, lá de cima, faz a intermediação entre mim e sua pessoa. (...)

SHAKESPEARE, William. Macbeth. Porto Alegre: L&PM Editores, 2000, p.103.

Considerando o texto acima, no contexto histórico do Renascimento europeu, analise as afirmativas a seguir.

I – O Estado moderno já ganhava contornos definidos naquele período, especialmente na Europa Ocidental, cujos territórios encontravam-se, em larga medida, submetidos ao controle de casas dinásticas.

II – Um sentimento nacionalista começava a se difundir entre a população europeia, abrangendo grupos sociais diversos, como a nobreza e o campesinato, em prol do fortalecimento do poder real.

III – Cada personagem do diálogo transcrito representava um conjunto diverso de representações mentais, sendo Malcolm a expressão de um homem cujas visões de mundo eram essencialmente medievais.

IV – Aspectos, que a princípio poderiam ser considerados como contraditórios, conviviam de maneira harmoniosa, como a valorização da capacidade de raciocínio do homem e sua religiosidade intensa.
São corretas APENAS as afirmativas:
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Q543543 História

 

As reproduções acima são apenas duas das muitas que poderiam ser escolhidas para representar a fabricação – para usar

a expressão do historiador Peter Burke – de uma imagem específica para o rei Luís XIV, da França.

Sobre essas imagens e o contexto de sua produção, analise as afirmativas a seguir.

I – A primeira reprodução destaca o vínculo de Luis XIV com o conhecimento científico do período, distinguindo-o dos demais reis da época, cujas representações enfatizavam seus vínculos com a Igreja católica ou protestante.

II – Um tema recorrente dessa fabricação, não contemplado nas reproduções acima, era a identificação do monarca com personagens reais ou mitológicos da Antiguidade clássica.

III – A tolerância do rei também estava entre os atributos destacados em grande parte das representações produzidas na época, em função, sobretudo, da assinatura do Édito de Nantes.

IV – A segunda reprodução confere relevo à habilidade do rei como guerreiro, virtude ainda muito valorizada pela nobreza, símbolo de suas tradições e de sua importância nas hierarquias do Antigo Regime.

São corretas as afirmativas.
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Q543544 História
Assim, tal como me parece, foi a crise geral do século XVII. Foi uma crise não da constituição nem do sistema de produção, mas do Estado, ou melhor, da relação do Estado com a sociedade. Diferentes países descobriram como sair dessa crise de diferentes modos. Na Espanha, o antigo regime sobreviveu; mas sobreviveu apenas como uma carga desastrosa, imóvel sobre um país empobrecido. Em outras partes, na Holanda, na França e na Inglaterra, a crise marcou o fim de uma era — o descarte de uma superestrutura do topo da sociedade, o retorno à política mercantilista, responsável. Pois no século XVII, as cortes da Renascença tinham crescido tanto, tinham consumido tanto em desperdício e tinham introduzido seus crescentes sugadores tão fundo no corpo da sociedade, que só podiam florescer por um tempo limitado e, em uma época, também de prosperidade geral em expansão. Quando essa prosperidade fracassou, o parasita monstruoso estava trôpego.

TREVOR-ROPER, Hugh. A crise do século XVII. Rio de Janeiro: Topbooks, 2007, pp.141-142. (Adaptado).
Considerando a leitura do texto acima, conclui-se que a crise geral do século XVII foi:
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Respostas
1: C
2: D
3: B
4: B
5: A